sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Boca no Trombone



OAB

Ontem foi realizada a eleição para a presidência da OAB em São Paulo. O voto é obrigatório. A cédula é em papel. A ausência não justificada acarreta multa de 20% da anuidade.

Sou contra o voto obrigatório para qualquer eleição e para a OAB sou mais contrário ainda. Gastei 2 horas do meu dia, enfrentando trânsito, para votar num candidato que não será eleito. Sempre voto na oposição, e ela nunca ganha. Aliás, a cidade parou exatamente por causa da eleição da OAB que deu um nó no trânsito. 

Com o advento do processo eletrônico, onde o processo em papel é substituído por arquivos digitais e o advogado deve assinar as petições com certificado eletrônico, por que a OAB não implementa o voto por certificado digital? Seria mais barato, mais eficiente, mais sustentável e mais cidadão.


Ajato

Tive problemas com a internet do escritório. Bem, a Ajato vai perder um cliente. Conseguiram me tirar do sério. O modem foi para o espaço na quarta-feira à tarde, por volta das 16:30. O primeiro agendamento técnico foi feito para quinta à tarde. O técnico não apareceu. Reagendado para dia 30, no período da manhã. Novamente, nem sinal do técnico. 

Liguei reclamando e justificaram que o técnico não havia localizado o endereço, havia entrado em contato e não havia ninguém. Sem paciência, respondi objetivamente: "É mentira! Como ele teve dificuldade para localizar o endereço?"

Em termos equivalentes, seria a mesma coisa que morar em qualquer cidade do interior e chamar um guincho para rebocar um carro na praça da Matriz. Impossível não localizar o endereço. A Av. 9 de Julho em São Paulo é um destes endereços.

Mas minha maior diversão veio numa das ligações - não tenho muita paciência para protocolos, repetições de roteiros pré-estabelecidos e ineficiências na prestação de serviço. Então, vamos à estorinha:

- Qual o seu nome, senhor?

- Renato. - respondi em voz firme e pausada.

- Então, Sr. Evandro, seu agendamento...

- Meu nome é Renato. - interrompi gentilmente

- Certo. Seu agendamento está programado para a parte da manhã. O técnico tem até as 12 horas para efetuar o atendimento, Sr. Eugênio.

- Meu nome é Renato! - repeti em voz mais alta.

- Ah, Sr. Renato, agora eu entendi. Não havia entendido antes.

- E que diferença faz você saber meu nome. Isto não importa, o que importa é que mandem um técnico consertar o modem. Se meu nome é Zuleika, Petrônio ou José, isto não faz diferença.

- Ah, faz sim. Sabendo seu nome o atendimento é muito mais personalizado.

- Se o atendimento é personalizado, por que o técnico não aparece para consertar o modem?

- Um minuto, senhor. 

Fez-se silêncio e o atendente não disse meu nome.

Eu nunca vi um serviço tão ruim como do Ajato. A minha próxima ligação (depois de 8 protocolos e umas 6 ligações) será para cancelar o serviço.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Microconto - XII



Tudo corria bem no início daquele encontro, que deveria ser a paz, reatar o namoro e reacender a paixão. Ambos mediam as palavras, cuidavam para que nada fosse intepretado de forma equivocada e não soltasse qualquer faísca capaz de destruir tudo de novo.

Ela pediu um refrigerante ao invés do tradicional chopp. Na lata, o nome da amiga dele que provocara o recente terromoto no relacionamento. Sem palavras, ela se levantou e partiu. Nunca mais se falaram.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu sou contra




EU SOU CONTRA...

14o. e 15o. salários para Senadores;
o Senado usar verba própria para pagar o imposto de renda dos Senadores;
as críticas que o Supremo Tribunal Federal vem recebendo no julgamento do Mensalão, ou Ação Penal 470 para os réus;
a censura;
qualquer controle da imprensa ou de qualquer legislação que tente impor controle ou limite a liberdade plena da imprensa no Brasil;
a violência e a politização da violência em São Paulo;
o mau humor e caras fechadas;
a nomeação de secretários municipais que respondam a processos por improbidade administrativa, como é o caso da indicada por Fernando Haddad para a secretária da educação;
a venda de ingressos da Copa do Mundo para beneficiários do Bolsa-família;
as quotas nas universidades, no serviço público e em qualquer lugar;
a discriminação racial;
a classificação usada pelo Governo Federal de que toda família com renda superior a R$ 100,00 é considerada integrante da classe média;
o desmonte do setor elétrico no Brasil capitaneado por Guido Mnatega;
o Brasil preguiçoso;
o analfabetismo e a má aplicação de recursos públicos na educação;
a saúde pública precária;
quem não fala bom dia no elevador e esquece de cumprimentar o porteiro, o zelador, o manobrista...;
quem não sabe rir!

Não sou pessimista, sou apenas um realista convicto que trabalha, pensa e não abraça a mediocridade reinante que comanda este país nos últimos 10 anos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mudar, navegar


Mudar é difícil, penoso, custoso. A lista de palavras com tom negativo é infindável. Talvez para um engenheiro ou um homem de exatas resumiria a questão numa fórmula bastante simples: qualquer alteração da inércia exige força e trabalho. A física é uma perfeita analogia para descrever o que se passa dentro do ser humano. Entramos na rotina, seguimos a corrente, adquirimos hábitos e vícios, qualidades e defeitos. E de repente, deparamo-nos num lugar distinto do destino final que havíamos projetado. É hora de mudar.

Nesta hora, não adianta culpar os outros, buscar as desculpas em forças externas. É fácil encontrar mil razões para a manutenção da inércia. Mas agora, só resta mudar e a mudança tem que começar de dentro.

Somos tomados pelo medo, algo tão natural diante do desconhecido e do incerto. O medo atua como a força, como o atrito determinado a manter a inércia. O medo adora roubar sonhos. Mas agora, só resta mudar, navegar, seguir adiante em novo rumo.

Nestas horas, quando a esperança parece desaparecer no túnel escuro, quando os pés pesam como se atravessássemos um lodaçal, quando o ânimo recrusdeceu, deixando apenas um leve aroma, é preciso seguir, batalhar, lutar contra os inimigos internso, acreditar que depois da noite, vem o dia.

Superar, viver, lutar. Obstáculos sempre aparecerão, mas não devem ser capazes de sabotar o sonho. 

É difícil mudar, é difícil lutar, é difícil perseverar, mas a vida o exige, o sonho o exige. Tomando a liberdade de alterar o verso de Fernando Pessoa, às vezes, é preciso viver e não apenas navegar.