sábado, 27 de janeiro de 2007

Um pouco de poesia

Carlos Drummond de Andrade é um poeta raro, daqueles seres que aparecem como uma dádiva divina à nossa civilização para mudar a forma de ver o cotidiano. Cotidiano que de banal se transforma em poesia, em música, em devaneio. Cotidiano que ganha transcedência e extravasa a o momento.

Drummond toca a alma e leva-nos a sonhar. Seus poemas podem ser lidos repetidamente, mas há um dia, em que na milésima leitura, somos tomados por uma emoção diferente. O tempo congela e o poeta nos fala.

Neste sábado, o recado é de Drummond.

POESIA

Gastei uma hora pensando um verso
Que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
Inunda minha vida inteira.


 
(Sentimento do Mundo. 7a. ed. Rio de Janeiro : Record, p. 47)

Como a internet é o mundo do "recorta e cola", os textos transcritos terão as fontes mencionadas para evitar o desrespeito aos autores.

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