terça-feira, 31 de julho de 2007

Músicas e devaneios

A Edna me convidou - ou desafiou - a fazer uma lista de músicas que embalam meus devaneios, que trazem à tona boas memórias e bons momentos. Em outras palavras, se fosse fazer um filme da minha vida, esta seria a trilha sonora. Fazer uma lista curta é muito difícil, pois prendo-me mais a artistas do que a músicas. A minha trilha sonora varia conforme o dia, o clima e meu ânimo. Uma música alegre e dançante no final do dia pode ser ótima para levantar o astral num dia meio macambúzio.


Há cerca de 1 ano, mergulhei de cabeça para renovar minha trilha sonora. Redescobri músicas, CDs e novas bandas, e aventurei-me pela música digital, tudo graças a uma ajuda inestimável. Comprei um iPod de 4 gb em dezembro e já lotei o trekinho. Meu itunes (programa da Apple para organizar arquivos digitais de música, muito melhor que o Windows Media Player) tem mais de 1100 músicas. Sinal de que já vou ter que fazer um upgrade no meu iPod. Mas chega de enrolação e vamos lá. Vou dividir as músicas por fases.

Antigas
1. With or without you, U2. O álbum Joshua Tree, de 1987, foi a minha descoberta do U2.
2. Don´t you forget about me, Tears for Fears.
3. (I´ve had the) Time of my life, da trilha sonora do filme Dirty Dancing. Nunca assisti ao filme, mas a trilha sonora é fantástica.
4. Your Song, Elton John.
5. If you leave, Nada Surf.
6. Against all odds, Phill Collins.

Não poderia deixar de incluir também New York na voz de Frank Sinatra. Um clássico que toca em toda festa de casamento e que convida a dançar.

Das mais velhinhas, incluo também The Police e Sting, Genesis, A-ha, Eagles, Fleetwood Mac.

Recentes
1. Bendita tu Luz, Maná.
2. Everything, Michael Bublé.
3. Worn me down, Rachael Yamagata.


De um modo geral as músicas das seguintes bandas: Keane (Crystal Ball, Somewhere only we know), Coldplay (Speed of Sound, Clocks), Snow Patrol (Open your eyes), James Blunt (You´re Beautiful), John Legend (PDA/We just don´t care) e Michael Bublé (todas!).


Não vou ser machista. Adoro Celine Dion, Diana Krall e Corinne Bailey Rae. Skye é outra cantora que tem músicas excelentes.

Nacionais
1. Velha Infância, Tribalistas. Letra maravilhosa e música que diz tudo.
2. Pra dizer adeus, Titãs.
3. Nem um dia, Djavan. Poderia incluir várias do Djavan, mas esta é minha preferida.
4. Como eu quero, Kid Abelha. O CD Acústico MTV do Kid Abelha tem várias músicas que curto. Levam-me no tempo de volta à adolescência, mas permanecem vivas agora que sou mais velhinho.

Sou fã de Daniela Mercury desde o início da carreira dela e tenho uma certa dificuldade em separar uma única música dela. Gosto de todas e são ótimas para levantar o astral.

Acho que é isto. Já enrolei 5 dias para terminar este post, mas vou parar por aqui.

Repasso a corrente para a Fabiola e a Simone.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Era do Gelo

O título deste post daria uma bela crônica, mas o frio que tem feito em São Paulo nestes últimos dias é condizente com o título. Até no Rio a mínima ficou abaixo dos 10 graus. Se eu estou congelando, fico imaginando nossos amigos cariocas!

Tudo bem que as condições climáticas estão confusas, mas não me venha falar de aquecimento global nestes dias....um calorzinho não ia matar ninguém! Pelo visto é só por alguns dias, já que a previsão prevê temperaturas mais amenas no final da semana. É esperar para ver.

domingo, 29 de julho de 2007

Na Toca

Fim de semana de muito frio em São Paulo. Ontem pela manhã estava 12 oC e hoje 9 graus, sem sol e com vento gelado e úmido. Este tempo lembrou-me do período em que morei nos EUA e este tempo era comemorado no final do inverno. Na cidade onde morei, a temperatura mergulhava abaixo dos 10 graus Celsius no final de novembro e só voltava a subir no começo de abril. Mas como as casas têm calefação e aquecimento, você sente muito menos frio lá do que aqui.

Aproveitei este final de semana para dar uma saidinha até uma boa livraria e escolher minhas próximas leituras - acabei de ler O Mar, de John Banville hoje - e ficar muito tempo em casa lendo e ouvindo música. Aliás, este tempo me lembra de uma música do Djavan (Nem um Dia) que tanto gosto. Esta é uma das que faz parte da lista de músicas que me fazem sonhar (Edna não esqueci da corrente e prometo responder nos próximos dias).

