CRÔNICA: PASSOS NO INFINITO
Caminhava displicentemente no horário do almoço absorto em seus pensamentos, quando foi desperto pelo sorriso de uma bela moça que vinha em sentindo contrário na calçada. Esboçou um sorriso, mais por educação do que por interesse. Não olhou para trás. Aquele sorriso havia feito com que caísse em si e percebesse algo banal, mas com uma nova luz.
Pedro tinha destas coisas. Ficava remoendo algum pensamento, algum fato – a maioria deles banais -, até que tudo se clareava e as nuvens da dúvida se dissipavam. Geralmente eram coisas rotineiras, coisas simples, detalhes. Detalhes que não passavam despercebidos. Ela sempre prestava atenção nos detalhes e, numa singela e despropositada frase, soltava alguma coisa corriqueira e ele se encantava. Não era charme de Marcela, era o jeito dela. Atenciosa, cuidadosa, cirúrgica. Tinha o dom para sempre acertar no alvo e deixá-lo embevecido por alguns dias.
Outro dia ela havia dito que ele mal ficava no escritório. Aquilo o intrigou. Como ela sabia? Como se ela estava tão longe, em outra cidade, em outro estado a quilômetros de distância? Mas, ela notava. Sabia que ela se atentava para detalhes que muitos não atentavam. Ela sabia. Ela prestava atenção nele e não tinha nenhuma obrigação de fazer isto. Fazia porque gostava de Pedro. Era amizade no sentido puro da palavra, desinteressada, mas sempre preocupada com ele. Marcela lhe dava valor, lhe dava atenção. Algo que lhe faltava nos últimos tempos. E muito. E faltava de quem deveria ser apoio e suporte. Não nas últimas semanas, mas nos últimos meses, talvez dois anos. Pedro não conseguia precisar a data, mas isto não era importante.
Deu-se conta disto num dia banal, num momento rotineiro, mas com novas cores. A distância física era irrelevante. Marcela estava sempre nos seus pensamentos. O problema era a distância emocional de quem estava sempre do seu lado. Uma distância que a cada dia se tornava esmagadora, desgastante. Algo quase intransponível. A cada dia que passava, Pedro se convencia de que deveria tomar uma decisão logo, de que os caminhos haviam tomado rumos diferentes para não mais se cruzar no infinito. Seus passos não tinham mais horizonte.
Pedro tinha destas coisas. Ficava remoendo algum pensamento, algum fato – a maioria deles banais -, até que tudo se clareava e as nuvens da dúvida se dissipavam. Geralmente eram coisas rotineiras, coisas simples, detalhes. Detalhes que não passavam despercebidos. Ela sempre prestava atenção nos detalhes e, numa singela e despropositada frase, soltava alguma coisa corriqueira e ele se encantava. Não era charme de Marcela, era o jeito dela. Atenciosa, cuidadosa, cirúrgica. Tinha o dom para sempre acertar no alvo e deixá-lo embevecido por alguns dias.
Outro dia ela havia dito que ele mal ficava no escritório. Aquilo o intrigou. Como ela sabia? Como se ela estava tão longe, em outra cidade, em outro estado a quilômetros de distância? Mas, ela notava. Sabia que ela se atentava para detalhes que muitos não atentavam. Ela sabia. Ela prestava atenção nele e não tinha nenhuma obrigação de fazer isto. Fazia porque gostava de Pedro. Era amizade no sentido puro da palavra, desinteressada, mas sempre preocupada com ele. Marcela lhe dava valor, lhe dava atenção. Algo que lhe faltava nos últimos tempos. E muito. E faltava de quem deveria ser apoio e suporte. Não nas últimas semanas, mas nos últimos meses, talvez dois anos. Pedro não conseguia precisar a data, mas isto não era importante.
Deu-se conta disto num dia banal, num momento rotineiro, mas com novas cores. A distância física era irrelevante. Marcela estava sempre nos seus pensamentos. O problema era a distância emocional de quem estava sempre do seu lado. Uma distância que a cada dia se tornava esmagadora, desgastante. Algo quase intransponível. A cada dia que passava, Pedro se convencia de que deveria tomar uma decisão logo, de que os caminhos haviam tomado rumos diferentes para não mais se cruzar no infinito. Seus passos não tinham mais horizonte.