Chegou o carnaval. Nada como ficar em São Paulo. A cidade fica vazia, sem trânsito e sem transtornos. Pode ser aproveitada e curtida com tranquilidade, sem enfrentar horas nas estradas. Ontem ainda aproveitei as liquidações e os preços baixos para fazer compras sem tumulto. Nos últimos anos, tenho optado por ficar em São Paulo. Não me arrependo. Resultado da maturidade. Digo isto com muita serenidade e um certo fascínio. Quando tinha meus vinte anos, parecia que era preciso gozar a vida sem perder tempo, sugar a seiva da juventude. O tempo passa, não há como evitar.
Adentrando na fase dos 30, descobri como é bom amadurecer e redescobrir os prazeres da vida sem aquela ânsia da juventude. Não digo que me acomodei. Pelo contrário, acho que passamos a ser mais seletivos, mais pacientes, mais sonhadores. Os sonhos se tornam mais factíveis e alcançáveis. Henry David Thoreau, escritor norte-americano, dizia que os sonhos são como castelos feitos de nuvem, e que é preciso colocar as bases para que não desapareçam como as nuvens.
A maturidade nos mostra um pouco isto. Podemos avaliar e reavaliar as coisas. Corrigir erros, pois ainda dá tempo. Não ter medo de ficar só, pois sempre haverá um amigo a nos apoiar. Sugar a seiva da maturidade pode ser passar uma tarde com a avó ou com os pais e simplesmente fazer companhia. Muitas vezes as palavras não são necessárias.
Quando era criança - e ainda hoje -, adorava ficar ao lado de pessoas mais velhas. Lembro-me, saudoso, de tardes ao lado de minha tia bisavó, a Tia Ema. Ficava no quintal da casa da minha bisavó, que faleceu em 1977, conversando e ouvindo as estórias dela. Tia Ema faleceu pouco depois, não me lembro ao certo, acho que em 1980. Foi talvez a primeira vez, que como criança, entendi o que era a morte e o que era perder alguém. Minha mãe me deu a notícia, estava na chácara em São Roque e chorei. Um daqueles eventos que me marcaram.
A morte é uma realidade e a nossa única certeza. Todos morreremos. O brasileiro tem uma certa reserva em tratar do assunto ou discutir o assunto. Eu vejo diferente. Refletir sobre a morte nos dá vida. Sim, vida.
Se alguém lhe dissesse que sua vida vai acabar em 1 mês, o que faria? Provavelemente várias coisas e dentre elas estariam incluídas alguns pedidos de desculpas, algumas declarações de afeto e carinho, algumas loucuras. Seria a última chance para mostrar e dizer o que tem que dizer.
O ritmo da vida moderna não nos permite parar e pensar, parar e falar, ou simplesmente falar. Há coisas que se não falarmos, irão silenciar para sempre. A morte pode nos dar a coragem para falar e fazer o que não temos coragem. Reparar erros e pedir desculpas, construir pontes derrubadas, ou simplesmente sorrir para aquela pessoa que você cruza diariamente no seu caminho e mal sabe o nome dela. Diga um bom dia e sorria. Talvez ela não esteja no seu caminho amanhã.
Adentrando na fase dos 30, descobri como é bom amadurecer e redescobrir os prazeres da vida sem aquela ânsia da juventude. Não digo que me acomodei. Pelo contrário, acho que passamos a ser mais seletivos, mais pacientes, mais sonhadores. Os sonhos se tornam mais factíveis e alcançáveis. Henry David Thoreau, escritor norte-americano, dizia que os sonhos são como castelos feitos de nuvem, e que é preciso colocar as bases para que não desapareçam como as nuvens.
A maturidade nos mostra um pouco isto. Podemos avaliar e reavaliar as coisas. Corrigir erros, pois ainda dá tempo. Não ter medo de ficar só, pois sempre haverá um amigo a nos apoiar. Sugar a seiva da maturidade pode ser passar uma tarde com a avó ou com os pais e simplesmente fazer companhia. Muitas vezes as palavras não são necessárias.
Quando era criança - e ainda hoje -, adorava ficar ao lado de pessoas mais velhas. Lembro-me, saudoso, de tardes ao lado de minha tia bisavó, a Tia Ema. Ficava no quintal da casa da minha bisavó, que faleceu em 1977, conversando e ouvindo as estórias dela. Tia Ema faleceu pouco depois, não me lembro ao certo, acho que em 1980. Foi talvez a primeira vez, que como criança, entendi o que era a morte e o que era perder alguém. Minha mãe me deu a notícia, estava na chácara em São Roque e chorei. Um daqueles eventos que me marcaram.
