segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dito e Feito!


 

Sábado passado, Ibope e Datafolha divulgaram pesquisas de opinião para as eleições municipais. Na eleição paulistana, Kassab passou Alckmin e deve disputar o 2º. Turno com Marta Suplicy. Surpresa para alguns, mas não para mim. Explico. Eu sei, meu caro leitor, que o tema é meio chato para muitos, mas como gosto de fazer previsões neste blog e de lançar uma análise além do óbvio, vou falar um pouco de eleição. A vantagem de um blog é esta: quem não quiser ler este post, dê uma olhada nos anteriores.


 

Quando foram definidos os candidatos ao pleito paulistano, afirmei com segurança: Kassab vai ao 2º. Turno e vai ganhar da Marta no 2º. Turno. Riram de mim, afinal Kassab tinha míseros 10% nas pesquisas, quase igual ao Maluf. O horário eleitoral começou, os debates se realizaram e Kassab subiu. Alckmin deu um tiro no pé ao insistir em sua candidatura e rachar a aliança PSDB-DEM. Alckmin ficou sem programa, sem propostas. Se ataca, ataca o próprio partido. Se não fala nada, revela-se apenas um candidato a mais. Ficou insosso, ou como diria o José Simão, da Folha, um "picolé de chuchu"!


 

Prefeito tem que cuidar da cidade. Prefeito tem que tapar buraco de rua, gerenciar a coleta de lixo, fazer obras viárias e cuidar do transporte público. Prefeito tem que pensar na cidade e não usar a prefeitura como emprego temporário para futuros vôos mais altos. Não tenho dúvida de que Marta sonha com o Palácio dos Bandeirantes, e, se eleita, ficará no cargo apenas 2 anos para tentar o governo do estado. Assim como José Serra. Mas há um porém: o vice de Marta é Aldo Rebelo. O deputado federal cujo projeto mais relevante era um projeto de lei que proibia o uso de qualquer palavra em língua estrangeira no Brasil. Isto mesmo! Nada de falar email (teria que ser mensagem eletrônica), nada de delivery (teria que ser entrega a domicílio), nada de sale, wi-fi, shopping, check-in...e por aí vai! Ter Aldo Rebelo como prefeito ia ser uma lástima, mas acho que Marta não ganha a eleição aqui em São Paulo.


 

Acho e torço muito para que isto não aconteça. Ela foi uma das piores prefeitas que esta cidade já teve!


 

PS: Em tempo, para quem assistiu ao debate da TV Record ontem, Marta quando falava parecia que tinha voltado ao consultório de sexóloga. Seus gestos, com os braços levantados e as mãos paralelas para referir-se a "tamanho" do caos no trânsito....na verdade, parecia mais um gesto obsceno.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Crônica: Mentiras




MENTIRAS


Poderia mentir. Disseram-me que homens são bons mentirosos. Que sabem mentir melhor que as mulheres. Estas sabem iludir. Ah, como sabem. São mestres no assunto. Políticos, sim, estes são os melhores mentirosos de todos. Não precisam nem óleo de péroba para lustrar a tamanha cara-de-pau que expõe na propaganda política ou em longos e enfadonhos discursos. E se tiver língua presa, melhor ainda. A mentira fica mais crível e o indivíduo passa um certo ar de vítima, de pobre coitado e pode ser contemplado com uma polpuda soma em dinheiro pela comissão de anistia.

Desculpem, ia fugindo do assunto. A mentira não ia fazer mal; ia apenas evitar constrangimento, ia passar despercebida. Poderia me martirizar e mentir. Não preciso expor a verdade. Dizem que a verdade dói. Não sei, será? Poderia mentir e dizer que gosto de um dia sem sol, daqueles bem nublados e garoentos, com um ventinho frio que congela até os ossos. Poderia mentir e dizer que gosto do ruído da cidade com todos os tons e timbres de buzinas, freadas e xingamentos. Poderia mentir que adoro café fraco e frio. Poderia mentir que o dia de trabalho não foi cansativo. Poderia mentir que uma noite de lua nova é tão agradável quanto uma noite de lua cheia. Poderia mentir que a brisa do mar num final de tarde não me faz falta nenhuma. Poderia mentir que não senti sua falta hoje. Ou em qualquer outro dia que não nos falamos. Poderia mentir e dizer que não sinto saudades, que estou acima deste sentimento.

