segunda-feira, 30 de junho de 2008

Bolhas de sabão


Finalzinho de uma tarde ensolarada de junho e a festa junina chegava ao seu final. Faltavam 10 minutos para encerrar a festa aberta ao público, antes de começar a fase de limpeza e desmontagem das barracas. Encontrei um tubo plástico largado sobre uma mesa, um destes tubos que contém água com detergente para fazer bolhas de sabão. Alguma criança deveria tê-lo esquecido. Não hesitei e abri o tubo, soltando bolhas de sabão pelo pátio da escola. Diverti-me, sozinho, por alguns minutos, antes de voltar a ser "adulto". Uma senhora que passava perto disse: "Como é bom voltar a ser criança, não?". Sem dúvida que é e mais gostoso é poder agir sem dar "bola para a torcida", para a opinião externa, que nem sempre é generosa e motivadora.

O comentário feito pela senhora que passava me fez pensar em várias coisas. Há pouco mais de 2 anos, uma pessoa me disse que eu era muito sério. A frase, bem direcionada, não se referia a responsabilidade, nem ao trabalho, nem a forma de abraçar os deveres da vida, mas sim a uma postura diante da vida, demasiadamente racional e sisuda. Foi uma daquelas frases, soltas no meio de uma conversa, numa manhã ou final de tarde - não me lembro -, mas dita por uma pessoa muito amiga, que me fez pensar. Pensar com o espírito da crítica construtiva e conclui que ela tinha razão.

Brincar com aquelas bolhas de sabão me fizeram pensar exatamente na frase dita há dois anos atrás e como agia no momento presente. Mudei. Cresci, se bem que a palavra pode parecer contraditória, pois alguém poderia dizer que involui. Mas vejo isto como um processo de crescimento. Se a autora da frase me visse, não tenho dúvida que riria do marmanjão e suas bolhas de sabão. Voltar a ser criança, brincar sem se preocupar com os outros, deixa a alma mais leve, mais jovem. Muitas vezes é disto que precisamos: esquecer que somos adultos e simplesmente brincar.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Música de fundo

Estou numa semana musical. Coincidência? Talvez. Interessante como alguns temas no blog vão puxando outros e quando me dou conta, há uma sequência de posts sobre um mesmo tema. Visões diferentes, abordagens variadas. E sempre consigo extrair algo do livro que estou lendo, algo com que me identifico ou que retrata tão bem algo da vida.

Escrevo este post ouvindo Madredeus, especificamente o álbum Existir. Madredeus é um grupo de música portuguesa, que combina o fado com a tradicional música portuguesa. Um pouco melancólico, mas reflexivo. Música de fundo para um final de dia, para embalar pensamentos, para sonhar.

Quando gravo um CD, gosto de dar uma pitada pessoal, de incluir algo "meu" que só quem vai ouvir compreenderá. Isto se reflete por aqui também e nas coisas que escrevo. Acho que no fundo, sempre escrevemos para alguém. Pode ser um alguém indefinido, que cairá por acaso neste blog, ou alguém que sempre passa por aqui. Escrever é antes de tudo dividir, dar-se. E quando há uma música de fundo para permear todos estes pensamentos, uma nova luz é lançada.

Música para mim é uma viagem que transporta para fora do presente e leva a lugares inesperados. Lugares reais e outros imaginários. Lugares do presente, do passado e do futuro. Um mergulho na imaginação e no interior. Um mergulho nos sentimentos. Um mergulho que renova e alegra.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Selo Blog Musical



Recebi este selo da Edna, do Pensamento Nosso. Muito obrigado pelo selo! Selos são uma excelente demonstração de quem tem gente que sempre passa por aqui!

A parte musical deste blog surgiu como uma forma de divulgar músicas novas de artistas mais novos. Daí a coluna Dicas da Dani, pois as dicas sempre tem origem em novas descobertas da minha excelente consultora musical. Ela tem o dom para descobrir coisas novas, e eu compartilho com todos.

Repasso o selo para:

Fabiola - que sempre traz ótimas músicas, principalmente brasileiras.

30 & Alguns - com a coluna Na Vitrola lá de casa.

Lila - que sempre tem uma trilha sonora gostosa para acompanhar a leitura dos posts. Bom, pelo menos tinha antes dela mudar o template.