A morte é uma realidade e a nossa única certeza. Todos morreremos. O brasileiro tem uma certa reserva em tratar do assunto ou discutir o assunto. Eu vejo diferente. Refletir sobre a morte nos dá vida. Sim, vida.
Se alguém lhe dissesse que sua vida vai acabar em 1 mês, o que faria? Provavelemente várias coisas e dentre elas estariam incluídas alguns pedidos de desculpas, algumas declarações de afeto e carinho, algumas loucuras. Seria a última chance para mostrar e dizer o que tem que dizer.
O ritmo da vida moderna não nos permite parar e pensar, parar e falar, ou simplesmente falar. Há coisas que se não falarmos, irão silenciar para sempre. A morte pode nos dar a coragem para falar e fazer o que não temos coragem. Reparar erros e pedir desculpas, construir pontes derrubadas, ou simplesmente sorrir para aquela pessoa que você cruza diariamente no seu caminho e mal sabe o nome dela. Diga um bom dia e sorria. Talvez ela não esteja no seu caminho amanhã.
Um comentário:
Olá, Renato...
O blog está bem ativo, que bom!
Tb gosto de curtir São Paulo no carnaval. Ótimo para pegar um cinema, restaurantes sem filas e ainda fechar a noite vendo os desfiles pela televisão, eu adoro!
Sempre adorei o carnaval, gosto de estar no burburinho, pulando, vibrando, dançando. Antes curtia o carnaval do Rio, depois, descobri as delícias de Salvador e me rendi...o povo pulsa junto com a música! O povo baiano tem uma alegria e energia que não se compara a lugar nenhum...me acabei em muitos carnavais em Salvador, como dizem, me jogava e tirava o pé do chão. Mas, como vc disse, a maturidade nos traz mais serenidade e tb mais responsabilidades e há alguns anos curto a calmaria de São Paulo nessa época.
A morte...concordo com vc em alguns pontos, em outros não. Minha avó dizia que temos obrigação de pensar na morte ao menos uma vez por dia, pois ela faz parte da nossa vida e é certa. Confesso que não penso todos os dias, riso, acho muito mórbido. Mas, não encaro a morte com desespero...só não entendo e me entristeço muito com mortes brutais, sofridas.
Essa semana uma amiga muito querida partiu, foi trilhar outros caminhos, em outro plano...foi muito duro, pois ela sofreu muito em vida e tb para partir...fica um vazio e uma vontade de entender por quê teve que ser assim.
A morte é ruim pra quem fica, pois somos egoístas, queremos que quem amamos não vá nunca para outro plano, fique sempre perto de nós.
Tb tenho outra visão da morte depois que tive filho...dá medo! Não de morrer, mas de deixar meu filho sozinho, sofrendo...
Não concordo qdo vc diz que se soubermos que temos 1 mês de vida, tomamos coragem de fazer e dizer as coisas...não deve ser assim. Temos que ter coragem de dizer e fazer as coisas, em todos os momentos de nossa vida!
Eu não faria nada diferente se soubesse que tenho poucos dias ou poucos meses nesse mundo, pois vivo todos os meus momentos com intensidade...não tenho vergonha de falar que amo, de beijar, de rir, de chorar, de apreciar um dia bonito, de sorrir, de ajudar, de ser ajudada, de errar, aprender com o erro e tentar consertar...isso sim é viver a vida e se preparar para partir bem, sem sentir que faltou algo.
Essa semana me desentendi com um amigo muito querido...fiquei triste, na verdade ainda estou, pois não tenho certeza se estamos bem um com o outro, ele não me disse. Aliás, ele tem muita dificuldade em falar as coisas e isso é algo que as vezes o prejudica, pois nem todos entendem. Não quero mudá-lo, gosto dele desse jeito mesmo, mas gostaria que pra vida dele ficar mais fácil, ele se soltasse mais e se permitisse! É isso, a palavra chave é "se permitir" (acho que vou escrever algo sobre isso).
Gostaria que ele pudesse ler seu comentário e tb o meu, quem sabe seria bom e a semana que vem pudessemos retomar uma amizade tão bonita...vou indicar seu blog.
Desculpe os devaneios, me empolguei.
Até mais.
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