Poderia dizer que queria escrever em prosa, mas seria mentira. Tentei versos. As palavras indisciplinadas rasgaram o verso do papel, revoltando-se com a minha inabilidade em manuseá-las. Agruparam-se, reorganizaram-se e veio a prosa fruto da minha fraqueza e incapacidade. Isto é verdade.

Poderia mentir. Não seria aceitável? Não vale a pena. O silêncio guarda a verdade, acalenta-a, abraça-a. Não vou mentir. A verdade é conhecida, ainda que não dita ou que dita por fragmentos. A verdade brota no interior. A verdade alegra. A verdade estampa sorrisos e provoca arrepios. Bons ou maus.


terça-feira, 23 de setembro de 2008

O mundo dá voltas

Sábio é o dito popular que diz que o mundo dá voltas. E algumas delas são mais rápidas do que imaginamos. Voltas rápidas que com o tempo passamos a perceber.

Desde pequeno convivo com as músicas do Abba. Meu pai adora Abba. Sempre gostou. Quando achava um DVD do Abba, éramos todos convocados a assistir. Sinceramente achava aquilo tudo muito brega, velho, antiquado, ultrapassado. Poderia jurar para mim mesmo que jamais compraria algum cd do Abba ou que meu iPod fosse incluir músicas do Abba. Bem, o mundo dá voltas...

Talvez de tanto ouvir Abba, aquelas músicas foram guardadas no incosciente. Lançado o filme Mamma Mia! fui dar uma olhada na trilha sonora. SÓ ABBA! Como que enfeitiçado pelo canto da sereia. ouvi o cd. Foi fatal! Acho que nestes últimos dias tenho ouvido Abba quase o tempo todo.

Pior é começar a cantar as músicas - que grudam - no meio do dia e alguém vir até minha sala para saber quem é o maluco que fica cantando Abba dentro de um escritório de advocacia. Confesso que adorei a trilha sonora. Confesso que as músicas contagiam. Tá bem, confesso que meu pai tinha razão, os "caras" são bons!

Não sei o filme é bom, mas trilha sonora é nota 10! Trilha sonora para levantar o astral e alegrar qualquer dia. Boa trilha para o começo de primavera.
Deixo-os com Dancing Queen, do Abba. Para quem tiver curiosidade, as músicas antigas estão todas no Youtube com clipes que são uma viagem no tempo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sobre blogs e comentários

Qualquer pessoa que se disponha a escrever um blog provavelmente enfrentará comentários - pelo blog ou via email - não muito simpáticos. Alguns chegam a ser grosseiros e indelicados. Outros são ofensivos e acabem apagados pelos moderadores.

No blog Pensamento Nosso, aconteceu isto na semana passada. Em post do sábado, a Tâmara respondeu a um email inadequado. Na semana passada, recebi também um email com um monte de baboseiras. Estes fatos me levaram a pensar um pouco sobre estes comentários.

Em primeiro lugar, o "dono" do blog tem todo direito de aceitar ou não o comentário que é feito. Há vários tipos de blogs. Os blogs com estilo diário pessoal tendem a receber comentários mais invasivos e críticos. Sempre tem alguém para palpitar - ou criticar. Em blogs temáticos, mais impessoais, as críticas - geralmente - são de opinião. Respeito estas críticas. Se são pertinentes, mantenho o comentário, afinal não sou dono da verdade e gosto do debate.

Mas há um limite para exercer a crítica. Limite parece ser algo que as pessoas perderam hoje em dia. Leio vários blogs e quando me deparo com um blog no estilo pessoal, confesso que muitas vezes sinto-me encabulado de comentar. Seria semelhante a uma invasão da vida daquela pessoa e do grupo de conhecidos. Olho, leio e saio de mansinho.

Há 2 exemplos que mostram bem com lidar com os comentários.

O blog do Reinaldo Azevedo faz parte da minha leitura matinal diária. Reinaldo Azevedo escreve sobre política no site da Revista Veja. Além de muito bem escrito, Reinaldo tem uma capacidade intelectual invejável e um poder de crítica raro neste país. Além do que, ele expõe suas idéias com clareza, sem ficar em cima do muro. Podem discordar dele, mas ele vai dizer o que acha. Recebe muitas críticas e comentários contrários às suas posições no blog, mas lida com isto com maestria.

