sexta-feira, 16 de março de 2007

A bagunça continua na aviação

Vou ser repetitivo sim: a bagunça continua nos aeroportos brasileiros. E desta vez, a cena foi inédita.

Embarquei ontem para o Rio, na hora do almoço. Todos embarcados com 30 minutos de atraso. Até aí, já estou acostumado. Mas não gostei da atitude da TAM de liberar assentos no vôo. Para que se marca assento então?

Todos acomodados, o comandante avisa: "Devido ao espaçamento do tráfego aéreo, teremos que aguardar em torno de 40 minutos em solo, com portas abertas antes de iniciarmos o vôo." Houve uma vaia geral.

Passam-se os 4o minutos e avião deixa o portão (ou "finger" para os entendidos). Quase na cabeceira da pista, o segundo avião da fila para decolar, vem o comandante de novo. "Devido a uma necessidade prioritária de um passageiro, teremos que retornar ao portão de embarque e isto atrasará nossa decolagem em pelo menos mais 1 hora!" Um passageiro levanta-se irado e parte em direção à cabine de comando. Vaia generalizada e gritos, xingamentos, berros. Ocorre um bate-boca na cabine entre comissárias, passageiro e comandante - e lembrem-se estamos na fila para decolar.

O problema se resolve, soam aplausos e os passageiros revelam-se indignados. O motivo "prioritário" era que uma passageira já tinha perdido o compromisso dela no Rio e, portanto, pediu para descer do avião! Acreditem se quiser! Se não fosse o nosso colega irado partir para cima do comandante, teríamos ficado mais 1 hora em solo. Coisas de um Brasil que tenta crescer.

Hoje, no retorno, o vôo chegou com 10 minutos de antecedência. Um milagre de 6a feira!

Mas o mais grave desta história é que o Governo não percebe que as pessoas estão deixando de viajar, ou viajam com um dia de antecedência, pois o sistema de transporte aéreo deixou de ser confiável no Brasil. E isto quer dizer que o país deixa de produzir e gerar riqueza. Nâo adianta PAC, tem que consertar primeiro os gargalos, senão o apagão não vai ser só aéreo.

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