Pensamento Acidental - ela sempre traz ótimas dicas de músicas e de rádios online, como no post Para entrar no clima.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dicas da Dani: Ben´s Brother

A banda britânica, Ben´s Brother, foi fundada pelo vocalista, Jamie Hartman, e o primeiro álbum, Beta Male Fairytales, foi lançado no dia 6 de Agosto de 2007.

O primeiro sucesso é Let me Out, que dá a trilha sonora a este post, uma balada no melhor estilo dos bons grupos ingleses. As músicas que compõem o primeiro álbum foram todas escritas por Jamie Hartman e podem ser ouvidas no site da banda.



LET ME OUT
(Ben´s Brother)

You sit and you stare and you wait and you wonder
You think "Maybe it's me and I'm being a fool."
You start to believe it's a curse that you're under
And you're just a doll for a girl who is cruel
With a pin

(Chorus)
So let me out
Or let me in
And tell me how, we can win
Cause I really wanna know now
Before I begin
To let you go (to let you go)
So let me know

I'd rather be wandering hungry and homeless
Than here in the warmth of a silent defeat
You've gotta be honest with me and be ruthless
‘stead of shifting uncomfortably there in your seat
And your skin

(Chorus)

And who'd've thought I'd have the strength to say
"Let me out or let me in"
But as the words are pouring from my mouth
I wanna say them again, and again and again

So let me out
Or let me in
And tell me how, we can win
Cause I really wanna know now
Before I begin
To let you go (to let you go)
Oh
Let me out, or let me in,
Oh no no
And tell me how
We can win
Oh no I really wanna know now
Before I begin
Oh to let you go, to let you go
Let me know

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Poesia: TULIPAS




TULIPAS


Delicadas
Aparentemente simples
Naturalmente belas
Singelas, escondem a complexidade
A raridade de uma jóia
Discretas
Cativam apenas o olhar atento
O olhar profundo que ultrapassa a superfície
E mergulha no âmago
No interior

Pétalas que se elevam
Em louvor ao céu
Em agradecimento pela vida
Celebram o momento
Intensas e vibrantes
Incomparáveis
Sutis
De presença notável
Sempre presente


(RLBF - 5 junho 2008)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Passagem Carioca




Semana passada estive 2 dias no Rio de Janeiro. Algumas reuniões, mas sem correria. Tudo com tempo para desfrutar da cidade e da companhia. Talvez seja coisa de paulista meio deslumbrado, mas é sempre uma delícia chegar no Rio e fazer o trajeto pelo Aterro em direção à zona sul. Visual que contrasta com o cinza e o concreto paulistano.

Na quinta-feira à noite, resolvi sair para jantar. Jantar em hotel nunca é das coisas mais agradáveis e tenho um certo espírito exploratório em cidades diferentes da minha. Por ser dia dos namorados, achar um lugar tranquilo não ia ser fácil. Passava das 21:30 e perguntei na recepção do hotel se era seguro caminhar por ali naquele horário. A resposta afirmativa me surpreendeu e causou certa apreensão, pois a mídia parece nos "desinformar" e alentar um certo medo.

Caminhei por algumas ruas de Copacabana e senti não só segurança, mas um clima de tranquilidade. Muitas pessoas andavam tranquilamente pela rua, alguns velhinhos, alguns casais de namorados. Depois de algumas tentativas frustradas para conseguir um lugar para sentar, fui em direção da Barata Ribeiro, pela Santa Clara. Tinha uma excelente dica e resolvi ver se conseguia comer algo. Meu alvo era o Cafeína, um charmoso e simpático café na Barata Ribeiro, em frente à Modern Sound, um paraíso para quem gosta de música.

Jantar tranquilo, num ambiente aconchegante e diferente de São Paulo. Diria que um lugar ideal, um ponto de referência. Descobrir lugares peculiares e próprios das cidades é algo que adoro. E esta foi mais uma dica que só poderia ser dada por alguém de extremo bom gosto e que me conhece bem.


Voltei ao hotel pela Barata Ribeiro, quase 23 horas, sem medo, andando por calçadas largas e apreciando uma lua quase cheia. O Rio não é tão assustador como pintam.

sábado, 14 de junho de 2008

De comentário a post

Há comentários que merecem ser repetidos em um post. Mesmo que sejam curtinhos, mas as palavras são sábias.

