sexta-feira, 9 de março de 2007

Se eles podem, eu também posso.

Ontem, minha tranquila tarde de trabalho foi invadida por uma manifestação na Av. Paulista. Acabou em pancadaria, como geralmente acaba. E não venham me dizer que a culpa é da polícia. A culpa é de quem provocou e de quem quer parar a cidade para gritar palavras de ordem. Não questiono o direito de livre manifestação, nem a liberdade de expressão. Questiono sim a baderna e a lógica destas manifestações. Vamos lá.

O primeiro carro de som incentivava os manifestantes a gritarem: "Hei, Bush, vai tomar no c...!". Diria que tal grito é tão eficiente quanto xingar um juiz em um estádio de futebol. Mas que atrapalhou a vida da cidade atrapalhou.

No segundo carro, tinha uma mulher que reclamava do imperialismo americano, que o McDonald´s servia comida para engordar as mulheres e que por isto elas eram abandonadas pelos maridos. Hã!?? Típica lógica esquerdista, ou seja, lógica sem nexo. Se ela acha o McDonald´s um braço do império americano, então que não vá no McDonald´s, mas me deixe trabalhar em paz.

Aí veio uma integrante da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), também sobre um carro de som. Em alguma língua, que se aproximava do português, dizia que o machismo impedia as manifestações e que o machismo era o grande mal do Brasil. Quem adivinhar a conclusão ganha um doce. Exatamente: quem implementou o machismo no Brasil foi o imperialismo americano.

Fiquei irritado. Fui até minha janela e gritei em alto e bom som palavras de ordem contra os manifestantes. Não usei palavras de baixo calão e acho que eles não me ouviram, mas fiquei aliviado. Desde os tempos de faculdade, provocar petistas é uma das minhas maiores diversões. Dá-me um enorme prazer ver este pessoal visualizar você como o demônio encarnado, um fantoche do império do mal. Eu me divirto muito com isto.

Quando era calouro na São Francisco, numa aula de Teoria Geral do Estado, fiz uma pergunta ao Prof. Dalmo de Abreu Dallari. Sabia que ele era vermelhinho. O que não sabia era que a resposta que ele me deu veio com um agressão pessoal. Até hoje não sei como ele sabia que meu pai trabalhava numa multinacional americana, mas ele sabia. Sabia quem eu era e argumentou com uma lógica típica de quem não tem argumentos. Um professor titular argumentar com um relés calouro deste jeito marcou minha vida. Nunca esqueci deste episódio e nunca vou esquecer.

Aguentei patrulhamento ideológico na faculdade e pude sentir como os petistas são "democráticos". Se eles gostam tanto de Cuba, da Venezuela e da Bolívia, por que não se mudam para lá e deixam a gente trabalhar em paz?

Se eles podem gritar, eu também posso. E fiz isto ontem. E fiquei com alma lavada. Vai mudar o mundo? Não vai, mas não fico quieto.´

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