quarta-feira, 29 de julho de 2009

A lei da banana


Uma das coisas que mais me deixa indignado, que mais me revolta são aqueles atos de governo que invadem a nossa liberdade. Quando digo nossa, refiro-me a todos os cidadãos pessoas físicas e a todos aqueles que exercem atividade econômica.

O governador José Serra é uma destas pessoas que gosta de regular e de botar as garras do Estado na liberdade privada. Primeiro foi a lei antifumo, que na minha modesta opinião é exagerada. O governador usou-se de uma implicância pessoal para generalizar e estender a regra a todos que estiverem dentro do Estado de São Paulo.

Agora, Serra foi mais longe: sancionou uma lei que proíbe a venda de banana por dúzia em todo o Estado de São Paulo. A notícia pode ser lida no portal G1. Será que o governador não tinha nada mais importante para regular?

A feira livre é um exemplo clássico de mercado livre. Ou pelo menos, era até ontem. Na feira livre qualquer um pechincha, chora preço, negocia. Se você resolve ir no final da feira, as mercadorias à venda têm preço mais baixo e são de qualidade inferior. O feirante cria uma relação direta com o consumidor, uma relação de confiança, como no comércio antigo dos mercadinhos, quitandas, armarinhos, açougues de bairro. Cheguei vivenciar isto na minha infância não tão distante.

Agora não há mais liberdade para vender banana! O feirante vai ter que pesar a fruta. E quem vai garantir que a balança está correta? Quem vai fiscalizar isto tudo? Por que mexer em algo que funciona tão bem? Quantas reclamações há no Procon contra um feirante que vende banana?

O prejuízo será do consumidor. A regulação vai aumentar o preço da banana. Péssima ideia do governador Serra que de tempos em tempos tem suas recaídas de burocrata. Esta lei da banana é triste!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A bolsa da ministra


A foto acima foi pulicada no "Globo" na semana passada. Uma ótima fonte informou-me que a ministra Dilma Roussef traz consigo uma bolsa Hermés que custa a bagatela de R$ 14 mil!


Tudo bem, eu sei que uma mulher não resiste a uma bela bolsa, a um belo par de sapatos, mas você gastaria o equivalente a um mês e meio de salário numa bolsa?


O mais perturbador é o fato dela ser funcionária pública. E o seu chefe já disse que "matar é uma coisa, pedir emprego e usar dinheiro público é outra muito diferente". Fica sempre aquela dúvida: será que ela comprou a bolsa ou ganhou de alguém? Se ganhou, será que esse alguém tinha interesse em algum projeto do governo ou era só um mancebo fazendo um agrado para conquistar o coração terno da ministra?


A turma da ministra sempre ganha bons presentinhos. Lembram-se da Land Rover do Silvinho? Das viagens de jatinho do Zé Dirceu?


A revolucionária agora cedeu ao capitalismo burguês e faz parte das tão odiadas "elites". Neste país, convicção e princípio tem preço.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Crônica: Doce Veneno - Parte 2

DOCE VENENO - Parte 2

(Parte 1)


Saí caminhando pela rua levemente confusa. Não queria ir além do beijo. Não queria ultrapassar limites impostos a mim mesma e que só o tempo seria capaz de ruir. Será que ele me interpretou corretamente? Será que ele não gostou do meu beijo? Será que ele se decepcionou comigo? Será que ele iria sumir depois de todos aqueles anos me esperando, esperando que aceitasse o convite dele e deixasse de lutar contra suas investidas?

Interrompi aquele espiral de insegurança e lembrei do seu abraço. Lembrei dos seus lábios buscando os meus. Recordei aquelas mãos tocando minha pele. E aquele olhar que me envenenou. Suspirei aliviada. Não havia qualquer razão plausível para dúvida; mas ela existia e martelava-me enquanto dava passos lentos pela rua. Aquela cena iria se repetir. Fui tomada de uma segurança e altivez raras. Ele havia me conquistado, ainda que eu dissesse o oposto. Ele havia trilhado o caminho do meu coração e derrubou cada obstáculo que lancei no caminho. Ele foi persistente, hábil, delicado, cirúrgico. Mas será que o encanto se evaporaria depois daquele beijo?

