quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Voar

Gosto muito de voar. Desde os tempos imemoriais da Pan Am - pioneira de voos intercontinentais, da época em que a Varig era um primor de serviço e orgulho de brasileiros nos voos internacionais,  da Vasp e da Transbrasil. Lembro-me do Electra na ponte aérea, fato que denuncia minha idade e sobre o fascínio que voar despertou em mim ainda bem criança.

Congonhas era um lugar para passeios esporádicos, para apreciar os aviões de perto. Meu fascínio por aviões brotou no berço, por vê-los decolar e aterrisar, manobrarem nos pátios dos aeroportos. Gosto do agito das pessoas nos aeroportos, onde vidas se cruzam apressadas, onde viagens são iniciadas, onde beijos sinceros são trocados, onde lágrimas são derramadas em despedidas demoradas, onde profissionais cansados retornam ao lar.

O tempo passou e voar não deixou de me encantar. Os aviões são apertados, os aeroportos tumultuados, o glamour se foi, mas a beleza de voar permanece. Apesar de todos os transtornos, apesar dos péssimos aeroportos brasileiros que (des)tratam os passageiros como se fossem uma commodity e não como a razão de ser das companhias aéreas, voar é um momento cheio de magia.

Acomodo-me na janela e admiro o que se desenha por debaixo do pássaro de aço. Qualquer viagem, não importa o destino, descortina uma visão nova do que se passa no solo. Estradas que serpenteiam morros e serras, o mar a beijar o litoral e por vezes delineado por dunas ou montanhas, rios que rasgam o solo como veias a irrigar suas margens e desaguar no mar, formas geométricas que acarpetam o chão plantado com o pujante agronegócio pelo Brasil a fora. A visão do alto tem seu lado poético e inspira a admirar ainda mais este nosso país que é  "bonito por natureza", como canta Jorge Benjor.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Escrever é experimentar!

O exercício de escrever é uma viagem interior, um mergulho no próprio eu. Por que não experimentar?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ultrapassando limites



O Monumento às Bandeiras é um dos símbolos de São Paulo. Escultura de autoria de Victor Brecheret,  o monumento fica ao lado do Parque do Ibirapuera e retrata os bandeirantes que desbravaram o sertão brasileiro e foram responsáveis pela expansão do território nacional. O monumento amanheceu pichado e pintado com tinta vermelha na última quinta-feira. Uma afronta ao patrimônio público paulista e um daqueles crimes que parecem ser relevados pelas autoridades.

A autoria é conhecida. Um grupo de indígenas que se manifestaram na av. Paulista contra uma PEC (projeto de emenda constitucional) que prevê alterar a competência para a demarcação de reservas indígenas foi a justificativa da manifestação. Terminaram sua caminhada no Monumento às Bandeiras e perpetraram o delito. Revoltam-me profundamente os atos de pichação e depredação de patrimônio público. Manifestação tem limite e este limite foi ultrapassado neste caso!

Na mesma linha é preciso restringir a conduta dos chamados Black Blocs, grupo de mascarados que se autointitulam como anarquistas, mas são na verdade baderneiros sem causa e que lutam contra a ordem estabelecida, ou seja, não seguirão o caminho da legitimidade para levar a cabo as mudanças que propõem. Manifestações que terminam com depredação e violência são uma afronta ao regime democrático e devem ser repelidas - as depredações, é claro. A liberdade de manifestação é ampla, mas quando se ultrapassam os limites da razoabilidade e da ordem, o Estado deve agir e restabelecer a ordem.

Não há causa que justifique a pichação e a depredação do patrimônio público ou privado.