quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Livros na cabeceira

Um feriado prolongado é sempre um ótimo momento para ter a companhia de um bom livro. Para aqueles que não gostam da folia, mais de um livro; para quem gosta da folia, leituras mais curtas. Algumas sugestões que estão na minha cabeceira.

Começo com sugestões de contos, que alguns consideram uma forma menor de literatura em relação ao romance, mas que exigem do escritor um poder de síntese maior. A discussão merece um post exclusivo e não vou fugir do tema.

Vamos às sugestões:



1. O tempo envelhece depressa, de Antonio Tabucchi. (trad. Nilson Moulin. São Paulo : Cosac Naify, 2010)

Um livro de contos sobre o tempo e a memória. Tabucchi é um dos mais importantes escritores italianos contemporâneo e este livro de contos foi premiado na França como o melhor do ano pela revista Lire. Os contos são densos com um escrita que conduz o leitor pelos caminhos da memória, por ora um pouco confusa, como os pensamentos, mas que obriga o leitor a confiar no fio da meada, para ao final, desenhar o retrato completo. 

2. Granta em português - Sexo (volume 6), vários autores. 

Lançada em novembro de 2010, este novo volume da Granta em português tem como tema o sexo. Não se trata de algo explícito, mas sutil e imaginado. Os contos são de diversos autores brasileiros e estrangeiros, entre eles encontram-se Reinaldo Moraes, Luiz Vilela, Anne Enright e Lynn Barber. 

O volume 5 também é uma boa pedida e tem um texto magistral de Ronaldo Correia de Brito. 


3. Absolvição, de Antonio Monda. (Rio de Janeiro : Alfaguara, 2010)

A coincidência de italianos não foi intencional. Monda é radicado em Nova York e professor de cinema na Tisch School of the Arts da New York Univeristy. A narrativa é ágil, com capítulos curtos, citações e referências a filmes, como não poderia deixar de ser. A leitura é prazerosa e leve, ainda que a temática não seja tão leve.

Federico Scalia é um criminalista no sul da Itália, o mais renomado criminalista e professor. Em seu escritório, um jovem advogado, Andrea Marigliano, vê no mestre uma forma de dar asas à sua ambição. Dilemas éticos são enfrentados e revelam a forma de pensar do advogado, com uma interessante crítica do modo de agir dos juízes e da justiça. O livro, porém, não é exageradamente jurídico, nem cansativo. É a estória de uma relação humana que retrata muito bem a forma como gerações distintas enfrentam a realidade. 

Boa leitura!



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