" Lila Rose said...
Como tão bem disse Cora Coralina, "o saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da Vida".

terça-feira, 10 de junho de 2008

Perspectiva e idade

Foi numa palestra sobre cinema e as emoções na educação dos filhos na escola de meus filhos, que revi uma cena sensacional do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Robin Williams, que interpreta um professor de literatura, dá sua primeira aula em uma escola particular britânica. Pede que um aluno leia o início do livro texto. Enquanto a aluno lê o texto, o professor desenha um gráfico na lousa, uma representação matemática do que seria a poesia e de como interpretá-la. O professor escuta pacientemente a baboseira escrita por um PhD em literatura, que somente via fórmulas matemáticas nos textos poéticos. Racionalidade pura, onde impera o irracional, a paixão, as emoções, uma visão diferenciada.

O professor, então, calmamente, diz que tudo que acabaram de ler era lixo e ordena que os alunos arranquem aquelas páginas iniciais do livro. Os alunos, estupefatos, seguem a ordem temerariamente. Aflitos por quebrarem a ordem e a disciplina imposta, reticentes em seguirem o caminho pouco ortodoxo proposto por aquele docente. O professor quebra paradigmas, e mesmo diante de alunos desconfiados, conquista a confiança e a amizade dos alunos. O professor propõe que os alunos "olhem" a poesia sob outra perspectiva, com um outro olhar.

Em outra cena do filme, para exemplificar o que isto quer dizer, sugere que os alunos subam nas mesas, que fiquem mais altos, que de cima das mesas lancem seus olhares para o mundo, que parece ser reduzido, diminuído, alterado. Olhar de fora, de longe. Olhar com óculos especiais que permitem esta nova perspectiva.

Aonde quero chegar com esta divagação? A idade nos dá uma nova perspectiva. Quando fazemos aniversário, há dois sentimentos que se misturam, principalmente quando se ultrapassa os 30. Um sentimento de alegria e de sobrevivência, um sentimento de que seguimos firmes na jornada da vida. Ao mesmo tempo, e em muitos casos, um sentimento de perda, de fracasso, de desânimo. Sente-se o peso dos anos.

Este sentimento de desânimo, de perda de tempo, de fracasso, não nos pode impedir de renascer, de recomeçar, de rejuvenescer. Se um relacionamento se desgastou ou desmoronou, o tempo não foi perdido. O tempo foi de aprendizado. A vida parece nos revelar certas coisas somente com o passar dos anos. É o tempo, os anos nas costas, que nos conduz a relatar segredos, a desmascarar medos e angústias.

A juventude nos dá muita coragem, mas pouco juízo e muito pouca informação. O aprendizado vem com a vida, com a experiência. E isto vale para tudo: para a vida profissional, para a vida amorosa, para a maternidade/paternidade. Só com o tempo, com outra perspectiva ao lançarmos uma revisão sobre o passado, é que podemos entender muitas coisas. Não há erro naquilo que erramos por desconhecer. Ninguém tem bola de cristal. A vida ensina. A vida é reveladora e cheia surpresas. Culparmo-nos por erros ou porque aparentemente perdemos tempo é um equívoco. Todos erramos e sempre há tempo para corrigir os erros, para mudar o rumo, para fazer novas escolhas.

"Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima" diz a letra do samba. Para isso é que existem amigos e aquelas pessoas especiais que estão sempre ao nosso lado. Ainda que em outra cidade.
Para quem gostou do assunto, veja também o post Reflexão Pascal.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Crônica: Véspera


VÉSPERA


Um leve fiapo de lua riscava o céu ainda claro da tarde de outono, como se a sorrir. Estava no trânsito, a passos lentos, ou melhor, parado num infindável mar de carros. Coisa rotineira de São Paulo. O céu com um azul menos vibrante, mais frio, presságio da noite gélida que me aguardava. Esta era a previsão do tempo que ouvira pela manhã no rádio. Os tons são menos fortes, menos definidos do que no verão. Ao menos é o que me parece. Uma daquelas impressões que temos e que em nada afetam nossas vidas, mas quando surge a primeira oportunidade, desfiaremos toda uma teoria de como a inclinação do eixo da Terra faz com que a luz incida de tal e qual modo, fazendo com que o céu tenha tons pastéis e variantes do azulado. Raramente fica avermelhado, como fogo. Sempre amarelinho ou azulzinho e suas matizes.

