De onde vem a inspiração dos grandes escritores?
Tenho feito esta pergunta nos últimos meses a mim mesmo. Poetas e romancistas têm visões diferentes da inspiração e explicam de forma pessoal o processo criativo. Conclui que a inspiração para escrever é algo individual e distinto, um processo ou fonte de criação que não pode ser transposto ou ensinado. Talvez seja um dom. Talvez seja fruto de esforço pessoal. Não sei a resposta e continuo a buscá-la. Mas independente disto, continuo a escrever, geralmente inspirado.
Tenho feito esta pergunta nos últimos meses a mim mesmo. Poetas e romancistas têm visões diferentes da inspiração e explicam de forma pessoal o processo criativo. Conclui que a inspiração para escrever é algo individual e distinto, um processo ou fonte de criação que não pode ser transposto ou ensinado. Talvez seja um dom. Talvez seja fruto de esforço pessoal. Não sei a resposta e continuo a buscá-la. Mas independente disto, continuo a escrever, geralmente inspirado.
Decidi que após terminar minha tese de doutorado, à qual dedicar-me-ei durante todo o segundo semestre, vou tentar escrever um livro. Cedi ao incentivo e aos elogios e vou tentar. O enredo tenho-o formado na cabeça. Primeiro e último capítulos já ganharam forma abstrata, sem ainda ganharem a tela do computador. Falta o recheio, o que me parece a parte mais árdua.
Nesta busca por tentar achar um método de criação ou inspiração, deparei-me com uma passagem de Josué Montello sobre o tema. Aliás, no Diário da Noite Iluminada, o imortal semeia idéias para muitos posts e para muitas reflexões. Neste trecho, do dia 24 de dezembro de 1978, ele comenta sobre a inspiração de um romance.
“Quando me perguntam como surge em mim a idéia de um romance, não sei responder. Sei apenas que ela surge de repente, e logo se delineia, com seu universo privativo, e eu vejo as figuras, o ambiente, os movimentos, como se toda a ação narrativa, em vez de obedecer a uma formação gradual, constituísse uma iluminação instantânea. Por vezes tenho a mesma impressão de que toda a urdidura romanesca, no seu conjunto, seria mais uma lembrança que uma invenção.
Sempre tive grande dificuldade em transferir figuras reais para meus textos. Só estou à vontade quando sei que elas não correspondem a tipos ou pessoas que eu conheço ou de que me recordo. A sensação de lembrança, no caso, é diferente. Falta-me poder para identificar. O que sei é que toda a trama está comigo, e passa a viver como se se tratasse de uma gestação.” (Diário da Noite Iluminada. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1994, p. 92)
NOTA: A tela que ilustra este post é de Alfredo Volpi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário