quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Janelas Fechadas (2)


Janelas Fechadas narra a estória de uma família simples que reside no arrabalde de Anil, no Maranhão. A mudança de D. Binoca, Benzinho e Juca para os arredores de São Luís é causada pela gravidez de Benzinho.

Benzinho é uma jovem bonita. "O espelho da parede repetia a figura suave de Benzinho, morena, alta, olhos claros, os cabelos apanhados para trás, as mãos bem tratadas. E como era bonita, o sorriso acentuava-lhe a beleza com as covinhas laterais e a claridade da dentadura."

A vida deste vilarejo se desenvolve sempre centrada na casa onde a família mora, diante da última parada do bonde. As grandes janelas da casa são a porta para o mundo. Da sala, avista-se a rua e o bonde quando passa. As janelas se fecham quando Benzinho não quer contato com o exterior, quando fica reclusa em sua casa. E Benzinho vive a esperar que desça do bonde o pai de seu filho. Aguarda ansiosa uma carta do homem a quem se entregou. Mantém o nome do pai de seu filho em segredo, como havia jurado fazer. A espera pela carta e a ansiedade quando passa o bonde são o pano de fundo do romance.

Parece-me que Josué Montello quis usar as janelas e a casa como uma analogia de nossa alma. Fechamos as janelas, fechamos os olhos, recolhemo-nos quando há situações na vida que nos voltam para dentro. Benzinho vive a esperar, fiel ao que prometera. Deixa a vida passar, no ritmo calmo e pacato do Anil. Mas como tudo na vida, há uma hora para mudar, para voltar a viver e não deixar o tempo apenas passar.

O autor usa de características externas das personagens para traçar seus perfis. O leitor consegue então penetrar na vida de cada uma daquelas pessoas, como um pássaro que observa do alto o desenrolar da trama.

Não vou revelar o que acontece. Este post é só um aperitivo para que o livro seja degustado em sua inteireza. O romance é delicioso e merece ser lido.

rec6

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terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Brasil tem o iPod mais caro do mundo

Na linha Bola de Cristal: previsões óbvias, o Estadão publicou no Domingo, dia 28 de janeiro de 2007, a seguinte reportagem: "Metade do preço do iPod é imposto".

Isto nós já dissemos aqui! Veja: http://visaoaolonge.blogspot.com/2007/01/ipod-iphone-e-tecnologia.html

Por isso que o iPod no Brasil é muito caro, porque vc paga muito imposto. Burrice governamental!! Bom, mas isto é pleonasmo. Se a carga tributária fosse mais baixa, a arrecadação ia aumentar e a pirataria diminuir. Regra simples. E há muitos estudos econômicos sérios que justificam isto. Não estou falando de orelhada, estou falando com base em fatos reais.

Uma das razões que criei este blog é exatamente para botar a bola de cristal para funcionar. Então, se alguém colher alguma informação interessante deste modesto blog, pedimos a gentileza de citar a fonte.

Windows Vista. Vc vai comprar?

Ontem foi lançado o Windows Vista, novo sistema operacional da Microsoft. Alguns maníacos fizeram fila em um hipermercado em São Paulo e teve até contagem regressiva. Saíram de lá com o novo sistema, em estado de aparente felicidade.

Mas pergunto-me: por que tanta ansiedade? Será que ao instalarem o sistema em seus computadores ele vai revolucionar a vida?

Acho que não e acho que a ansiedade é só para dizer que já tem o mais novo sistema operacional. Todo sistema operacional novo exige mais das máquinas e isto implica upgrades.

Sou cético. Gosto de tecnologia, mas não sou um consumidor voraz. Sinceramente, toda vez que lançam um sistema operacional novo fico revoltado. Isto significa mais gastos em software e geralmente upgrade de hardware. Não vou instalar o Vista no meu computador. Vou esperar para trocar de computador e vou esperar resolverem pelo menos alguns dos milhares de bugs que vem com um programa novo. E torcer para ver se abaixam o preço. Acho abusivo o que a Microsoft cobra de seus programas. Acho que eles contribuem em muito para a pirataria.