Por outro lado, vou mencionar o blog do Delegado Protógenes. Escrevi sobre ele num post recente. O blog é mal escrito, confuso e sem nexo. Um verdadeiro altar ao culto pessoal do seu "dono". Não há uma crítica. Ele apaga todas. Acho isto anti-democrático, pois seu blog visa discutir sobre corrupção e atuação policial no Estado de Direito. Porém, como todo ditador e líder totalitário, a visão do Estado de Direito é aquela que lhes convém.

Pelo visto, lidar com comentários inóspitos e grosseiros faz parte da vida do blogueiro. Mas bem que as pessoas poderiam ter um pouco mais de bom senso. Ah, esqueci, bom senso é algo que está em extinção no mundo moderno!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Cardápio Musical

Depois de uma semana corrida, um pouco de música para embalar o fim de semana. Deixo algumas sugestões para quem gosta de descobrir coisas novas.

A primeira dica é Monica Besser. Jovem cantora carioca com um timbre de voz que lembra um pouco Ana Carolina. Suas músicas podem ser ouvidas diretamente no perfil dela no My Space. Cantora e compositora, Monica traz em sua bagagem mais de 100 compoisções próprias.

Outra dica vem do Bossa Nova Café! Trata-se de Carla Bruni e seu novo trabalho No Promises. Não tinha ouvido nada dela ainda, mas fui atrás, gostei da sugestão e repasso a todos. E recomendo também uma visita no blog dele.

Por último, vou fazer um pouco de auto-promoção. Faz algum tempo, demos 2 dicas musicais neste blog. Dicas certeiras que estouraram. Em 22 de junho de 2007, sugerimos Gotan Project. Em 3 de setembro de 2007, sugerimos Bajofondo Tango Club. Músicas dos dois grupos fizeram parte de trilha sonoras de novelas e Pa´Bailar, do Bajofondo tem frequentado o Top 5 do TVZ (Programa do canal a cabo Multishow). Pa´Bailar é exatamente a trilha sonora de nosso post sobre o Bajofondo.


Álbuns dos dois grupos podem ser facilmente encontrados no Brasil. Tango eletrônico, num estilo lounge. Música excelente e que merece ser ouvida. Algo diferente para variar um pouco de estilo e nós falamos antes!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Viajar







Um verbo com duplo significado. No sentido literal, viajar é o deslocamento físico de um lugar a outro. No sentido coloquial, sinônimo de devaneio e delírio, um transe que nos transporta para lugares distantes sem qualquer deslocamento físico. Dois significados quase opostos. O primeiro é material; o segundo espiritual ou talvez seja melhor usar mental ou metafísico.


Escrever é uma viagem neste segundo sentido. Eu viajo quando escrevo. Talvez seja este o maior prazer: viajar sem sair do lugar. Escrever é criar. Escrever permite fantasiar-se do personagem e viver vidas possíveis, mas que não sejam nossas. É um mergulho no universo de outrem, que deve ser realista, caso contrário, as pessoas não se identificarão com o drama e a situação da personagem.


Estou lendo A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, e num determinado momento, um dos personagens solta a seguinte frase: "os livros são um reflexo de nós mesmos." Um mesmo texto literário pode ter significados totalmente diferentes para os leitores, pois estes se identificarão com o que lhes é familiar. A leitura permite esta viagem, este mergulho no universo criado pelo autor, em um mundo aparentemente irreal, mas que nos conduz e nos auxilia a viver individualmente o momento real.


Quando escrevo, busco reproduzir a realidade, mas de forma ficcional. Nos comentários à última crônica que publiquei, alguns leitores sugeriram ser ela real. Recebi os comentários como elogio. Os textos devem parecer reais, críveis, convincentes, humanos, ou quem sabe até universais. Ao menos, é isto que almejo como humilde aprendiz do ofício de escrever.


A vida imita a arte. Ou seria a arte imitando a vida?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Introspecção, de Vinicius de Moraes


 

INSTROSPECÇÃO

 
 

Nuvens lentas passavam

Quando eu olhei o céu.

