Um pouco de Álvaro de Campos para embalar as reflexões num domingo preguiçoso e abafado.
Estou vazio como um poço seco.
Não tenho verdadeiramente realidade nenhuma.
Tampa no esforço imaginativo!
(sem data e título - Poemas de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa. edição de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1999, p. 316)
Um ser oco por dentro, assim como o poço seco. Vazio de emoções, vazio de sentido, vazia a realidade. Plana a realidade, sem relevo, sem dimensão. Escuridão que faz com que se caminhe lentamente, tateando o redor, com passos curtos e titubeantes. Momentos que afligem e inquietam, mas momentos que todos - uma vez ou outra - enfrentamos.
2 comentários:
Sim, tem fases que ficamos assim mesmo, vazios.
Ainda bem que no meu caso elas passam rápido.
Beijo
Amo Fernando Pessoas e seu heteronemos.
No meu caso, como a Edna, tb passa bem rápido este momento
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