sábado, 19 de janeiro de 2008

Carlos Drummond de Andrade : Memória

MEMÓRIA

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
estas ficarão.

(Antologia Poética. 26a. ed. Rio de Janeiro : Record, 1991, p. 179-180)

As lembranças repousam na memória silenciosa, reavivadas no escuro da noite, no caminhar solitário, na contemplação distante. A memória desabrocha no silêncio, mas não pode ser prisão que imobiliza o andar, o movimento adiante.

Drummond capta as memórias lindas, e findas, mas que sempre ficarão armazenadas e gravadas na alma.

Um comentário:

c disse...

Drummond era brilhante, espetacular, bela escolha pro post.

Um beijo e bom fim de semana!!!