Certa vez, conversando com uma amiga carioca, ela me disse que achava o tempo de São Paulo normalmente cinza, o que é sinônimo de feio. Minha reação inicial seria de argumentar para defender a minha terra. Porém, calei-me. Fiquei pensativo...e ela tem razão! Ainda mais neste verão muito cinza. Verão que só chove e enfeia a cidade. O clima de fato não tem ajudado. Talvez por isto o Rio seja um berço de poetas e compositores tão bem sucedidos.
Tom Jobim completaria 80 anos e cantou o Rio como poucos. Vinicius de Moraes fez do Rio e de seus encantos o tema de muitas músicas. Mais atual, Adriana Calcanhoto tem uma música intitulada Cariocas, que dá uma dorzinha de cotovelo nos paulistas. Mas a bela letra é muito verdadeira e reflete um pouco do jeito de ser carioca. Cariocas não gostam de dias nublados, pois tiram um pouco do brilho da cidade.
Poetas radicados no Rio, houve - e há - aos montes. Drummond, Manuel Bandeira, João Cabral de Mello Neto....Acho que a beleza natural traz a inspiração por osmose. Isto não tira o mérito, nem a grandiosidade destes poetas.
Talvez seja o ar carioca, a brisa do mar, o ruído das ondas, as montanhas que abraçam a cidade com o Cristo no topo...talvez seja o jeito descontraído do povo, o gingado de suas mulheres, o sotaque típico....
Poetas, músicos e escritores. Todos instigam uma visita à Cidade Maravilhosa, que sempre seduz com seus encantos e desperta paixão à primeira vista. Passear pelo Centro do Rio remete aos livros de Machado de Assis. Caminhar pela orla da praia ilumina um pouco dos poemas de Drummond.
Sentar-se, com calma, e contemplar a toda beleza carioca é desfrutar de momentos relaxantes e belos. A beleza ideal, platônica, se materializa naquele cenário.
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