E como diz a letra: "um dia frio/ um bom lugar para ler um livro/ e o pensamento lá em você" e volto a mergulhar na leitura.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Um olhar virtual


Nada substitui um olhar real, olho no olho, o sentir um carinho na pele, andar de mãos dadas, um abraço sincero. O real não é sucedâneo do virtual, mas no mundo de hoje, as formas de se comunicar mudaram. O conhecimento e a atração entre pessoas se dava com um prepoderante elemento visual. Ora era a beleza, ora o charme ou a elegância, ora a inteligência perceptível num determinado encontro social.

Aonde quero chegar com isto? Li no blog da Lila uma abordagem interessante sobre a beleza e a influência da mídia na formação do padrão de beleza, o que vou deixar para abordar em outro post. Homens e mulheres dão importância diferente à beleza no sexo oposto. Enquanto os homens são mais atraídos pela beleza estética, as mulheres parecem dar maior importância a outros traços de personalidde dos homens. Talvez mais perspicazes do que nós homens, não se deixam levar por um simples rosto bonito sem conteúdo.


Interessante notar como a mudança nas formas de comunicação alteraram este padrão de conduta. Há diversos livros de psicólogos que tratam de relacionamentos surgidos por intermédio da internet. Em outras palavras, pessoas que se conhecem sem se ver. Amizades e namoros surgem entre pessoas que só vão ter contato pessoal e real depois de muitas conversas. O vínculo emocional e afetivo é criado independente do contato visual, ou seja, a forma de atração muda e por consequência, a beleza se torna muito mais relativa, pois passamos a conhecer a pessoa como ela é por dentro (antes que alguém alerte sobre os perigos destes contatos, eu sei que há muita mentira e que é preciso ter cuidado, mas partamos da premissa de que as pessoas estão sendo sinceras).


Em épocas em que se esperava dias por uma carta, hoje um email chega rápido, um recado no orkut é instantâneo e um torpedo nos alcança em qualquer lugar. Ainda que diferentes, ainda que intermediados por meios eletrônicos, o impacto ou benefício destas mensagens é equivalente. Como é bom receber um email de um amigo ou amiga que não tínhamos notícia há tempos, como é bom começar o dia com um recadinho e como é bom saber que somos lembrados por amigos.


Nada substitui o real, mas o que parece virtual reflete no real, ainda que não estejamos lá para apreciar o sorriso e a alegria de quem recebe nosso carinho.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Pablo Neruda : A Lua no Labirinto



A LUA NO LABIRINTO


Pouco a pouco e também muito a muito

me aconteceu a vida,

e que insignificante é este assunto:

estas veias levaram

sangue meu que poucas vezes vi,

respirei o ar de tantas regiões

sem guardar para mim uma amostra de nenhum

e afinal de contas já o sabem todos:

ninguém leva nada de seu

e a vida foi um empréstimo de ossos.

O belo foi aprender a não se saciar

da tristeza nem da alegria,

esperar o talvez de uma última gota,

pedir mais ao mel e às trevas.


Talvez fui castigado:

talvez fui condenado a ser feliz.

Fique afirmado aqui que ninguém

passou perto de mim sem me compartir.

E que meti a colher até o cotovelo

numa adversidade que não era minha,

no padecimento dos outros.

Não se tratou de palma ou de partido

mas de pouca coisa: não poder

viver nem respirar essa sombra,

com essa sombra de outros como torres,

como árvores amargas que o enterram,

como pancadas de pedra nos joelhos.


A tua própria ferida se cura com pranto,

a tua própria ferida se cura com canto,

mas a tua porta mesmo se dessangra

a viúva, o índio, o pobre, o pescado,

e o filho do mineiro não conhece

o seu pai entre tantas queimaduras.

Muito bem, mas o meu ofício

foi

a plenitude da alma:

um ai de gozo que te corta a respiração,

um suspiro de planta derrubada

ou o quantitativo da ação.


Eu gostava de crescer com a manhã,

embeber-me de sol, com pleno gozo

de sol, de sal, de luz marinha e onda,

e nesse avanço da espuma

fundou meu coração seu movimento:

crescer com profundo paroxismo

e morrer se derramando na areia.


(Antologia Poética. trad. Eliane Zagury. 14a. ed. Rio de Janeiro : José Olympio, 1996, p. 229-230)


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Dicas da Dani: Joss Stone

Joss Stone é uma jovem cantora inglesa com uma voz fantástica.

