Vou seguir o fio da meada, mas deparo-me com dois caminhos. Poderia continuar a falar da pressa, de paciência e de tempo, mas vou deixar isto para uma crônica. Vou optar por falar da Fernanda Young.
Quando Fernanda Young participava do Saia Justa, achava-a chata, antipática, desagradável. Criei birra dela. Até que um dia assisti a seu programa no GNT, Irritando Fernanda Young (3as. às 22:30). Mudei de opinião e tenho que reconhecer que meu juízo estava completamente errado. Virei fã de carteirinha dela, do seu talento e de sua inteligência.
Ao dar uma entrevista ao Caderno 2 do Estadão, Fernanda Young afirmou que escrevia para afastar a melancolia e que escrever romances é o que faz melhor.
Então, comprei um livro dela. Tudo que você não soube é seu último romance, publicado pela Ediouro (há um ótimo post sobre o livro no Salto Agulha).
Terminei o livro ontem e adorei. Um livro que faz pensar. Uma mulher - o nome da narradora não é revelado - escreve ao pai que está morrendo. Ela conta sobre sua vida, como se estivesse sentada no divã. Fiquei com a sensação de que presenciava uma sessão de análise. Ela reflete sobre os fatos de sua vida. Conta detalhes escabrosos de como atacou a mãe com um martelo, do tempo que ficou presa e de como voltou a viver. Seria ela um monstro ou teria sido levado a cometer ato tão brutal pelo desprezo do ambiente familiar? A conclusão depende de cada um.
Não é um livro leve, mas também não é graficamente violento. A violência da agressão à mãe é contraposta com a violência sutil do desprezo dos pais pela filha, da forma como a mãe rejeitou a filha. A narradora revela que a morte da irmã foi a causa de tamanha rejeição. Jamais sentira-se amada e querida no ambiente familiar e isto a levou ao consumo de drogas.
A regeneração da narradora pode causar certa perplexidade, mas ela revela uma profunda melancolia ao longo da narrativa, o que faz o leitor automaticamente relacionar a autora com os fatos narrados. A obra é de ficção, mas a correlação é inevitável.
Um livro que vale a pena pois conduz o leitor a refletir sobre sua própria vida, sobre seus segredos, sobre a melancolia, sobre o passado e o presente.
7 comentários:
OLÁ, AMIGO, GOSTEI DO CONTEÚDO DO SEU BLOG. PROPONHO O INTERCÂMBIO DE LINK, QUE TAL? SE TEM INTERESSE, DEIXA RECADO NO MURAL...
http://seletuls.blogspot.com/
Às vezes assisto ao Irritando Fernanda Young, pois adoro programas de entrevistas, mas não gosto dela.
Acho sim que ela faz perguntas inteligentes, mas seu comportamento com o entrevistado beira a puxa-saquice...acho que ela concorda muito com o que todos dizem.
Também acho de muito mal gosto as interrupções que são feitas...às vezes o convidado está respondendo a uma pergunta e é interrompido bruscamente pela entrada sem graça daquelas pessoas. Dai ela sempre faz aquele mesmo comentário: "ah, gente...não gosto disso..."
Sei lá...soa falso e as pessoas tem que fazer aquela cara de que acharam engraçado, sabe.
Massssssssss, opinião minha, claro...e também nunca li um livro dela.
Concordo com a Edna.. acho o programa meio forçado!
Agora, li um outro livro dela "Dores do amor romântico". São poemas lindos, alguns conseguem expressar a dor de uma forma única. Livro forte, para ser lido aos poucos...
Beijos
Eu não gosto da Fernanada opung.
Posso vir a mudar de ideia.
Mas por vezes ela fez desfavores a amamentação, pq não conseguiu amamamentar
Adoro a Fernanda!!!
Fiz até um pos dela no meu blog tb...
Ela é o máximo!
Adorei!
Bjus!
cara, vamo combinar q essa eh a estrutura dos "romances" feitos pra vender. eu nao entendo nada de literatura, mas sei bem o q me toca a alma de um jeito inteligente, nao no sentido de me usar (como esses romances para vender fazem mto bem), e sim de um jeito de compartilhar. o autor compartilha conosco de inteligencia, e nao apela para somente a emoçao. fora q bons escritores sao mestres das palavras, coisa q nem todo mundo que escreve livro eh. tem q ser artista. e ser artista nao eh ter um tanto de tatuagens e sair gritando o q vc acha disso e daquilo como se ainda fosse adolescente e nao pudesse calcular o dia de amanha.
eu tentei ler algumas linhas dela para solidificar ou ateh mudar essa ojeriza, mas nao curti. achei fraco, como disse acima. acho q a admiraçao pelo que a pessoa faz passa imensamente sobre quem ela eh, primeiramente, para mim. nao consigo amar uma obra se detesto o obrador. e fernanda young nao consigo nem descrever de tao... superficial q eh a inteligencia dela. ela acha q dizer mil vezes q eh inteligente e diferente faz dela isso.
enfim... a mulher pra mim eh tao chata q nao consigo nem criticar direito. eh do tipo q diz q quem critica eh invejoso. comentario de menina de 8 anos. nao consigo. paro por aqui.
Prezado Anônimo,
Costumo responder aos comentários por email, mas como vc não se identificou, respondo por aqui.
Em primeiro lugar, muito obrigado pelo seu comentário. Gosto muito de ouvir posições contrárias à minha e respeito inteiramente seu desgosto pelos textos da Fernanda Young.
Não estou aqui a sugerir que os livros dela são grandes obras da literatura brasileira, mas gostei do que li. A forma de abordar o tema e a forma como ela escreve me agradaram. Não sou da opinião de que um grande escritor precisa ser chato ou incompreensível ou escrever de forma rebuscada.
Hemingway escrevia de jeito simples e foi um grande escritor. Paulo Coelho tenta escrever e suas obras são lastimáveis. Enfim, há livros para todos os gostos.
Volte sempre pois a ideia do blog é debater e expor posições variadas sobre os assuntos.
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