Dizem que brasileiro tem memória curta. Talvez a imprensa tenha sua parcela de culpa. Talvez todos nós tenhamos nossa parcela de culpa. Porém, no que me concerne, não vou deixar o assunto morrer e ficar esquecido. Vou falar de novo do caos aéreo. Não, meus caros, ele ainda não acabou e as coisas não se normalizaram. Apenas deixaram de ser notícia.
Semana passada fui à Brasília. Na 5a. feira, demorei exatos 55 minutos para conseguir fazer o check-in na Gol. Uma verdadeira confusão, uma fila gigantesca e muito pouca informação. Vôo saiu com 1 hora de atraso, o que parece razoável.
A volta tinha nos reservado a melhor parte da comédia. Chegamos no aeroporto às 17 horas, para fazer o check-in e embarcar no vôo 1209, às 19:25 com destino a Congonhas. Éramos 4 advogados cansados depois de um longo dia de seminário e palestras. Fomos informados que o vôo partiria às 20:30. Interessante que o vôo imediatamente depois do nosso para São Paulo foi embarcado antes do nosso.
Todos embarcados, começa o espetáculo. O comandante informa que devido ao "sequenciamento de vôos no espaço aéreo de São Paulo, somos a quarta aeronove na fila de decolagem, com previsão para saída em 10 minutos". Esta informação nos foi passada por volta das 21 horas, ou seja, já estávamos no avião há mais de 40 minutos.
Nova informação do comandante: "Somos a próxima aeronave no sequenciamento."
E agora, senhores leitores, o clímax do primeiro ato: "Recebemos informação da torre que devido ao excesso de aeronaves no espaço aéreo de São Paulo, todas as decolagens para São Paulo estão suspensas até ordem posterior. O espaço aéreo de São Paulo está fechado." Gritaria geral, celulares sendo sacados pelos passageiros e os comissários distribuindo copinhos de água, lembre-se estamos na Gol.
Por volta de 21:45 - ou seja, com a iminência do fechamento de Congonhas às 23 horas -, novo recado do comandante. "Informamos que a torre autorizou nossa decolagem, porém iremos para Guarulhos." Decolamos às 22 horas de Brasília e chegamos em Guarulhos às 23:30. Comentei com o passageiro do meu lado: "Agora mais 30 minutos para que o avião encontre uma posição de desembarque." Ele riu. Não foram 30 minutos, foram 45 minutos parados na pista esperando para o desembarque.
Só que o avião atracou na área de desembarque internacional, o que impedia que saíssemos pelo finger. Mais 20 minutos aguardando que a Infraero providenciasse uma escadinha para o desembarque. Em resumo, saímos do aeroporto por volta da meia-noite e trinta. Um tumulto de passageiros procurando um táxi ou um ônibus para deixar o aeroporto.
A moral da história é muito clara: o caos aéreo não acabou. As autoridades continuam perdidas e a imprensa já cansou de informar sobre assuntos repetidos. E tudo vai ficar como dantes, e tudo será esquecido. Triste país!
5 comentários:
E eu que fui para o Rio na terça passada, para voltar na quarta e não consegui voltar??????
Além do caos aéreo, tinha o caos terrestre: de pessoas e de veículos e o caos climático: chuva torrencial!
Foi um pesadelo, melhor nem lembrar...só consegui voltar na quinta e tb desci em Guarulhos.
Perai.... qtas horas vc ficou dentro do avião?
falando em memória curta, vc sabe o que deu a história da Cisco? ngm falou mais nada tb
Fabiola, ficamos no avião um pouco mais de 4 horas, num avião lotado, para uma viagem que duraria 1 hora e meia!
Simone,
O caso Cisco continua com gente presa e investigações caminhando. Acho que este pessoal vai se dar mal.
ah tá, pelo menos isso. vamos ver no que vai dar. Apesar que isso deve levar anos, né?!
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