Lançou Introducing Joss Stone, seu terceiro álbum, que traz uma mistura eletrizante de soul vintage, R&B "anos 70", harmonias no estilo dos grupos femininos da Motown e ritmos de hip-hop. Produzido por Raphael Saadiq (D´Angelo, The Roots e Macy Gray), o trabalho foi gravado nas Bahamas, e mixado no lendário estúdio Electric Lady, na cidade de Nova York, contando com participações especiais dos rappers Novel e Common, da cantora do Fugees Lauryn Hill, além de Beau Dozier, filho da lenda da Motown Lamont Dozier, com quem Joss trabalhou em seu último álbum, o disco de ouro Mind, Body & Soul, de 2004.

O vídeo traz o sucesso Right to be Wrong, do álbum de 2004. Vale a pena conferir!



sábado, 21 de julho de 2007

A tragédia e a vida

Todos ficamos consternados, assustados, entristecidos, tocados com o acidente aéreo desta semana. Não conhecia passageiro ou tripulante que estivesse no vôo, diferentemente do acidente com o Fokker 100 da Tam em 1996.

Ouvi de vários conhecidos histórias de pessoas que estavam no Airbus 320, de amigos tinham conhecidos e amigos no fatídico avião que explodiu na 3a. feira. Uma jovem que ligou para o namorado informando que voltaria de Porto Alegre num vôo mais cedo. Um funcionário de uma empresa que resolveu não antecipar seu vôo para não chegar em São Paulo na hora do rush. Histórias assim serão muitas: uns perderam o vôo, outros estavam nele.

A pergunta para muitos parentes, familiares e entes queridos é única: por quê?

Não sei a resposta, mas estou convencido - e acredito profundamente nisto - de que quando é chegada a nossa hora, não como fugir deste compromisso. O ser humano nasce com uma única certeza: a da morte. Todos morreremos um dia. Um dia. Um dia que não sabemos quando será, nem como será. Sabemos apenas que morreremos. O final de tudo para uns, uma passagem para outros.


Evitamos pensar na morte, alguns por medo, outros por simples desprezo. Algumas pessoas têm pavor de velórios e cemitérios. Mas a morte um dia visitará e a morte de um ente querido causa profunda dor e sofrimento. Uma sensação de impotência, de um enorme vazio, de um silêncio profundo.


A dor amadurece o ser humano, ajuda a lapidar o caráter, fortalece o espírito. O momento é difícil, o luto é uma dor intensa e das maiores que o ser humano pode experimentar, mas ajuda-nos a crescer e a olhar a vida com outra perspectiva, uma perspectiva de que tudo é passageiro e efêmero. Um dia partiremos e precisamos viver com este horizonte claro em nossas mentes.


O dito popular "não deixe para amanhã o que pode fazer hoje" não se refere apenas à preguiça, mas também a abraçar a vida e o momento. Não deixe de dizer aquela palavra carinhosa, não deixe de sorrir, não deixe de dar valor àquele amigo, não deixe de mandar aquela carta ou fazer aquele telefonema...a preguiça pode nos tirar a última oportunidade de fazer algo bom, de mostrar e dividir o amor e a amizade.


A morte nos ensina que é preciso viver e não apenas passar pela vida.

O gesto de Marco Aurélio Garcia

Estou ficando com preguiça de me indignar, cansado de ouvir besteiras e perceber que tudo que é previsível acontece. Prometo que não vou só ficar falando de política neste blog, mas sinto uma obrigação moral de escrever, de gritar, ainda que sejam poucos os ouvidos a que cheguem minhas palavras.

O gesto obceno praticado pelo assessor do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, repete a postura da ministra Marta Suplicy: ambos demonstram o descaso pela população, pelo bem comum, por um país melhor, pela sensibilidade humana num momento de consternação geral. Marco Aurélio Garcia demonstrou que só estava preocupado com a imagem do governo, com a luta contra a imprensa e à oposição. Não há nenhuma preocupação conosco, os brasileiros.
Que a imprensa se precipitou em atribuir como causa exclusiva do acidente a falta de grooving na pista de Congonhas, não há dúvida, mas agir como agiu o Sr. Marco Aurélio Garcia é imperdoável.

Quem quiser ver o gesto, basta procurar no Youtube. Eu não vou incluir o vídeo em respeito às vítimas e aos seus familiares e amigos.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Calaram o Jabor!


A Edna e a Simone criticaram o meu apoio às vaias do Maracanã. Acho que as vaias do Maracanã foram uma manifestação legítima de liberdade de expressão e do que pensam as pessoas que vaiaram. Eu vaiaria também se ali estivesse. Respeito, porém, as posições contrárias.


A minha preocupação - e vou usar este espaço para divulgar - é com as formas silenciosas e disfarçadas com que este Governo tenta calar a oposição ou quem não concorda com as posições do Governo. Quem discorda do Governo é considerado golpista e anti-democrático. Hoje recebi este email e transcrevo. Não sei quem é o autor, mas chequei as informações antes. Leiam e formem sua própria opinião.


