segunda-feira, 4 de junho de 2007

Nova onda da Literatura Latino-americana


A edição de Maio de 2007 (número 117) da Revista Bravo trouxe uma interessante reportagem sobre a nova onda da literatura latino-americana.


A revista sugere nomes de bons autores argentinos, tais como Jorge Luis Borges, Adolfo Bloy Casares e Ernesto Sabato; chilenos, como Isabel Allende e Roberto Bolaño; e inclui os já conhecidos Mario Vargas Llosa e Gabriel García Márquez. Há menção também a Mario Benedetti, autor de A Trégua, livro que foi bastante comentado neste blog.


Há opções para todos os gostos e as novas edições recém-lançadas dão oportunidade para que os brasileiros tenham contato com estes escritores.


Interessante notar que não há brasileiros nestes nomes de destaque. Em outras palavras, não um romancista brasileiro que tenha influência fora do Brasil como escritor. Talvez alguém faça uma objeção: e o Paulo Coelho?


Vou responder a esta pergunta com a palavra de uma autoridade em literatura, do alto de seus mais de 90 anos e depois de ser considerada uma das intelectuais mais influentes no Brasil no ano passado. Ano passado, numa conversa vespertina agradabilíssima em seu apartamento em Copacabana no Rio de Janeiro, perguntei-lhe sobre quem seria o grande escritor brasileiro da atualidade (até para que eu balizasse minhas leituras).


Sem nenhum ar professoral e com muita candura, própria de uma pessoa que conviveu com Manuel Bandeira, Drummond, João Cabral de Melo Neto e de quem entende de Fernando Pessoa como poucos no mundo, ela me respondeu:


- Leia os mortos!


Perguntei então sobre Paulo Coelho. E ela foi enfática:


- Li um livro dele. Não preciso ler mais nenhum.


Para bom entendedor, meia palavra basta. O Brasil carece hoje de um expoente literário que tenha influência além fronteiras. Esta é a razão pela qual vale a pena ler os que já se foram ou então se aventurar pelos bons escritores latino-americanos.


O feriado é uma boa oportunidade para se enveredar por estes caminhos.


Antes de terminar, recomendo uma visita ao site da Revista Bravo pois há boas sugestões de leitura e críticas e sinopses de livros.

(A foto que ilustra este post é a capa da edição espanhola de Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa)

7 comentários:

Edna Federico disse...

Gostei desse site da Revista Bravo.
Já li Paulo Coelho...alguns livros gostei, outros não, mas não é um autor que me encante. Li mais por desencargo de consciência, pra ver se era tudo que falavam mesmo...achei que não é!
Coincidentemente, amanhã no meu blog terá um post falando sobre Gabriel Garcia Marquez e mais pra frente sobre uma outra figura maravilhosa que também não se agrada de Paulo Coelho, acho que você irá gostar.

Edna Federico disse...

Esqueci...também concordo com sua amiga de 90 anos, prefiro ler os escritores brasileiros mortos.
Você já leu Clarice Lispector? Acho que iria gostar...apesar que ela não é uma brasileira pura, riso, pois foi naturalizada, mas é de coração.

Lila Rose disse...

Eu não gosto do Paulo Coelho e, confesso, que já não tenho a mesma disciplina que eu tinha para a leitura... são tantas as necessidades do trabalho que só tenho enveredado pelos livros técnicos: o que não é coisa ruim, pois eu estou estudando o envelhecimento e aprendendo muito! Obrigada pelas visitas e pelo carinho. Bisous!

Fabiola disse...

eu odeio Paulo Coelho

Anônimo disse...

Interessante o site da revista.
Comprei um livro de Garcia Marquez, mas ainda não li...ando sem tempo nenhum ultimamente.
Paulo Coelho...sucesso mundial, né, mas tb não sou fã, acho que é só mais um escritor e não "o" escritor!

Simone disse...

faço minhas as palavras da Fá.

Unknown disse...

Li o livro Travessuras da menina má, o que mais me chamou a atenção foram as descrições tão finas e delicadas que faz Vargas Llosa de seus personagens cito aqui a que mais me chamou a atenção.
Na havia mudado muito naqueles quatro anos.Tinha o mesmo porte esbelto, bem formado com cintura estreita, pernas magrinhas bem torneadas e tornozelos finos e quebradiços de boneca. Parecia mais segura de si mesma e mais desembaraçada que antes,e balançava a cabeça no final de cada frase com uma displicência estudada. Tinha clareado um pouco o cabelo, agora mais comprido que em Paris e com umas ondas que eu não recordava; sua maquiagem era mais simples e natural que o estilo carregado de madame Arnoux.Estava com uma saia bastante curta, bem na moda, e com os joelhos à mostra e uma blusinha decotada que exibia seus belos ombros lisos e sedosos e destacava seu pescoço, gracioso pistilo rodeado por uma correntinha de prata com uma pedra preciosa, uma safira talvez, que com o movimento balançava travessa sobre a abertura onde assomavam seus seios empinadinhos.
Nossa essa descrição é sublime,mais na frente ele compara as orelhas da menina má como peças de arte minimalistas, aí pirei de vez sinceramente muito bomo livro