Esta semana escrevi um conto para um concurso literário organizado por uma editora carioca. O tema do conto era o medo. Não o medo comum de coisas corriqueiras como altura ou barata, mas dos medos mais profundos, do medo de se expor, do medo da vida, do medo da morte, do medo de errar. A primeira versão do conto não me agradou. Achei o final previsível e deixei o protagonista adormecer por uma semana. De repente, parece que o personagem do conto sussurrou-me seu destino e o final foi alterado.
Interessante como, depois de finalizado, ouvi de duas pessoas idéias muito semelhantes às que tinha colocado no conto, como um reflexo do medo sentido e enfrentado por Octavio, o protagonista.
O processo criativo e a formação de personagens têm me intrigado, pois resolvi abraçar a idéia de escrever um livro. Josué Montello escreveu que seus personagens tinham sempre um referencial de alguém conhecido, todos eles já existiram de alguma forma em alguma pessoa de seu convívio. Trilhas reais que ganham trilhas de ficção.
Lygia Fagundes Telles, na crônica “Bolas de Sabão” (Conspiração de Nuvens. Rio de Janeiro : Rocco, 2007, p.17) retrata algumas conversas com leitores acerca de seus personagens. É curioso como alguns personagens ganham vida própria, deixam de ser meros produtos da ficção e são considerados como figuras históricas de um passado – recente ou não. Eles ganham vida própria como bolhas de sabão que se desprendem do criador e alçam vôo na atmosfera, até que estouram e desaparecem, como ocorre com o final de um livro. Alguns autores afirmam que depois que o livro é concluído, ganha vida própria, foge ao controle do escritor.
E Lygia Fagundes Telles termina assim sua crônica:
“Aparetemente não pensei mais no assunto mas quando um dia me sentei para escrever A estrutura da bolha de sabão já tinha intuído que a imagem da bola era a imagem do amor. E a estrutura dessa bola? Calma, pensei, era preciso inventar um enredo que envolvesse essa imagem. E só lá adiante vou descobrir (ou não) como funciona essa tal de estrutura que deve ser assim como o próprio ser humano, indefinível, inacessível. E incontrolável.” (p. 23)
Interessante como, depois de finalizado, ouvi de duas pessoas idéias muito semelhantes às que tinha colocado no conto, como um reflexo do medo sentido e enfrentado por Octavio, o protagonista.
O processo criativo e a formação de personagens têm me intrigado, pois resolvi abraçar a idéia de escrever um livro. Josué Montello escreveu que seus personagens tinham sempre um referencial de alguém conhecido, todos eles já existiram de alguma forma em alguma pessoa de seu convívio. Trilhas reais que ganham trilhas de ficção.
Lygia Fagundes Telles, na crônica “Bolas de Sabão” (Conspiração de Nuvens. Rio de Janeiro : Rocco, 2007, p.17) retrata algumas conversas com leitores acerca de seus personagens. É curioso como alguns personagens ganham vida própria, deixam de ser meros produtos da ficção e são considerados como figuras históricas de um passado – recente ou não. Eles ganham vida própria como bolhas de sabão que se desprendem do criador e alçam vôo na atmosfera, até que estouram e desaparecem, como ocorre com o final de um livro. Alguns autores afirmam que depois que o livro é concluído, ganha vida própria, foge ao controle do escritor.
E Lygia Fagundes Telles termina assim sua crônica:
“Aparetemente não pensei mais no assunto mas quando um dia me sentei para escrever A estrutura da bolha de sabão já tinha intuído que a imagem da bola era a imagem do amor. E a estrutura dessa bola? Calma, pensei, era preciso inventar um enredo que envolvesse essa imagem. E só lá adiante vou descobrir (ou não) como funciona essa tal de estrutura que deve ser assim como o próprio ser humano, indefinível, inacessível. E incontrolável.” (p. 23)
E este mistério humano continua a nos intrigar e cativar. E nos inspira a escrever!
4 comentários:
Que legal!!!
estou torcendo por ti
Falaste com a Ana Basaglia... ela tb é PSDB
Acho que todos que escrevem colocam um pouco de si nos seus personagens...um sentimento, uma característica, um momento vivivo, um desejo, uma lembrança...alguma coisa sempre tem!
Estou de dedos cruzados e torcendo sobre o concurso e também desejo sorte na empreitada do livro.
Eu acho que uma história só é realmente boa, se o escritor coloca toda sua sensibilidade ao escrever...e aí, com certeza vai um pouco dele junto, não tem como.
Boa sorte no concurso e que os Deuses da escrita te auxiliem com inspiração na elaboração do livro.
Escrever um livro tbm é um projeto meu. Parabéns pela iniciativa! Estou recolhendo material desde 2005 e sei que ainda tenho um longo caminho pela frente.
Boa sorte no concurso!
Bisous.
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