" *TEM CHEIRO PERIGOSO NO AR !!!!!*


Independentemente do partido político com o qual você simpatize, é preciso divulgar esta notícia! Voltar à ditadura será o cúmulo, nesta altura de nossas vidas. Realmente estamos sob um novo AI-5; este, agora, o do Lula.


O Boris Casoy foi calado, despedido por ordem do Lula.


Agora o Jabor foi processado, condenado, calado por ordem do Lula.


É um escândalo !!!


A imprensa divulgou a sentença que condenou o Jabor a pagar indenização por danos morais, dois dias antes de o Juiz assinar a sentença. Agora o Jabor foi calado na CBN.


O Diogo Mainardi, além de processado, sofreu ameaças de morte no jornal do MR-8 (da base aliada do Lula).


Há Medida Provisória enviada pelo Lula ao Congresso, instituindo a censura prévia aos programas de radio e TV. Estão gritando CENSURA PRÉVIA, que ocorrerá inclusive com os programas jornalísticos. Os censores já estão nomeados. São eles jovens estudantes da Universidade de Brasilia (todos petistas é claro). Agora só faltam as torturas e os desaparecidos. Vamos denunciar isto pela internet e por todos os meios que pudermos!


*VAMOS REPASSAR!!!* NÓS, BRASILEIROS E PATRIOTAS, DEVERÍAMOS SER 160 MILHÕES DE JABORES PARA GRITAR CONTRA ESSA BADERNA POLÍTICA E TANTOS DESMANDOS QUE EXISTEM NOS PODERES DA REPÚBLICA


*_Tem cheiro de ditadura no ar !_*


Comentário de Dora Kramer, Estadão de Domingo: "A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa e de expressão, configurando-se, portanto, um ato de censura."


Em outro trecho: "Jabor faz parte de uma lista de profissionais tidos pelo Presidente Lula como desafetos e, por isso, passíveis de retaliação à medida que se apresentem as oportunidades!"

Fiquemos antentos, estes tempos são tempos estranhos. Eu cansei!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Poesia: SE



SE


Se não fosse você, meus dias seriam preto e branco, sem cor

Se não fosse você, ouviria sons em mono, sem graves e agudos, sem profundidade

Se não fosse você, minhas noites seriam de eterna lua nova, sem luz

Se não fosse você, meu céu seria nublado, sem sol, cinza

Se não fose você, as estrelas não brilhariam, ficariam apagadas na minha cegueira

Se não fosse você, não sorriria

Não cantaria

Não brincaria

Não contagiaria o mundo

Não dividiria minha alegria

Se não fosse você, não teria nada para dividir

E continuaria inerte e frio.


(RLBF - jul 07)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

As Vaias do Maracanã

Depois de uns dias de descanso, que para mim são férias de meio de ano, volto com forças renovadas. Não vou ignorar a tragédia aérea de ontem, mas vou deixar a poeira assentar antes de escrever. Tenho cá comigo algumas opiniões e não acho que a culpa seja exclusivamente da pista, acredito em erro humano ou falha mecânica somado ao fator pista.

Talvez esta tragédia, seja de novo, a salvação de Lula. Na hora em que levou uma belíssima e sonora vaia, digna e legítima demonstração do que pensam alguns brasileiros do presidente, o presidente cala-se, finge que não é com ele, ou melhor, reage no melhor estilo petista: é intriga das elites que não compreendem o projeto social e revolucionário.

Para mim, o silêncio de Lula, o fato de ter ficado ofendido com as vaias revelam a intolerância, o desprezo da opinião alheia que não seja concorde com a opnião exarada pelo Partido. São momentos como este que revelam o lobo em pele de cordeiro. Lula ficou triste porque o regime democrático o entristece. Lula ficou triste porque ele acha que é o dono da verdade, o líder messiânico que salvará o Brasil de todos os demais líderes autoritários e corruptos que governaram este país. Lula acha que só há solução para o Brasil com ele no poder!

Eu adorei as vaias e espero que se repitam, não só em voz e som, mas também com poucos votos. O Brasil merece coisa muito melhor que Lula!

sábado, 14 de julho de 2007

Crônica: Distância



Depois de alguns dias de férias, Roberto sentia-se fisicamente descansado, recuperado dos meses de trabalho, das horas em claro, das reuniões entediantes, dos relatórios, planilhas e telefonemas. Algo ainda o incomodava. Ele não conseguia importar aquele clima de alegria externa que permeava todos ao seu redor naquele hotel de praia do nordeste. Todos bronzeados, animados, sorrindo, cantando, comendo e bebendo. Felizes - ou ao menos assim se mostravam - com sorrisos largos, como se estivessem em pleno carnaval e aqueles dias fossem durar o resto de suas vidas.


