quinta-feira, 30 de abril de 2009
Ainda sobre um outro ângulo
terça-feira, 28 de abril de 2009
Mude o ângulo
Olha para o céu num dia com nuvens brancas a pontilhar aquela imensidão anil. Olhe para o tronco de uma árvore, bem de perto, e repare nos detalhes. Olhe para o chão e note os padrões de uma pedra de granito ou da calçada. Olhe para uma noite estrelada e tente ver as constelações que se desenham.
Olhe para a foto acima. Pode ser uma tiara divertida ou alguma invenção inútil e barata que o fará ficar com cara de bobo. Ou então poderá ver duas pessoas sorrindo caminhando de mãos dadas na beira da praia. Não viu? Basta imaginar.
Há uma infinidade de situações estéticas que podem ser vistas como são, ou como suponhamos que sejam. O olhar criativo, que muda o ângulo de visão, que muda a luz, que muda a cor, que muda o tom, permite vislumbrar desenhos e formas escondidas na transmutação da realidade. Tudo depende do ângulo com que se olha.
O artista é um ser humano com a capacidade de olhar para uma tela branca e projetar mentalmente o que quer atingir com o pincel e as cores das tintas. O escultor é capaz de olhar para um tronco, um bloco de pedra, um pedaço de metal, e criar algo agradável aos olhos e compreensível ao nosso cérebro.
Mude o ângulo do olhar e verás algo que talvez ninguém veja, só você. Se descobrir este algo novo, este algo inédito sobre o amigo, não guarde para si; divida o que há de bom e que descobriste.
Às vezes, vemos qualidades que ninguém mais vê, que ninguém observa, que ninguém repara. Qualidades que nem por isso deixam de ser reais ou verdadeiras. Talvez elas só sejam reveladas quando olhamos com o coração.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Milton Hatoum e sua cidade ilhada
Outros posts sobre Milton Hatoum: O olhar e as palavras na visão de Milton Hatoum e Fechando o círculo.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Crônica: Miragem
Ajeitou-se na cadeira de forma desengonçada e nervosa. Estava incomodado com a presença dela. Suas mãos indicaram um leve suor a brotar e o coração em batimentos acelerados. Seus olhos percorreram cada detalhe visível daquele corpo que se pintava diante de seus olhos. Hipnotizado pela beleza natural do rosto de traços delicados, sentiu uma certa nostalgia. A morenice carioca era um de seus pontos fracos. O outro era o sotaque. Por mais contraditório que pudesse ser, Otavio, um paulistano nascido e criado em São Paulo, era apaixonado pelo timbre, pela sonoridade do falar carioca. Coisa do passado, coisa de uma paixão antiga que lhe descortinou as belezas do Rio e que ainda não cicatrizara por completo.
A moça folheou alguns livros grandes, com fotos em branco e preto. Depois, pegou um outro do Sebastião Salgado; e mais outro com obras de Miró. Otavio pensou em se levantar e dirigir-se à bancada onde estavam os livros. Tentaria iniciar uma conversa. Parecia congelado de medo. Seus pés estavam colados ao chão. Tomou o último gole de café com as mãos trêmulas. Inquieto, sua vontade parecia hesitante demais para superar aquele pequeno espaço entre o pequeno café no canto da livraria e a local onde repousavam os livros de arte.
Respirou fundo e tentou dominar seus pensamentos. Ao levantar, derrubou a cadeira para trás, que fez um enorme estrondo ao ir de encontro ao chão. Várias pessoas olharam e ele enrubesceu. Quando se recompôs, ela havia ido embora. Olhou ao redor. Nada, nem um sinal daquela mulher. Foi tomado de um sentimento profundo de frustração e de raiva consigo mesmo. Contentou-se quando pensou que talvez tudo não tivesse passado de uma miragem.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Respondendo sobre Monteiro Lobato
A leitora Larissa deixou o seguinte comentário:
Agradeço os elogios que são sempre um incentivo a continuar.
O comentário foi feito no post Monteiro Lobato e Meio Ambiente, de 1o. de junho de 2007. Graças às ferramentas de pesquisa, estes artigos podem ser resgatados no tempo, já que muitos dos textos sobre literatura neste blog são atemporais. Mas, vamos à questão feita pela leitora.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
E o tempo levou
Porém, há blogs que nascem e morrem; outros desaparecem; outros são fechados e restritos. Como o tempo levou embora alguns blogs - eles continuam disponíveis, mas sem atualização -, resolvi dar uma atualizada nos meus links.
Foram 5 novos blogs , que podem ser divididos em grupos. O Invade e fim, escrito por Luana Ferraz, e Palavras e Silêncio, da Maria Fernanda. Ambos compõem este primeiro grupo. Blogs escritos por mulheres com textos, ora apaixonados, ora introspectivos, ora reflexivos.
O outro grupo inclui 3 blogs. O Terapia da Palavra é um blog para quem gosta de escrever e quer aprimorar sua escrita. O Terapia é coordenado por Claudia Letti e Maria Rachel Oliveira. Incluo neste grupo o Senhorita Rosa. Divertidíssimos os textos e os comentários. Assuntos atuais daqueles que todos discutem e que ninguém tem razão.
O tempo leva alguns, mas traz com seu sopro novos ares e novos blogs. Sempre bom dar uma arejada por aqui e ler coisas novas. Vale a pena dar uma passadinha por lá!
domingo, 12 de abril de 2009
Páscoa
Feliz Páscoa a todos!
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Duas perguntas ingênuas
terça-feira, 7 de abril de 2009
Crônica: Guloseimas
GULOSEIMAS
Pedro foi o primeiro a ficar ao lado da mesa quando se anunciou o parabéns, o momento mais esperado daquela tarde, afinal poderia atacar os docinhos. Seu queixo ficava pouco acima da borda da mesa, mas os olhos estavam irrequietos, agitados, percorrendo cada cantinho, mapeando o território, traçando uma estratégia para o ataque, ansioso pelo momento decisivo. Ele sabia, como todo general, que se houvesse indecisão, não lhe restaria mais do que um brigadeiro. Os bárbaros atacam sem piedade.
Olhou para os lados e pensou em esconder um brigadeiro por debaixo da mesa. Ia ser sorrateiro, discreto, um espião à espreita. Com toda aquela balbúrdia e confusão, quem iria perceber ou notar o desaparecimento de um mísero brigadeiro. A mesa era muito grande e nem todo mundo gostava de brigadeiro. Quando ergueu a mão sobre a mesa, Aninha o repreendeu. A irmã, do alto de seus 7 anos, foi rápida ao notar o ataque. O efeito surpresa estava desfeito. Levemente enrubescido, Pedro obedeceu, mas explicou:
- Só ia arrumar aquela bala de côco que está caída!
A irmã já conhecia estas artimanhas e somente balançou a cabeça. Pedro teria que aguardar por mais alguns minutos que pareceram uma eternidade. O tempo, nesta idade, tem ares de lentidão que desaparecem com o próprio tempo.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Dentro de um comercial
Para quem não lembra da música, o vídeo traz Por Enquanto na voz de Cassia Eller.
OBS.: Post corrigido com a colaboração do Rodolfo, pois o nome da música estava errado. Falha nossa e obrigado pela correção.