Eu senti na minha alma a dor do céu

Que nunca poderá ser sempre calmo.

 
 

Quando eu olhei a árvore perdida

Não vi ninhos nem pássaros.

Eu senti na minha alma a dor da árvore

Esgalhada e sozinha

Sem pássaros cantando nos seus ninhos.

 
 

Quando eu olhei minha alma

Vi a treva.

Eu senti no céu e na árvore perdida

A dor da treva que vive na minha alma.

 
 

(As Coisas do Alto. São Paulo : Cia. das Letras, 1993, p. 39)

domingo, 14 de setembro de 2008

Crônica: Café Odeon







CAFÉ ODEON



Desci na Praça Floriano por volta das 18 horas. Era um final de tarde quente de final de inverno no Rio de Janeiro. Estávamos no dia 14 de setembro e aguardava ansiosamente um encontro. Liguei pelo celular e avisei-a que já estava livre. Ela confirmou que me encontraria e só restava esperar.

Caminhei pela praça enquanto aguardava, admirando o Teatro Municipal, o Centro Cultural da Justiça Federal. Tudo em meio a dezenas de transeuntes apressados que deixavam os locais de trabalho. No Amarelinho, várias pessoas já desfrutavam de um chopp geladinho e de petiscos típicos dos bons botecos cariocas.

Retornei ao Café Odeon e procurei uma mesa. Não havia uma mesa mais de canto ou em local mais reservado. Escolhi uma no centro do Café. Sentei de frente para a porta para vê-la quando chegasse e para não perder um minuto do encontro. Celular sobre a mesa aguardava-a. O aparelhinho tocou duas vezes antes que ela me avisasse que estava saindo. A cada toque meu coração saltava. Na terceira vez ela ligou e disse que estava saindo. Minhas mãos suavam um pouco, senti um frio na barriga e procurei o copo de chopp para me acalmar.

Finalmente iria encontrá-la depois de vários meses conversando. Tinha uma necessidade de vê-la, de olhar nos seus olhos....de falar-lhe ao vivo e presente. Havia pensando em coisas para lhe dizer, mas sabia – conhecendo-me – que não teria coragem, que engasgaria, ou simplesmente ficaria com vergonha. Deixaria o tempo ditar o momento certo para dizer algumas coisas – ou talvez jamais dizê-las.

De repente ela apareceu na porta, como uma brisa fresca que acaricia a pele. Um largo sorriso dominou meu rosto. Inclinou a cabeça para olhar para dentro do Café e avistou-me. “A foto é tão pequenininha que não sabia se ia te achar” – disse sorrindo.

Abraçou-me e dei-lhe um beijo no rosto. Quando fui dar o segundo beijo – coisa de paulista – me atrapalhei e senti seus cabelos macios na minha pele. Ela estava linda com um vestido preto de mangas curtas e detalhes contornando o decote, sandálias pretas com brilhos, um colar e um escapulário de cordão, anéis e as unhas perfeitamente feitas para marcar as lindas mãos. Os lábios delineados por um batom suave, ou talvez não fosse batom, talvez fosse o brilho natural daqueles lábios que emolduravam o sorriso que só conhecia por fotos. A pele morena, as pernas, os pés...tudo nela era encantador. Tudo nela superava o que tinha imaginado e sonhado.

Sua beleza natural enfeitiçou-me. Percebi naqueles momentos iniciais que o meu sentimento não era loucura, nem tampouco um devaneio platônico. Tudo era real e agora se concretizava. O que será que ela pensava de mim? O que será que sentia? O que será que o futuro nos traria? Aquelas dúvidas cutucavam meu inconsciente, mas queria me concentrar nela. O futuro não importava naquele momento. Só o presente era fundamental. O tempo congelou-se e sabia que aquelas imagens, conversas, palavras iam ficar marcadas de forma permanente na minha memória.

Resolvemos pedir algo para comer. Mal conseguia folhear o cardápio. Ela pediu um suco de laranja, que veio sem açúcar e estava azedo, e um croissant de presunto e queijo. Pedi o mesmo para comer e mais um chopp. Este segundo chopp era para me deixar menos tímido.