Roberto percebera um abismo entre o clima exterior de alegria e o vazio interior. Enquanto tudo parecia colorido para os outros, para ele, tudo era cinza, em vários tons, mas sempre cinza. Deixara de se encantar por coisas que o alegravam, que o empolgavam. Os carinhos e palavras da mulher eram tratados como se estivesse despachando numa reunião com seus funcionários; as brincadeiras dos filhos arrancavam-lhe um sorrisinho, tímido, amarelo, superficial; o sol, a praia, o céu, os coqueiros e todo aquele cenário não o faziam suspirar. Sentia-se um alienígena, ausente. Sim, ausente. Era esta a descrição que Roberto procurava. Encontrava-se ausente, mas ausente por quê? Não sabia a resposta.


Deu-se conta, que num determinado momento de sua vida, não se lembrava quando, nem onde, nem a razão deste momento ter aparecido, seu coração bateu mais devagar. O olhar carinhoso e eletrizante da esposa murchara. A beleza do rosto se tornara desfocada. O silêncio passou a reinar nos jantares. Teria sido ele o culpado por todo este vazio que agora ampliava seus domínios e corroía todo o seu interior? Era bem capaz de ser ele o culpado por tudo isto. Sem perceber, fechou-se em si mesmo e expulsou todos de sua vida. Deixou todos de fora de seus pensamentos, de suas vitórias, de suas angústias e de suas derrotas. Lutou solitariamente e agora estava só. Abandonado, porém com todos ao seu redor.


Roberto saiu para caminhar na praia, depois do jantar, sob a lua e a brisa da noite. Solitário, como andava nos últimos anos. "Meu Deus, como deixei que tudo isto acontecesse?"- perguntou-se em voz alta. Estava perplexo, mas finalmente havia entendido a razão de seu vazio. Sabia o que tinha que fazer e vencer a inércia iria ser difícil ou até insuperável. Precisava reconstruir a ponte que ele mesmo havia implodido e tentar. Tentar e recomeçar, como tudo na vida.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Curtinhas

Este é realmente o país da piada pronta.

Alguém sabe o nome da bezerra que o ex-Senador Joaquim Roriz diz ter vendido por R$ 300.000,00? Miragem.

Acreditem se quiser!

Mudando de assunto, a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha que fraudava licitações da Petrobrás. A Petrobrás é a maior empresa brasileira e tem lucros gigantescos. E é uma empresa estatal. Se fosse privada, o lucro seria muito maior e o desperdício de dinheiro seria muito menor.

Podem me criticar, mas todas as empresas estatais privatizadas são hoje grandes empresas e nenhuma delas suga mais o dinheiro dos cofres públicos.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Criança boquiaberta

O Programa Espaço Aberto - Literatura, de 4 de julho de 2007, trouxe uma entrevista da Profa. Cleonice Berardinelli.


D. Cleo, como é carinhosamente chamada pelos seus alunos, é professora de literatura portuguesa da PUC do Rio de Janeiro e da UFRJ. Leciona na pós-graduação das duas faculdades, dá palestras e cursos sobres literatura portuguesa. Orienta alunos no mestrado e no doutorado.

Na entrevista, Edney Silvestre atribui a D. Cleo a divulgação da obra de Fernando Pessoa no Brasil. Para qualquer pessoa, este breve currículo é invejável. E D. Cleo está prestes a completar 91 anos.

Tenho a felicidade de poder ouvi-la de tempos em tempos. Digo ouvir, apesar de serem conversas, pois pareço uma criança boquiaberta diante de uma vitrine cheia de guloseimas. Cada encontro com D. Cleo é inebriante. Para quem gosta de literatura, recomendo que assistam ao programa no site da Globo.com. A duração é de pouco mais de 20 minutos.

Desfrutem de uma mente privilegiadíssima. A declamação de um poema de Fernando Pessoa já vale o programa.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Mil Acasos

Há dias em que as pequenas contrariedades da vida moderna testam a nossa paciência e nosso bom humor.

Na tarde de hoje fui ao Fórum Central de São Paulo, que fica perto da Praça da Sé. Lugar tumultuado e cheio de gente. Era para ser algo rotineiro e simples. Saí do escritório carregando 10 volumes de um processo, fazendo um pouco de musculação para entrar no espírito do Pan. Até aí, nada de mais. Vida de advogado é assim mesmo, você aprende a se divertir com os percalços do ofício.

Tudo ia bem até chegar no cartório da 22a. Vara Cível. Para quem não sabe, o cartório é o local onde ficam os processos e uma série de funcionários geralmente mal humorados e grossos. Uma simples pergunta se transformou numa resposta atravessada e grosseira de uma funcionária pública. Engoli seco, sorri e agradeci, enquanto que por dentro explodia de raiva. Fiquei irritado com a forma com que fui tratado. Desci pelo elevador soltando aquelas fumacinhas de desenho animado.

