sábado, 21 de julho de 2007

A tragédia e a vida

Todos ficamos consternados, assustados, entristecidos, tocados com o acidente aéreo desta semana. Não conhecia passageiro ou tripulante que estivesse no vôo, diferentemente do acidente com o Fokker 100 da Tam em 1996.

Ouvi de vários conhecidos histórias de pessoas que estavam no Airbus 320, de amigos tinham conhecidos e amigos no fatídico avião que explodiu na 3a. feira. Uma jovem que ligou para o namorado informando que voltaria de Porto Alegre num vôo mais cedo. Um funcionário de uma empresa que resolveu não antecipar seu vôo para não chegar em São Paulo na hora do rush. Histórias assim serão muitas: uns perderam o vôo, outros estavam nele.

A pergunta para muitos parentes, familiares e entes queridos é única: por quê?

Não sei a resposta, mas estou convencido - e acredito profundamente nisto - de que quando é chegada a nossa hora, não como fugir deste compromisso. O ser humano nasce com uma única certeza: a da morte. Todos morreremos um dia. Um dia. Um dia que não sabemos quando será, nem como será. Sabemos apenas que morreremos. O final de tudo para uns, uma passagem para outros.


Evitamos pensar na morte, alguns por medo, outros por simples desprezo. Algumas pessoas têm pavor de velórios e cemitérios. Mas a morte um dia visitará e a morte de um ente querido causa profunda dor e sofrimento. Uma sensação de impotência, de um enorme vazio, de um silêncio profundo.


A dor amadurece o ser humano, ajuda a lapidar o caráter, fortalece o espírito. O momento é difícil, o luto é uma dor intensa e das maiores que o ser humano pode experimentar, mas ajuda-nos a crescer e a olhar a vida com outra perspectiva, uma perspectiva de que tudo é passageiro e efêmero. Um dia partiremos e precisamos viver com este horizonte claro em nossas mentes.


O dito popular "não deixe para amanhã o que pode fazer hoje" não se refere apenas à preguiça, mas também a abraçar a vida e o momento. Não deixe de dizer aquela palavra carinhosa, não deixe de sorrir, não deixe de dar valor àquele amigo, não deixe de mandar aquela carta ou fazer aquele telefonema...a preguiça pode nos tirar a última oportunidade de fazer algo bom, de mostrar e dividir o amor e a amizade.


A morte nos ensina que é preciso viver e não apenas passar pela vida.

Um comentário:

Edna Federico disse...

Concordo com você em tudo!