Diante de mim materializava-se a mulher que dominava meus pensamentos diurnos e noturnos, por todos os dias dos últimos meses. Ganhara forma e cor, relevo e vida. Senti-me no céu. A conversa fluiu facilmente, como todas as nossas conversas. Ela talvez um pouco nervosa, mas disfarçou-o bem. Eu, bem eu, acompanhava a conversa, mas estava inebriado, enlevado pela presença dela, pela voz e pelos sorrisos.

Meus olhos registravam o rosto, os brincos, os cabelos, o colo que discretamente olhava e admirava, descendo sorrateiramente pelo decote levemente sedutor. Mas os olhos me hipnotizaram. Percebi que quando a olhava fixamente, seu olhar fugia do meu de quando em quando...e isto era um bom sinal. A mesa impedia de olhar suas pernas ou pés, mas tudo aquilo não importava. Finalmente estava na presença dela. Importava que naqueles minutos, naquela hora a minha atenção era só dela e a atenção dela só minha.






Engraçado como as coisas mudam. Há um ano atrás, teria implicado com o sotaque carioca, com a cidade, com o calor, enfim com tudo que fosse carioca. Agora, a voz dela e o jeitinho de falar eram música para os meus ouvidos. A cidade do Rio de Janeiro me encantava, pois ela ali morava. Copacabana passara a ser o centro das minhas atenções. Ela havia permitido que eu entrasse na vida dela e ela fazia parte da minha vida de forma definitiva. Mexeu comigo de um jeito inesperado e como era bom aquele sentimento.

Acercava-se das 20 horas quando pedimos a conta e partimos. Fomos em busca de um táxi e meus olhos puderam novamente percorrer o seu corpo pelas costas. As pernas morenas desapareciam debaixo do vestido solto logo acima do joelho. Poderia ficar contemplando-a por horas, como faço com suas fotos.

Entramos no táxi e rumamos para Copacabana. Não queria que terminasse aquele encontro, não queria que a noite a levasse de mim, mas tinha a certeza de que seria o primeiro de muitos. Quando ela pediu para o táxi encostar, me atrapalhei todo. Abracei-a e beijei seu rosto. Não me lembro dos detalhes, porque não queria deixá-la ir. Ela saiu do carro sorrindo. Eu ali fiquei sonhando e voando.

Ela partiu e senti que aquele primeiro encontro para sempre me marcaria e que se abria diante de mim um novo caminho. Tive a certeza, naquele dia, de que estava diante da mulher mais encantadora que já conheci, da mulher mais bela que meus olhos já avistaram.

Voltei ao hotel e fiquei horas sonhando acordado, num longo devaneio, quase um transe profundo. Não saí para jantar. Apenas fiquei ali relembrando cada detalhes, curtindo cada momento daquele encontro. A trilha sonora deu o pano de fundo de uma noite inesquecível. Um dia banal, que se tornou imensamente especial.



sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O Delegado Protógenes

Recentemente, pela imprensa, tive conhecimento de que o Delegado Protógenes Queiroz mantinha um blog. Achei estranho um delegado da Polícia Federal, que supostamente conduz investigações e inquéritos sigilosos, escrevesse no próprio blog. Qual o conteúdo? Vai divulgar o que? Afinal, ele é um servidor público pago com o nosso dinheiro!


O conteúdo do blog é insginficante, salvo pelos inúmeros comentários - TODOS - de apoio e elogio à conduta de Protógenes, auto-proclamado salavador da pátria, cavaleiro solitário em confronto com a corrupção e os poderosos. Poderíamos dizer que Protógenes, ao olhar no espelho de manhã, deve achar-se o Don Quixote brasileiro. O blog é um verdadeiro culto à imagem do delegado, assemelhando-se a um fanatismo típico de pessoas com conduta desequilibrada. Estou exagerando? Acho que não.

Resolvi fazer um teste sobre o espírito público e o sentimento democrático do Delegado. Redigi o seguinte comentário no blog do Protógenes:


"Realmente fico pasmado com os comentários acima, com as notícias veiculadas e com a conduta de V. Sa. Neste país, do qual também sou cidadão, há uma Constituição que protege os indivíduos do Estado e de uma polícia, qualquer que seja. A Constituição existe e eu acredito nela. Não acredito em bastiões da liberdade e da justiça que descumprem as regras, direitos e garantias fundamentais.
Chega de grampo! Chega de ilegalidade! Chega de abusos da Polícia Federal!
Chega de auto-propaganda Sr. Delegado!"