Comecei a falar sozinha no meio da rua. Não havia muitas pessoas por perto. Alguns olharam torto, tendo-me por maluca. Estava indiferente a tudo que circundava. Meu mundo era meu. Meu mundo era ele. Dane-se o exterior que não compreende minha dor, minha alegria, minha vontade de gritar e pular e dançar. Só ele sabe o poder que tem sobre mim e como me faz sentir. Suspirei profundamente e disse seu nome em voz alta. Um suspiro que pedia mais e mais. Um suspiro de entrega.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um abraço


Todo encontro começa com um abraço. Demorado, apertado, braços entrelaçados. Abraço que custa a se desfazer e que deixa na memória detalhes. Cada abraço é diferente. Sempre novo e cheio de energia. Cada abraço, sonhado ou real, acelera o coração do amigo.

Como escreveu certa vez um conhecido escritor em um de seus Diários, não venho aqui para matar saudades e falar de memórias. Venho para reavivar a memória e nutrir o sentimento bom de estar contigo, meu amigo. Criar novas memórias, novos sorrisos, novos momentos, novas lembranças. Um abraço é o ponto de partida.


Abraço carinhoso, caloroso. Abraço que silenciosamente não se quer nunca esquecer. Abraço que não quer se desmanchar. Abraço que não ata, nem prende, mas amarra a alma com um calor que só o amigo traz consigo no peito. Abraço que deixa saudades, junto com o perfume da pele, do roçar dos cabelos.

Abraço que encerra o encontro e convida a esperar por um outro próximo. Até mais, meu amigo. O abraço se desfaz, mas o coração guarda cuidadosamente o sentimento vivo.

A todos os amigos que passam por este blog, o meu abraço. Feliz dia do amigo!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sem noção

Para rir um pouco, antes de voltar a temas sérios. A conversa é de um programa de rádio português e a moça está um tanto perdida, ora, pois.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Herói


Domingo à noite. Tarde, quase onze horas. Passo pelos canais da televisão sem rumo até que me hesito na TV Cultura. Um homem falava de filosofia. Parei e atento passei a escutar. Tratava-se do Café Filosófico – que nunca tinha assistido – e o palestrante era Luiz Felipe Pondé. O nome não me pareceu estranho. Dei-lhe a atenção que merecia.

Acho surpreendente quando refletimos sobre algo, chegamos a alguma conclusão, meio por dedução, meio por intuição, e nos deparamos com alguém que conhece do assunto discorrendo sobre o assunto e chegando ao mesmo ponto em que concluímos.

Luiz Felipe Pondé falava de heroísmo, medo e coragem. Reproduzindo livremente o que ele disse, Pondé afirmou que o herói não precisa de plateia. Quem precisa de plateia é o narcisista, não o herói. O herói é aquele enfrenta seus medos diários e segue em frente, oculto, silencioso. Todos nós podemos praticar atos diários de heroísmo na nossa rotina, nosso trabalho, nas nossas vidas.

Posto de forma simples – e lógica – o medo é inerente ao ato humano. A coragem não está em ignorar o medo , ou deixar de senti-lo; a coragem está em enfrentar o medo e seguir adiante. Tenho pensado muito no medo, na mudança, na coragem, no fracasso nestes últimos dias, refletindo sobre o assunto. Parece que Pondé repetia o que havia concluído – de forma mais elaborada e culta, claro – cá com meus botões.

O herói caminha por entre nós, discreto, imperceptível. O ato praticado é rotineiro, é um constante vencer tudo aquilo que enfraquece a nossa vontade, que nos paralisa, que nos deixa inertes diante de um momento que exige ação. Uma mãe que educa o filho sozinha, um pai que ensina o filho a lutar contra a corrente, um empresário que rejeita uma negociação à margem da lei, um político que rejeita uma propina (coisa rara, talvez inexistente neste nosso Brasil), o tímido que se esforça por vencer sua timidez e tantos outros exemplos que cada um de nós pode apontar.

Todos estes exemplos são de heróis que passam despercebidos, mas heróis no verdadeiro sentido do termo. Esqueçamos o a forma coloquial de definir o herói e abracemos o nosso dia de forma heroica.


OBS 1.: plateia não tem mais acento. Herói ainda tem acento. Heroico(a) não tem mais acento. Minha fonte é o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro : Cia. Editora Nacional, 2008).