Quando anunciaram que iam lançar o Vista, o preço do XP caiu uma barbaridade. Pra que trocar de novo? Alguns, de tão revoltados com a Microsoft, estão trocando os PCs pelos Macintosh. E isto já preocupa a Microsoft. Claro que eles não reconhecem, mas..... Vou lançar a série Bola de Cristal: previsões óbvias!

Rio de Janeiro cantado

Certa vez, conversando com uma amiga carioca, ela me disse que achava o tempo de São Paulo normalmente cinza, o que é sinônimo de feio. Minha reação inicial seria de argumentar para defender a minha terra. Porém, calei-me. Fiquei pensativo...e ela tem razão! Ainda mais neste verão muito cinza. Verão que só chove e enfeia a cidade. O clima de fato não tem ajudado. Talvez por isto o Rio seja um berço de poetas e compositores tão bem sucedidos.

Tom Jobim completaria 80 anos e cantou o Rio como poucos. Vinicius de Moraes fez do Rio e de seus encantos o tema de muitas músicas. Mais atual, Adriana Calcanhoto tem uma música intitulada Cariocas, que dá uma dorzinha de cotovelo nos paulistas. Mas a bela letra é muito verdadeira e reflete um pouco do jeito de ser carioca. Cariocas não gostam de dias nublados, pois tiram um pouco do brilho da cidade.

Poetas radicados no Rio, houve - e há - aos montes. Drummond, Manuel Bandeira, João Cabral de Mello Neto....Acho que a beleza natural traz a inspiração por osmose. Isto não tira o mérito, nem a grandiosidade destes poetas.

Talvez seja o ar carioca, a brisa do mar, o ruído das ondas, as montanhas que abraçam a cidade com o Cristo no topo...talvez seja o jeito descontraído do povo, o gingado de suas mulheres, o sotaque típico....

Poetas, músicos e escritores. Todos instigam uma visita à Cidade Maravilhosa, que sempre seduz com seus encantos e desperta paixão à primeira vista. Passear pelo Centro do Rio remete aos livros de Machado de Assis. Caminhar pela orla da praia ilumina um pouco dos poemas de Drummond.

Sentar-se, com calma, e contemplar a toda beleza carioca é desfrutar de momentos relaxantes e belos. A beleza ideal, platônica, se materializa naquele cenário.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Janelas Fechadas (1)

Janelas Fechadas foi o romance de estréia de Josué Montello. Publicado em 1941, esgotou-se rapidamente, e não teve uma 2a. edição por ordem expressa do autor. Somente em 1982, foi relançado, com modificações feitas pelo autor.

Esta 2a edição da Editora Nova Fronteira traz um apêndice em que Josué Montello justifica o porquê de ter alterado o romance. Diz o autor: “Se não estou em erro, esse romance assinala, no limite de minhas possibilidades ficcionais, o momento da maturidade.” (p. 272). Interessante como o escritor não se sente satisfeito com sua obra a ponto de buscar reformá-la por completo. Montello tem o cuidado de não se exceder com as palavras. O texto contém aquilo que deve conter, nada mais, nada menos.

O apêndice da nova edição traz a data de 21 de fevereiro de 1982, na cidade de Petrópolis. A primeira versão foi escrita no Rio de Janeiro, entre janeiro e março de 1938. Montello explica que manteve as estruturas da casa, mas derrubou-lhe as paredes internas.