Segui rumo ao Tribunal de Justiça, que fica na frente do Fórum Central. Enquanto esperava o farol (ou semáforo para quem não é paulista), passou um carro com uma certa placa. Comecei a rir e esqueci completamente da funcionária. Explico. Eu tenho mania de reparar em placas de carro e crio pequenos jogos mentais para me distrair no trânsito. Há uma placa específica que sempre me faz sorrir.

Pronto, meu humor já estava bom de novo. Foi um daqueles pontos luminosos no dia que mencionei em outro post, um daqueles mil acasos ou coincidências que melhoram o nosso humor. Não ia deixar aquela funcionária grossa estragar minha tarde. Coisas que a gente aprende com os amigos.
Então, com Mil Acasos e Skank termino o dia.



segunda-feira, 9 de julho de 2007

Prestando Contas

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer os comentários ao último post e as palavras de apoio. Depois de alguns dias no sítio - com sol e céu azul - em razão do feriado estadual em São Paulo, que nos deu um fim de semana de 3 dias, pude refletir um pouco sobre estes meus anos como professor da Unip - Universidade Paulista.

Ingressei na Unip em agosto de 1998. Foram 9 anos lecionando Direito Comercial e Direito Financeiro. Em 9 anos e várias turmas de alunos, fui paraninfo de uma delas e professor homenageado em outra. Em 9 anos, faltei apenas 3 vezes às minhas aulas. Não acho que tenha feito mais do que obrigação e não faço este relato para me gabar.

Dou aulas porque gosto e não pelo salário. Ainda que o papel de professor universitário tenha um quê de egotrip, de vaidade, de palco e palanque, nunca me acostumei em ser chamado de professor. Prefiro que os alunos me chamem pelo meu nome. Nunca tive com isso problemas de autoridade ou de respeito em sala de aula. Sempre consegui me impor e fiz amigos ao longo destes anos. Termino minha jornada com um sentimento de dever cumprido e trabalho bem feito.

O que me entristece é a falta de comprometimento das universidades privadas no Brasil com o ensino e com o crescimento intelectual dos alunos. Talvez eu seja um idealista sonhador, mas vejo que o capital disponível nas universidades privadas poderia ser muito melhor aproveitado. A minha experiência na universidade privada revelou que há consumidores (alunos) em busca de um produto (diploma) e o resto é acessório (professores). Desde que o consumidor pague em dia suas prestações do carnê do baú da felicidade, receberá o diploma no final. Fique tranquilo consumidor, se algum professor tentar barrar o seu caminho, o Diretor da faculdade avoca a revisão da sua nota e você será aprovado.
Não estou rancoroso não. Apenas insisto em lutar por aquilo que acredito e acho que o ensino superior nas universidades privadas têm muito a contribuir para o progresso do país. Pelo menos nas universidades privadas que tenham compromisso social e compromisso com os alunos.

sábado, 7 de julho de 2007

Você está despedido!

Dizem que aquarianos são pessoas que tem uma intuição muito forte, algo parecido com uma clarividência, uma bola de cristal que permite adivinhar as coisas e ler pensamentos. Não acredito nisto, mas acredito na intuição e na percepção das coisas de forma racional.

Nos últimos posts tenho falado de mudanças, de novos ciclos, de passado. Comecei a ler O Mar, de John Banville, após ler uma resenha do livro. O tema central do livro que trata do passado, do saudosismo, de conciliar fatos pretéritos com o presente e deixar o passado no seu devido lugar, animaram-me a lê-lo. As mudanças que presencio na vida profissional me levaram ao livro e a refletir sobre o assunto.

Parece que antecipei o final de um ciclo. Este semestre que passou foi exatamente: a conclusão de um ciclo.

Não tenho o hábito de fazer posts confessionais, mas este foge da praxe. Na 6a. feira, ao chegar em casa, o porteiro me avisou que havia um telegrama para mim na portaria. Imediatamente sabia do que se tratava: era um telegrama de dipensa da Unip, onde leciono no curso de direito há 9 anos. Sim, fui despedido por um telegrama, sem qualquer palavra de agradecimento ou qualquer bronca. Simplesmente "não precisamos mais dos seus serviços".

Tratarei dos 9 anos como professor da Unip em outro post, onde vou me estender sobre o assunto. Por hora, fecho um ciclo e inicio o semestre de forma totalmente diferente da que terminei o último semestre: em escritório novo, com sócio novo, sem as obrigações acadêmicas do doutorado e das aulas na graduação.

