terça-feira, 16 de outubro de 2007

Conto: Semeadora de Sorrisos



SEMEADORA DE SORRISOS


A menininha de óculos vermelhos corria, pulava e sorria no tanque de areia do Bosque do Morumbi, sob o olhar atento do pai, tranquilamente sentado num banco sombreado pelas frondosas árvores do parque. Junto com ela, o irmão puxava um pequeno caminhão de plástico, enchendo a caçamba de areia e despejando em seguida para construir um castelo.

Uma manhã de sol tranqüila com o parque pululando de pequeninos, babás, pais e mães. O tempo corria lentamente e o pai não deixou de lembrar de sua época de criança. Bons tempos! Tudo se resumia a brincar, a inventar amigos imaginários e cenários para as brincadeiras. O tempo era medido pelas horas lúdicas, os dias pelos passeios e os fins de semana pelas visitas aos avós. Tudo era mais simples.

Aninha despertou-o do transe com uma pergunta:

- Pai, por que todo mundo ri para mim? Eles estão rindo dos meus óculos?

Com um olhar terno e cheio de confiança, o pai respondeu:

- Eles não estão rindo de você, estão sorrindo para você. Todo adulto, quando vê uma menininha linda e alegre sorri. As crianças trazem esta alegria para os adultos. As crianças fazem os adultos voltarem a ser criança, só que grandes. Vou te contar um segredinho. Quando nasce uma criança, o Papai do Céu lhe dá um poder mágico. O poder de semear sorrisos por onde a criança passa. E as sementes não acabam nunca. Elas só acabam se você quiser que elas acabem, se você deixar de ser criança, se você deixar de sorrir como criança. Se continuar sorrindo, as sementes vão sempre existir e todo mundo vai continuar sorrindo para você. Você, minha filha, será uma semeadora de sorrisos pelo mundo. Mas, agora, já é hora de ir embora. Vamos chamar seu irmão.

- Pai, quero colo! – pediu Aninha sorrindo.

- Mas uma meninona deste tamanho querendo colo! Tá bom, vai.

E ela pulou no colo do pai e abraçou-lhe bem forte.

- Quando eu for grande, você não vai mais conseguir me carregar no colo, então tenho que aproveitar. – e riu deliciosamente.

2 comentários:

Edna Federico disse...

Conto leve e que me trouxe uma sensação de felicidade, muito bonito!

disse...

Que benção ter por perto uma semeadora de sorrisos!
Beijos