Voltemos às suas palavras: “Confrontando-se o romance de 1938, publicado em 1941, numa edição dos Irmãos Pongetti, com o romance de 1982, publicado nesta edição da Nova Fronteira, ver-se-á que, do texto primitivo, subsistiram as linhas iniciais do primeiro capítulo e as linhas finais do derradeiro. Tudo o mais é texto novo, quer na frase, quer no vocabulário, quer no diálogo, mas com o intuito de resguardar a luz matinal que banhava o livro de estréia.” (p. 269)

Terminei de ler Janelas Fechadas no feriado do aniversário de São Paulo. Li o livro em 7 dias. A leitura é muito agradável e prende o leitor. Literatura brasileira da melhor espécie, mas que anda talvez posta em segundo plano. Dedicarei alguns textos a Janelas Fechadas, trazendo algumas impressões pessoais, e quem sabe, servindo de isca para que alguns dos leitores deste blog se deliciem com esta excelente obra.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Um pouco de poesia

Carlos Drummond de Andrade é um poeta raro, daqueles seres que aparecem como uma dádiva divina à nossa civilização para mudar a forma de ver o cotidiano. Cotidiano que de banal se transforma em poesia, em música, em devaneio. Cotidiano que ganha transcedência e extravasa a o momento.

Drummond toca a alma e leva-nos a sonhar. Seus poemas podem ser lidos repetidamente, mas há um dia, em que na milésima leitura, somos tomados por uma emoção diferente. O tempo congela e o poeta nos fala.

Neste sábado, o recado é de Drummond.

POESIA

Gastei uma hora pensando um verso
Que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
Inunda minha vida inteira.


 
(Sentimento do Mundo. 7a. ed. Rio de Janeiro : Record, p. 47)

Como a internet é o mundo do "recorta e cola", os textos transcritos terão as fontes mencionadas para evitar o desrespeito aos autores.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Por que ler?


Esta simples pergunta pode ter diversas respostas. Vou dar a minha pessoal. Depois de vários anos mergulhado apenas em livros jurídicos, de economia e de história, voltei minha leitura para obras de literatura. Isto se deu de uma forma inusitada. Assisti a uma reportagem sobre o centenário do nascimento de Érico Veríssimo e resolvi ler um de seus livros. Comecei com O Continente, primeiro volume da trilogia O Tempo e o Vento e fiquei fascinado.

Desde janeiro de 2006, só tenho lido autores brasileiros, com exceção de uma obra de Tolstoi, e ando encantado. Claro que sempre há um empurrãozinho de terceiros – algumas pessoas que nem percebem a influência que tem -, mas há outras pessoas que sabem de sua influência. Uma delas foi a Profa. Cleonice Berardinelli, professora de literatura da PUC-RJ e uma senhora de intelectualidade rara. Ano passado passei uma tarde conversando com ela no Rio de Janeiro, em seu apartamento em Copacabana, e saí de lá inebriado. Ela me deu algumas sugestões e estou levando a cabo a leitura sugerida.

Mas, voltemos à questão: por que ler? Vou usar as palavras de Josué Montello, que ao justificar o porquê de ter reescrito Janelas Fechadas, explica: “Aos poucos, relendo Janelas Fechadas, reconheci que urgia, ao romancista estreante, maior rigor no seu texto, além da maturidade existencial que faz do romance uma forma de conhecimento profundo do ser humano.”

Aí está a resposta: uma forma de conhecimento profundo do ser humano. Ler, ajuda-nos a conhecer o ser humano, ajuda-nos a conhecermo-nos a nós mesmos.

Um clássico da literatura é um clássico porque é universal, no sentido mais amplo da palavra. Transcende o tempo, o contexto histórico, o contexto geográfico e mergulha no cerne da alma humana. Um bom romance apresenta-nos as grandes questões existenciais e as grandes dúvidas que nos perseguem.

O imortal Josué Montello dá a resposta à pergunta de forma clara e precisa: ler é conhecer o ser humano.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

São Paulo, Beleza Escondida

Amanhã São Paulo completa 453 de fundação. Sou um paulistano que adora a cidade. Cidade de muitos contrastes e de uma beleza escondida. Não acho a cidade feia, mas a beleza de São Paulo está nos detalhes. Só um olhar atento pode descobri-los.