Tudo isto pouco me importava. A lua me inspirou. Fiquei a sorrir, hipnotizado pelo sorriso que se desenhava ao seu redor. O céu tornara-se minha tela de pintor e deitei os traços do seu rosto na abóbada celeste. Não havia estrelas ainda, pois o dia ainda estava claro, lentamente escurecendo. O tíbio calor da tarde se esvaía e parecia todo armazenado dentro de mim. Estava inquieto. Uma inquietação pueril de véspera. Véspera de viagem, véspera de festa de aniversário, véspera de Natal, véspera de algum evento qualquer que na infância parecia ser sempre o mais importante do mundo. Era véspera de viagem e véspera de aniversário. Tudo junto, tudo próximo. E desta vez, ia vê-la perto de seu aniversário. A viagem coincidira na data certa. Bem, claro que houve uma certa intervenção minha. Afinal, não custa nada dar uma forcinha para o destino.

Uma euforia discreta, que eu disfarçava, borbulhava dentro de mim. Água no fogo, ainda longe do ponto de ebulição, mas aumentando de temperatura a cada minuto. O tempo precisava passar rápido, precisava lotar minha agenda para que todos os dias passassem rápido. Voltei aos meus 12 ou 13 anos. Sempre fui inquieto, sempre ansioso. O tempo passou e isto se aquietou, quase extinguiu esta inquietude. Mas ultimamente, coisa de 2 anos para cá, a inquietação voltou. E sempre perto destas viagens. Sempre nos dias que antecediam nossos encontros.

Notei meu coração a dar cambalhotas, fazendo estripulias internas. Nem reparei no trânsito. O caminho fora feito no automático. Já estava em casa, e de volta à realidade. Bastava aguardar. Aguardar até a próxima semana.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Selo para o blog




Recebi da Tãmara, do Intimidade, este selo. Fico muito contente e agradeço pelas visitas, comentários, críticas e claro, pelo prêmio. Estes selos são uma singela prova de que há leitores para o que escrevemos.

Repasso o selo para os seguintes blogs:

Pensamento Nosso, da Edna.

Pensar de uma Mulher, da Fabiola.

Gotas Diárias de Sentimento, da Carol.

Ventos de Mudanças, da Simone.

O Avesso da Vida, do R Lima.

Uma estrela no céu, da Denise.

O que penso, quando penso, da Bia.

Cada blog com seu estilo, mas sou leitor de todos.

Olha o dossiê aí, gente!!!

A vantagem de um blog é que existem tags. Aquelas coisinhas no final do texto que permitem ao leitor selecionar o que ele quer ler. Se o leitor quer poesia (sei que é o grande hit deste blog) ou crônicas, textos mais leves para o espírito do que o lamaçal da política brasileira, é só escolher e pular este post.

Sabia que alguém ia dizer que sou muito PSDB mesmo, mas eu não sou PSDB. Permito-me um pequeno parênteses: acho o PSDB um partido muito indefinido, temeroso, com crise de identidade, que não sabe ser oposição. Enfim, um partido meio deslumbrado. Eu talvez seja muito radical para as hostes do PSDB. Já era assim no tempo de faculdade.

Mas voltemos ao tema. Interessante como a palavra dossiê sempre aparece quando tem algo de estranho relacionado com a ministra Dilma Roussef. Coincidência? Não, meus caros, é a tática de guerrilha, é a propaganda usada como instrumento do partido e do sistema. Uma coisa é certa: este pessoal estudou muito Goebbels (propagandista de Hitler) e sabe bem como distorcer a verdade, como intimidar, como assustar, como tornar tudo aparentemente "normal".