O comentário dependia de aprovação para ser publicado e estranhei o fato de não existirem comentários ou críticas à conduta do Delegado. Brinquei com um colega de escritório: "Aposto que ele vai recusar!" Dito e feito. Meu comentário não foi aprovado. Quantos comentários será que o delegado Protógenes recusa por dia no seu blog? E garanto que ele tem tempo de cuidar do blog dele, pois foram inúmeros comentários após o meu, e todos foram aprovados. Vai ver que o curso da Polícia Federal ao qual ele foi convcado era exatamente sobre isto: como fazer um blog!

No post Sigilo, Estado e a Lei critiquei a postura e conduta do delegado Protógenes. As últimas notícias acerca da grampolândia, e as decisões de tribunais superiores sobre grampos, indicam que a conduta do delegado Protógenes foi clandestina, marginal (no sentido de à margem da lei) e ameaçadora dos direitos constitucionais de cada cidadão. Trata-se de um homem que não nutre qualquer respeito ou temor pelo Estado de Direito, que não cultiva e nem resguarda os direitos de concidadãos e que não é democrático.

Fiz o teste do comentário exatamente para avaliar a índole do delegado Protógenes. Alguém que não respeita a lei e os procedimentos de conduta da Polícia Federal é tão - ou mais - criminoso do que o objeto de sua investigação. Descobri que Protógenes também não é lá muito chegado a idéias contrárias às dele, não é receptivo a críticas (algo característico de regimes totalitários) e age buscando a aclamação popular, não o sentido do dever cumprido e do trabalho bem executado.

No fundo, acho que o Protógnes vai ser candidato a deputado em 2010. E se for lançar uma visão ao longe, não me surpreenderia ver seu nome envolvido em algum escândalo de corrupção decorrente do cargo eletivo. Vamos aguardar.

Para quem quiser conferir - ou se arrepiar -, indico o link do Blog do Protógenes.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vai ter barraco


Recebi esta foto por email de uma amiga e não resisti. Depois de rir muito, compartilho-a com todos vocês.

Pelo jeito, vai ter um grande "barraco" nesta festa!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dilema conteúdo e beleza






Tudo começou como um palpite, um comentário desinteressado no Blog Pensamento Acidental sobre o fato das mulheres ultimamente preferirem homens feios ao invés dos lindos, desde que tenham conteúdo.


Nos comentários, fui parar no blog Senhorita Rosa que expõe sua opinião sobre o assunto. Passei a fazer uma pesquisa sem muito compromisso e nada de científica e descobri uma certa tendência nesta linha. Homens bonitos são um problema. Preocupam-se demais com o próprio umbigo (literalmente já que querem barriga tanquinho) e esquecem de quem está ao seu lado. As mulheres se revoltaram e partiram para o revide. Então, ciente de que vou provocar alguma polêmica e comentários discordantes, vou dar minha opinião e colocar a questão sob a ótica masculina.



Beleza ou conteúdo? Eis o dilema.

Ao ler o post, a primeira imagem que me veio à cabeça foi do Shrek. O monstrinho verde que se fica todo interessado na linda princesa. A estória todos conhecem. Poderia ter citado também Cyrano de Bergerac, personagem filmado diversas vezes e mais recentemente interpretado por Gerard Depardieu em filme de 1990. Originalmente escrita como peça de teatro, estreou em Paris em 1897. Cyrano de Bergerac é um talentoso poeta e exímio espadachim, integrante da companhia militar chamada 'Cadets de Gascogne'. Mas ele possui um nariz absurdamente comprido, que lhe dá uma aparência ridícula para acompanhar seus dotes intelectuais e físicos. Dois exemplos de homens feios que se encantam por mulheres bonitas e mulheres bonitas que descobrem a beleza em homens feios.

Parece que agora a vida imita a arte, mas tenho cá com meus botões que quando a arte ao longo do tempo trata de um tema - ainda que nos pareça irreal ou inadequado aos tempos de hoje -, este tema por ser preservardo ao longo do tempo, revela-se universal. Universal tanto no sentido de tempo, quanto no sentido de localidade territorial.