Sou um paulistano que apesar do trânsito complicado, das calçadas esburacadas, das pixações, e outras coisas mais, adora morar em São Paulo. Não reclamo, me adapto. Uso o tempo no trânsito para refletir e aproveito o tempo para planejar, pensar no que vou escrever, ouço música....enfim, não me estresso com os congestionamentos. Mesmo com todos os transtornos, consigo ser pontual nos meus compromissos. E acho que os paulistanos estão mais educados ultimamente. Não se fecha mais cruzamento, não se buzina tanto, respeitam-se os assentos marcados no metrô para idosos e gestantes....

Sou um paulistano que adora andar na Av. Paulista e contemplar a evolução e o crescimento da cidade. Sou um paulistano que adora a diversidade de pessoas. Sou um paulistano típico, que não pensa em morar em outro lugar. Bem, talvez quando ficar mais velho fuja para o Rio. Não , não estou ficando louco, apesar de meus amigos não conseguirem compreender minha recente paixão pela Cidade Maravilhosa. Acho que consegui ver o Rio com o olhar da alma carioca. E a beleza do Rio salta aos olhos. Qualquer pessoa fica admirada com o trajeto do Santos Dumont até Ipanema, passando pelo Flamengo, Botafogo e Copacabana. Ou talvez, a simpatia carioca me conquistou. Mas, falo do Rio outra hora.

São Paulo também tem sua poesia, ainda que concreta. São Paulo tem museus fantásticos e cultura por todos os lados. Precisamos aproveitar, procurar, investigar. São Paulo tem uma beleza escondida pronta para ser descoberta e que agrada a todos os gostos.

O MASP, por exemplo, tem um acervo de primeira linha e a maioria dos paulistanos nunca foi ao MASP. O Museu do Ipiranga, com seus jardins reformados, merece uma visita. O Parque do Ibirapuera merece um passeio só pelo que representa para a cidade de São Paulo. O Jockey Clube de São Paulo é uma enorme área de lazer que poucas pessoas conhecem, e cuja entrada é gratuita.

Enfim, paulistanos, aproveitem o feriado para descobrir a cidade que nos abraça e não para fugir dela. Parabéns, São Paulo!

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Reinaldo Azevedo

Sou fã do jornalista Reinaldo Azevedo desde os tempos em que ele era o editor chefe da Revista Primeira Leitura.

Reinaldo mostra uma análise crítica, sem se preocupar com a corrente de pensamento majoritária - que geralmente é sinônimo de mediocridade. A extinta Primeira Leitura era disparada a melhor revista em circulação no país. Infelizmente, o mercado para aqueles que pensam no Brasil não é tão grande assim. A revista desapareceu, mas o Reinaldo continua agora com um blog e uma coluna na Revista Veja.

Relançou recentemente o blog o Avesso do Avesso. http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/avesso/
Vale a pena conferir.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Fim do monopólio do IRB

Finalmente caiu mais um bastião do Brasil retrógrado e estatizante. Acabou o monopólio do resseguro no Brasil. Com a edição da Lei Complementar nº 126, de 15 de janeiro de 2007, abre-se o mercado de resseguro no Brasil, cujo monopólio era detido pelo IRB.

Se o leitor se lembrar, era no IRB onde atuava um cunhado de Roberto Jefferson, ex-deputado federal, que delatou o esquema do mensalão. Empresas e órgãos estatais, em sua grande maioria, primam pela ineficiência e pelo desperdício do dinheiro público.

A discussão sobre o fim do monopólio do IRB vem dos tempos do final do Governo Collor...isto mesmo, anos 90! A legislação caminhou no ritmo típico da burocracia brasileira, que resiste às modernizações e a melhoria nos serviços prestados.

Demorou, mas aconteceu! Sorte daqueles que agora vão poder contratar resseguros de forma competitiva.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Chegou o verão

Quatro dias seguidos em São Paulo sem chuvas. O verão chegou, os dias estão claros e os finais de tarde deliciosos e coloridos. Apesar das férias, a cidade já volta ao ritmo normal de trabalho. Mas só para nós mortais!

Em Brasília, o ano só começa depois do Carnaval...talvez.