Vejam o que escreveu Reinaldo Azevedo no seu blog de hoje:

"Prestar atenção

Acredito haver aspectos nas entrevistas de Denise Abreu e de Marco Antonio Audi ao Estadão que não podem se perder em meio à voragem e aos detalhes:

1 - A ex-diretora da Anac afirma ter sido vítima de um dossiê. Ela não diz, mas acho que todos entendemos a sugestão de que pode ter sido coisa da Casa Civil. Ela é explicita em dizer que Dilma teria usado contra ela informações que, descobriu depois, estavam no tal dossiê;
2 – Marco Antonio Audi deixa claro que o chinês Lap Chan ameaçou não dar mais um tostão ao negócio e que praticamente impôs a venda da Varig à Gol. Audi ainda teria tentado a TAM, mas não houve tempo. É preciso saber:
a) a TAM estava disposta a dar mais pela Varig?;
b) se a TAM aceitava dar mais, por que o governo só autorizaria a venda para quem aceitava dar menos?;
c) digamos que alguém estivesse escrevendo um roteiro de ficção:
1 – Hipotéticas empresas G e T estão interessadas na também hipotética empresa V;
2 - a empresa V, que não é boba, prefere a empresa T, que paga mais;
3 - mas o negócio depende de autorização do governo, que só aceita vender para a empresa G, que paga menos;
4 – o roteirista já tem um mistério, um enigma, e precisa tirar o leitor ou telespectador da sinuca. O que se passa?
5 – o roteirista, cheio de caraminholas, inclui em sua história o pagamento de um complemento, "por fora" (vocês sabem: "recursos não-contabilizados", como diria Schopenhauer) não ao dono da empresa V, mas aos agentes oficiais que forçaram a venda para a empresa G.

Ah, para que não nos esquecemos: Dilma, que cuida de coisas tão elevadas, ainda encontra tempo para pedir, pessoalmente, a transferência para Brasília da mulher de um terrorista. Eis um exemplo de consideração bem acima do "razoável".

Histórias verdadeiramente fascinantes, cheias de sortilégios."

Visão ao longe, meus caros, e a vida segue.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Uma hora a coisa fede




Tenho fugido de posts políticos, mas as manchetes dos jornais de hoje, obrigam-me, como cidadão consciente e crítico, a falar.


A ex-diretora da ANAC, Denise Abreu, em entrevista concedida ao Estado de São Paulo, declara que houve pressão do governo para dar um "jeitinho" na venda da Varig. A notícia na íntegra pode ser lida aqui.


Pois bem, meus caros leitores, vamos às entrelinhas desta história toda.


O bagaço da Varig foi vendido a um grupo de empresários com nenhuma experiência no setor de transporte aéreo de passageiros e a um fundo de investimento americano, cuja face é do Sr. Lap Chan. Propostas de grupos sérios e de pessoas sérias, como a TAP, comandada por Fernando Pinto, foram todas recusadas.


No leilão da moribunda Varig, este grupo surpreendeu a todos comprando a Varig na bacia das almas. Passados alguns meses, a Gol compra a Varig e os antigos donos realizam um lucro extraordinário. Hum, qual o segredo deste milagre financeiro?


Não sei o segredo, mas agora a coisa começa a ficar mais clara e acho que a imprensa vai desvendar o que ocorreu. A compra da Varig pela Gol foi engendrada pelo Governo. Não tenham dúvida de que alguém do Palácio do Planalto deve ter ligado para o Nenê Constantino e dito algo do tipo: "Você comprou aquela bezerra do Roriz, e nós demos um jeito de livrar sua cara. Você não quer comprar a Varig e dar uma forcinha?"


Em termos econômicos, a compra da Varig pela Gol foi totalmente ilógica. Uma burrice tremenda. E quem pagou o pato? Os acionistas da Gol. A ação vem despencando no mercado. A Gol alegava que iria usar a bandeira Varig para trajetos internacionais, mas alguns meses depois, estas rotas foram desativadas. Passageiro internacional não viaja em carroça, viaja em avião bom e novo.


Se fosse acionista da Gol, acho que teria uma bela ação judicial de indenização contra os controladores e administradores da empresa pelos danos causados no negócio.


Mas há algo mais grave por trás disso tudo: o lucro que o fundo, ex-controlador da Varig, realizou. Ó dinheiro está no exterior, mas nas mãos de quem?


Bem que a Ministra Dilma Roussef poderia apresentar um dossiê sobre o assunto e esclarecer tudo, mas aposto que isto não vai acontecer. Vamos esperar para ouvir as desculpas por mais este episódio de falta de ética e malandragem deste Governo.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

AMADO, Vanessa da Mata

O CD Sim, de Vanessa Mata, é excelente. Já falamos dela neste blog e como está faltando um pouco de música neste blog, resolvi trazê-la para dar a trilha sonora da semana.



AMADO

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir, não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você