Não me surpreendo que uma mulher se encante com um homem feio. As mulheres são mais complexas psicologicamente do que os homens. Somos mais planos, previsíveis, suscetíveis. Em termos tecnológicos, a mulher é multifuncional enquanto que o homem é unifuncional. Brincadeiras à parte, é esta complexidade que exige do companheiro qualidades não encontradas em homens egocêntricos, algo facilmente identificável na maioria de homens denominados "lindos".

Talvez o homem feio, ao perceber o interesse de uma linda mulher, tenha consciência de que está sendo premiado. É a mulher que faz a escolha sempre, independentemente da beleza. Dificilmente o homem tem várias opções de escolha, e se o tiver, ficará rapidamente convencido de que é um "Deus Grego" e passará a dispensar as mulheres. O egocentrismo afastará tanto as mulheres bonitas, como as mulheres feias.

O prêmio - a que me referia acima - fará com que o homem feio use todos os esforços para manter a companhia daquela mulher ao seu lado. Ele perceberá que ela o vê por algo mais do que a simples "casca" externa, algo difícil de se ver hoje em dia. E se ela apenas estiver "usando" o homem feio para desfilar com ele - algo possível, já que os homens são iludidos habitualmente por belas mulheres -, então ele vai aproveitar o presente.

Parece que a discussão se resume no velho dito popular: quem vê cara, não vê coração! O homem feio vê o coração, vê as qualidades, ultrapassa a beleza externa para penetrar na beleza interna. Este homem sabe "ver" a mulher como ela é! E descobrir uma mulher como ela é significa encontrar o pote de ouro no final do arco-íris, significa aprender a dar valor à mulher.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Quiet

Achei que este blog estava pouco musical. Em meio a uma semana bastante corrida, o tempo para desenvolver posts com mais conteúdo me escapou. Mas aguardem que o próximo post terá conteúdo.

QUIET
(Rachael Yamagata)

Baby says I can't come with him
And I had read all of this in his eyes
Long before he even said so
Why go, I asked
You know and I know why
And it'll be just as quiet when I leave
As it was when I first got here
I don't expect anything
I don't expect anything

Take careI
've been hurt before
Too much time spend on closing doors
You may hate me, but I'll remember to love you
Goodbye
Don't cry
You know why
And it'll be just as quiet when I leave
As it was when I first got here
I don't expect anything
I don't expect anything

All the waves of blame arrange as broken scenery
As they steal your best memories away
What if I was someone different in your only history?
Would you feel the same
As I walk out the door
Never to see your face again
Never to see your face again

And it'll be just as quiet when I leave
As it was when I first got here
It'll be just as quiet when I leave
As it was when I first got here
I don't expect anything
I don't expect anything
I don't expect anything
I don't expect anything
I don't expect anything
I don't expect anything to change when I leave




Please don´t ever leave.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Google lança navegador

O Google disponibilizou para download sua versão de navegador. Chamado de Google Chrome, a empresa vai tentar enfrentar o quase monopólio do Explorer, da Microsoft. Sou da opinião de qualquer desafio à Microsoft é positivo, já que somos reféns do Office e de seus sistemas operacionais.

Incomodar a empresa de Bill Gates é um sinal de que ela precisa se mexer e abaixar os preços, pois comprar software original da Microsoft é uma cacetada. Recentemente troquei de computador, mas fiz questão de que a máquina viesse com o XP. Não conheço alguém que esteja satisfeito com o Windows Vista e acho - fazendo um exerício de futurologia - que o Vista vai cair no ostracismo, assim como o Windows Millenium, que era péssimo. Gastava-se mais tempo reiniciando o computador do que efetivamente trabalhando.

Quem usa o Firefox, outro navegador bastante popular, diz que ele é muito superior ao Explorer. Vamos ver se o Google Chrome traz boas novidades.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Efeitos colaterais da Lei Seca



Um pouco de humor para começar a semana, direto do blog Simples Coisas da Vida! A foto acima vem de lá.

Resta saber se uma senhorinha com 69 anos ao volante não é um risco equivalente! A marvada da pinga realmente afeta o cérebro das pessoas.