OBS 2: No dia seguinte, lembrei de onde ouvira o nome de Luiz Felipe Pondé, ou melhor, lera um artigo dele. Foi na Dicta&Contradicta número 1 e o artigo é Um punhado de pó.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Crônica: Doce Veneno - Parte 1

DOCE VENENO - Parte 1

Parei diante da porta de correr da varanda que estava aberta. A brisa do mar soprava leve. Estava imersa em pensamentos, que dissipavam minha ansiedade e minha aflição de estar no quarto dele. Sozinha com ele naquele quarto de hotel. Enfim, a sós com ele. Não sei de onde me veio a coragem, não sei se foram as palavras dele ou se cansei de resistir e o coração falou mais alto. Estava nervosa e ele notou. Tentei disfarçar, mas ele notara. Ele tinha esta capacidade de ler meus pensamentos, de decifrar tudo que se passava no meu âmago.

Não percebi quando ele se aproximou por trás, com passos leves, e abraçou-me de um jeito todo delicado. Seus braços me enlaçaram e ele me puxou contra seu corpo. Aninhou seu queixo sobre meu ombro. Sua respiração quente acariciava meu rosto, seu coração batia acelerado e naquele instante o temor desapareceu de forma mágica. Não disse uma palavra. Nem ele. Não era preciso. Sabia o que ele pensava. Virei meu rosto e beijei sua boca. Aquele beijo que há tempos ansiava e esperava deixou minhas pernas trêmulas. Se não me apoiasse nele, teria caído.

Virei-me para ele e o beijo se tornou mais profundo. Havia um doce veneno naquela boca que percorreu todo meu corpo, aquecendo minha pele e provocando uma deliciosa taquicardia. Sabia que se provasse daquele veneno cairia em sua teia, entregue, vencida pelo tempo, pelas palavras, pelos gestos, pelos carinhos. Se morresse naquele momento, morreria a mulher mais feliz do mundo.

Suas mãos percorriam minhas costas até meus cabelos e abracei com mais força. Nossas línguas brincavam explorando a boca que se oferecia como um manjar dos deuses, doce, sublime, inebriante. Entorpecida, esqueci de tudo que havia a minha volta. Meus pensamentos davam cambalhotas de alegria e de medo, temerosa do que viria a seguir. Ele percebeu meu medo, interrompeu o beijo, olhou-me nos olhos, com um olhar todo seu, com um olhar penetrante que lia minha alma e me dissecava. Um olhar que me inundou de uma paz interior indescritível. Um olhar que afastou todo o medo que sentia. Um olhar que apaziguou minha ansiedade e revelou-me que tudo o que imaginava sobre ele era verdadeiro.

Aquele homem havia aberto um novo capítulo em minha vida. Surgido do nada, ao acaso, agora ele escrevia páginas e mais páginas que gritavam por palavras e por estórias. Havia me esquecido o que era sentir o que senti naquele curto espaço de tempo em que perecia levitar.

Abracei-o com toda a força que tinha e sussurrei no seu ouvido:

- Obrigado. Muito obrigado por você existir!

(continua)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Renovação

A natureza tem sua sabedoria. As estações se sucedem, num constante renovar da vida. A flor murcha, morre e dá a semente; que morta brota uma nova fase, uma vida renovada. Tudo parece renovar-se constantemente, num movimento contínuo e repetido, mas que muitas vezes não percebemos.

Por que será que somos tão avessos às mudanças? Por que será que somos tão reticentes em aceitar se renovar, em aceitar mudar? Por que será que somos tão temerosos das mudanças e do desconhecido que elas nos fazem enfrentar?

Há momentos para se renovar. É preciso se renovar, mudar, seguir em frente. E há momentos em que uma palavra certeira, de quem nos conhece tão bem, traz consigo vida nova e renovada. Ânimo novo para batalhar e perseguir nossos sonhos.

Cada fim é a semente de um novo começo. Palavras tão verdadeiras!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mundo sustentável


"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta
?"
A pergunta acima foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...
Muda-se o enfoque e parece que atingiu-se o cerne do problema. Educação, exemplo e respeito pelos outros são o caminho para um mundo sustentável, do ponto de vista ambiental e humano.