Vinicius de Moraes: Soneto de Inspiração

SONETO DE INSPIRAÇÃO

Não te amo como uma criança, nem
Como um homem e nem como um mendigo
Amo-te como se ama todo o bem
Que o grande mal da vida traz consigo.

Não é nem pela calma que me vem
De amar, nem pela glória do perigo
Que me vem de te amar, que te amo; digo
Antes que por te amar não sou ninguém.

Amo-te pelo que és, pequena e doce
Pela infinita inércia que me trouxe
A culpa é de te amar - soubesse eu ver

Através da tua carne defendida
Que sou triste demais para esta vida
E que é pura demais para sofrer.

(As Coisas do Alto. São Paulo : Companhia das Letras, 1993,p. 101)

As palavras de Vinicius indicam o caminho do verdadeiro e sincero amor, que poderia não ser apenas o amor romântico, mas também o amor fraterno da amizade: Amo-te pelo que és. Sei que estou sendo repetitivo, mas são variações sobre o mesmo tema. Variações que se deram de forma inadvertida...ou seriam meras coincidências?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Coincidências...ou não.



"As coincidências me perseguiam; coisas há muito tempo esquecidas voltavam de súbito à minha mente; objetos perdidos há anos ressurgiam sem mais nem menos."

(John Banville. O Mar. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2007, p. 84)


O trecho é curto e levou-me refletir sobre as coincidências que acontecem em nossas vidas. Aquelas coisas inexplicáveis - por vezes óbvias, por vezes surpreendentes - que permeiam nossa rotina, nosso vida diuturna. Do ponto de vista meramente racional, frio, estes eventos não passam de mero fruto do acaso, da combinação de possibilidades matemáticas prováveis e que ocorrem num determinado momento do espaço e do tempo. O cérebro pode até tentar explicar estes eventos, mas muitos deles não tem uma explicação lógica. Simplesmente acontecem.


Pergunto-me se simplesmente ocorrem ou se há uma maior percepção nossa sobre certos acontecimentos que nos permitem reuni-los, como peças de um quebra cabeça, para formar algo lógico e vislumbrar uma figura maior.


Nos últimos anos mudei de opinião. Não acredito que as coisas acontecem simplesmente por acaso. Elas têm um sentido, uma razão de ser, ainda que não sejamos capazes de compreendê-las ou justificá-las. Por exemplo: por que conhecemos certa pessoa e ficamos amigos? Por que há pessoas que depois de um tempo desaparecem de nossas vidas sem deixar rastro? Por que uma música, que não ouvíamos há anos, toca num momento e nos faz lembrar de alguém e isto muda nosso humor, nosso dia?


Talvez haja uma pré-disposição para notarmos certos detalhes ao longo dia, notar estas coincidências. Vejo-as como pontos luminosos, como detalhes que nos induzem a sonhar e escapar - ainda que momentaneamente - da labuta, dos nossos problemas e simplesmente sonhar. São coisas pequenas, detalhes, que passariam despercebidas sem um olhar mais atento. Um olhar que não seja meramente racional, mas sim emocional, afetivo.


Gosto de descobrir estas coincidências, estes pontos luminosos no dia, que fazem sorrir e lembrar de pessoas queridas.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Descrevendo a amizade


Li este trecho hoje de manhã, numa pausa para um café, antes de passar a manhã inteira num cliente. É Josué Montello quem nos traz palavras de Mário de Andrade acerca da amizade escritas a Drummond, um tema sempre atual e tão bem descrito pelos grandes escritores.


"Drummond deu à sua coletânea o título exato: A Lição do Amigo. E amigo com algo de paternal, como é sempre a verdadeira amizade. Querendo advertir, ensinar, chamar a atenção, mas sem dar ar de mestre-escola, sempre no tom de companheiro. Mais afetivo que persuasivo. Mais generoso que doutrinador. E a despeito de ele próprio reconhecer que sofria de 'gigantismo epistolar', dizia a Drummond, numa das cartas: 'Se eu tivesse tempo pra escrever cartas como se faz na França, cartas pra depois da morte os amigos publicarem, havia de mandar uma pra você sobre o que sou, o que faço e o que penso agora. Dava um assunto bonito, que esta minha vida é uma pororoca do Amazonas." (Diário da Noite Iluminada. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1994, p. 421).


Amizade verdadeira, sincera é algo raro nos dias de hoje. Saber ouvir, saber esperar, saber respeitar são coisas que parecem esquecidas nos tempos modernos. Muitos são os conhecidos, mas poucos os amigos, aquelas pessoas que estão sempre ao nosso lado pelo que somos e não pelo que gostaríamos que fossêmos.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Crônica: Foto


Distraído, no meio do dia, sou desperto do meu devaneio ao ver na tela uma foto sua. Há algo de mágico nesta foto que me enviou. Talvez seja o teu sorriso, de lábios elegantemente afastados emoldurando os dentes alvos. Talvez seja o olhar, de brilho de cristal, olhos castanhos que alumiam a noite e refletem um mundo interior. Talvez seja teu rosto, de pele morena, bochechas coradas, pintinha num canto dando um toque de charme.