Ipod, Iphone e tecnologia

As revistas semanais trouxeram na capa uma foto do Iphone. Grande inovação que promete revolucionar o mercado de tecnologia. Digo tecnologia e não celulares, pois a palavra chave neste mercado hoje é CONVERGÊNCIA. Em breve, não precisaremos mais carregar 3 ou 4 aparelhos...tudo estará num único aparelhinho. Eu carrego um Palm, um celular e quando viajo o Ipod. Seria muito bom poder carregar tudo num único aparelho, e isto acontecerá em breve.

Mas notem que o Iphone só vai chegar no Brasil no final de 2008. Por que a tecnologia demora tanto a chegar no Brasil?

Se pensarmos um pouco, a internet teve seu início no Brasil por volta de 1996. Você podia comprar uma revista com umas 30 páginas com todos os domínios registrados no Brasil. Em 10 anos, não vivemos sem internet. Alguns mais viciados do que outros, mas todos dependemos dela. Hoje é um excelente instrumento de pesquisa, de comunicação e um facilitador de negócios. Em 10 anos, muita coisa mudou.

A tecnologia exige inovação e condições para ser aplicada. As companhias telefônicas já se preocupam com a substituição do telefone pelo Skype ou pelo Voip. Ou até por uma conversinha via MSN ou outro comunicador instantâneo. A inovação pode decretar a morte de um método de trabalho ou de uma empresa. Lembram-se da Olivetti que fabricava máquinas de escrever? Máquinas de que?...poderia perguntar alguém mais jovem...A avó do computador, sim, a máquina de escrever.

Porém, no Brasil, parece que há uma certa hostilidade com tudo que é inovador, do ponto de vista governamental. A carga tributária imposta nos produtos eletrônicos é proibitiva e inibe investimentos.

Tomem apenas o seguinte dado: houve redução de PIS e Cofins para computadores fabricados no país. Qual a consequência? A arrecadação de PIS e Cofins no setor aumentou, as vendas de computadores aumentaram e o preço caiu drasticamente. Isto chama-se inclusão digital e política fiscal inteligente.

Com a queda do preço, caiu a pirataria, o contrabando e o mercado cinza (computadores sem marca) perdeu market share para os computadores de marca. E o Governo saiu ganhando, pois arrecada mais.

Não seria a hora de repensar a forma de tributação de produtos que geram crescimento econômico sem que o Governo tenha que movimentar a máquina?

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

O nome do blog


Escolher um nome não é tarefa fácil. Quando se tem um filho, sabe-se da dificuldade de encontrar um nome.

A idéia é que o nome reflita o conteúdo do que aqui se discutirá. Uma visão geral de assuntos diversos, dentro da proposta do blog, com notas de interdisciplinaridade. A visão deverá refletir uma análise para o futuro, tendências e perspectivas.

A expressão "ao longe" veio-me de uma obra de Érico Veríssimo, Música ao Longe, que ainda não li, mas que é um dos meus escritores prediletos. Veio-me à mente também uma cena fundamental de Dom Casmurro. Bentinho e Capitu contemplando o mar e as estrelas numa noite tranquila, quando Bentinho percebe que Capitu estava com o pensamento longe, distante. Um ingênuo devaneio ou um sonho com Escobar? Machado de Assis não respode a pergunta, mas deixa a dúvida ao leitor.

Não me proponho a responder todas as perguntas, mas a formular as perguntas. Falta visão crítica nos dias de hoje e é preciso questionar. É preciso refletir. É preciso pensar, e pensar com uma visão ao longe.

Começando

Olá a todos.

Este é o primeiro post de uma série que começa hoje. A idéia de criar um blog pessoal vem de encontro à oportunidade de expressar idéias e incentivar discussões sobre temas que afetam nossas vidas. A predominância dos assuntos será de temas jurídicos, mas como estes temas jurídicos afetam a vida diária e não apenas o mundo jurídico. Haverá espaço para críticas políticas, literatura, música e amenidades.

A idéia é tornar o blog algo leve, mas que faça os leitores pensarem. Aliás, pensar no Brasil hoje é coisa rara.