domingo, 25 de novembro de 2007

Um pouco de poesia de Álvaro de Campos


Um pouco de Álvaro de Campos para embalar as reflexões num domingo preguiçoso e abafado.


Estou vazio como um poço seco.
Não tenho verdadeiramente realidade nenhuma.
Tampa no esforço imaginativo!


(sem data e título - Poemas de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa. edição de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1999, p. 316)



Um ser oco por dentro, assim como o poço seco. Vazio de emoções, vazio de sentido, vazia a realidade. Plana a realidade, sem relevo, sem dimensão. Escuridão que faz com que se caminhe lentamente, tateando o redor, com passos curtos e titubeantes. Momentos que afligem e inquietam, mas momentos que todos - uma vez ou outra - enfrentamos.

2 comentários:

Edna Federico disse...

Sim, tem fases que ficamos assim mesmo, vazios.
Ainda bem que no meu caso elas passam rápido.
Beijo

Fabiola disse...

Amo Fernando Pessoas e seu heteronemos.
No meu caso, como a Edna, tb passa bem rápido este momento