Talvez seja você e um magnetismo que percebo, um carisma inconfundível, uma magia peculiar e discreta. O sorriso estampado no rosto de uma mulher madura, mas que tem traços de uma menina arteira, de uma criança de espírito, própria das almas leves e encantadoras. Alma complexa que só um bom observador apreende da foto.


Parei alguns segundos, que viraram minutos, hipnotizado a te contemplar. Paralisado num momento atemporal, coração acelerado, flutuando sem sair de minha cadeira. Uma foto pode ser mágica e as tuas sempre são. Pelo menos, para mim.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Agradecimentos e indicações




Sei que estou fora do prazo. Infelizmente não consegui cumprir o prazo por motivos pessoais e profissionais, mas quero agradecer as indicações que foram feitas a este blog pela Edna e pela Nilza. Mas, como ninguém é de ferro e o prazo foi alargado, vou conseguir fazer minhas indicações.

Trata-se de um prêmio criado pelo blog O Sentido das Coisas, que é editado em Portugal.



Vamos ao regulamento e às indicações:



7 Maravilhas da Blogoesfera


1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues ativos há mais de um mês [os outros esperem por outra idéia brilhante que alguém irá ter.

2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.

3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efetuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 03/07/2007 (o prazo foi prorrogado).

4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);- Os votos no blog O Sentido das Coisas.



No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.



Minhas indicações são:



1. http://fcassab.blogspot.com/ da Fabiola;

2. http://ventosdemudancas.blogspot.com/ da Simone;

3. http://balzaquianas.blogspot.com/ da Katia Barros e Michele;

4. http://pensamentonosso.blogspot.com/ da Edna;

5. http://pormimesma1.blogspot.com/ da Nilza;

6. http://belafera.blog.terra.com.br/ da Flávia;

7. http://manuelalves.wordpress.com/ da Manuela Alves.



Todos os blogs estão nos meus links e visito-os diariamente. Boa sorte a todos!

Educação e Barbárie

Semana passada dois episódios de agressão gratuita perpetrada por jovens de classe média contra pessoas em pontos de ônibus no Rio de Janeiro novamente chocaram o país. Não vou aqui defender aumento de pena para delinquentes, nem falar sobre violência no Rio de Janeiro. O problema não é do Rio de Janeiro, nem de um sistema penal ineficaz, nem a redução da maioridade penal. O problema é de toda a sociedade brasileira, principalmente dos pais destes delinquentes.



Sim, sou da opinião de que os pais tem uma parcela significativa de responsabilidade pela conduta dos filhos. Não adianta culpar o governo ou o Estado, mas devemos fazer uma avaliação de nossa responsabilidade pessoal pelos acontecimentos que traduzem um total desrespeito pelo ser humano como ser humano, ou seja, não importa a classe social, a raça ou religião. O que importa é que se trata de uma pessoa, um ser humano igual a cada um de nós que merece respeito e dignidade.


Estes eventos não são novidade. O leitor irá se lembrar de um caso em Brasília em que jovens atearam fogo num índio e outro caso em que atearam fogo num mendigo. Ou casos em São Paulo de agressão a um garçom que bebia num bar na Rua da Consolação, após ter saído do trabalho, e que foi esfaqueado e morreu. O problema ocorre em todo o Brasil. O problema revela um câncer social: a falta de preocupação dos pais com a educação e formação dos filhos.


A maior herança que os pais podem passar aos filhos são os valores pessoais. Trata-se de formar a criança e o jovem. Formar significa moldar o caráter e criar as bases para que o jovem, depois de adulto atue como um ser responsável diante da liberdade que tem. Isto significa escolher bem escola dos nossos filhos, os ambientes que frequentam e os amigos com que andam.


É preciso impor limites, é preciso premiar os que agem com responsabilidade e punir os filhos que ultrapassam os limites e agem de forma desordenada. Educar dá trabalho e muitos pais não querem ter este trabalho, e depois, sofrerão as consequências do descaso. Sofrerão vendo os filhos sofrerem, ou vendo os filhos presos, ou vendo os filhos envolvidos em acidentes que poderiam ser evitados.


Talvez estivesse na hora de punir os pais pela negilgência e omissão na educação dos filhos. Talvez os pais pudessem ser punidos com penas alternativas como serviço comunitário ou doação de cestas básicas. Nunca é tarde demais para corrigir erros. O maior erro é achar que não se pode fazer nada.