segunda-feira, 9 de abril de 2007

A Trégua

Terminei de ler A Trégua, de Mario Benedetti, no sábado. Gostei muito do livro e pretendo trazer alguns trechos para discussão nos próximos posts.





Primeiro, vamos situar-nos na história. A obra foi escrita entre janeiro e maio de 1959, em Montevidéu. O livro foi lançado em 1960, mas a sua atualidade impressiona. Não é um livro datado, ainda que situado dentro de um contexto histórico e político peculiar da vida uruguaia. Seria muito adequado aos dias de hoje.




Na contra-capa do livro, pode-se ler um resumo do enredo, que transcrevo:





"Publicado em 1960, A trégua é o mais famoso romance de Mario Benedetti e uma das obras mais importantes da literatura latino-americana contemporânea. Escrito em formato de diário, com um texto incisivo, muitas vezes irônico, o livro conta a história de Martín Santomé, um 'homem maduro, de muita bondade, meio apagado mas inteligente'.





Prestes a completar 50 anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina cinzenta, sem sobressaltos. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria; mas não tem idéia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante.




Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida contratada para ser sua subalterna. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então taciturna e opaca."



Poderia resumir a história da seguinte forma: a vida é amarga, mas há momentos de trégua, quando ela ganha cor e brilho. A vida para Santomé é amarga. Um grande amor é o momento de trégua em sua vida.




Esta afirmação pode ser compreendida de outra forma. A vida tem seus momentos amargos, mas as tréguas são mais valiosas e importantes do que os momentos de amargor. A realidade é única, mas há duas formas de vê-la. O observador poderá contemplá-la dos dois jeitos. O que fará da sua interpretação depende do observador. Em outras palavras, pode-se ter uma visão pessimista e fatalista, ou uma visão otimista e esperançosa.




Pode parecer chavão, mas sempre há um lado bom nas coisas, ainda que nos pareçam negativas. Muitas vezes custa-nos entendê-las, mas com o passar do tempo, as peças se encaixam. Não é esta a visão da vida que Santomé tem. Acha-se um desgraçado, um homem sem energias, mas ao descobrir Laura, sua vida muda.




O pessimismo de Santomé, antes de conhecer Laura, é em parte ditado pelo contexto histórico dos anos 60. Lembremos que era um período de ditaduras na América do Sul e de poucas perspectivas. Parece-nos que a viuvez de Santomé marcou-lhe de forma a revoltar-se e de deixar de ver sentido em sua vida. Isto muda. O final da história surpreende e reforça a tese do pessimismo de Santomé.




Não vou contar o final do livro. Vou esperar alguns dias e deixá-los na expectativa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho,que já se passaram ALGUNS DIAS e q vc já pode colocar o final da História.

Fico no aguardo.
Obrigado