Este é o título do último livro de Claudia Piñeiro, escritora argentina de 47 anos. O livro fez grande sucesso na Argentina - vendeu mais de 150 mil exemplares -, e agora foi lançado no Brasil pela Alfaguara (256 páginas, 2007). Ganhou o prêmio Clarín, que incluiu no júri José Saramago.
Estou nos últimos capítulos do livro e vou comentar um pouco nos próximos posts.
A narrativa é ágil e a leitura é muito agradável. Em crítica publicada no dia 28 de outubro de 2007 no Jornal Estado de São Paulo, Eric Nepomuceno trata a obra como "densa e profunda". Achei estranha a conclusão, mas depois compreendi o que ele quis dizer. Numa leitura superficial, o livro parece fútil. Não em termos de qualidade literária, mas na forma como a estória é conduzida. Na verdade, a futilidade demonstra - sem criticar - como as pessoas dão mais valor à aparência do que ao conteúdo. É o famoso conflito do ter e do ser.
Claudia Piñero conta uma estória da classe média alta argentina, que se foge da cidade para um country - condomínio fechado de alto padrão nos arredores de Buenos Aires. Algo semelhante aos bairros de Alphaville, em São Paulo, aos condomínios fechados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma estória cosmopolita que se aplica à maioria das cidades grandes ao redor do mundo, principalmente na América Latina, com a disparidade de renda.
Iniciei a leitura sem grandes expectativas, mas confesso que tenho que rever minha posição e concordar com Eric Nepomuceno: a obra tem profundidade, só que a profundidade está escondida nas aparências.
A sinopse abaixo foi trazida do site da Siciliano:
"Neste livro, Cláudia Piñeiro descreve uma classe obcecada por conforto e segurança. A história se passa no condomínio Altos de la Cascada, reservado a famílias abastadas de Buenos Aires, Argentina, e aparentemente imunes à crise econômica que abala o país. No condomínio, donas de casa se preocupam em manter a piscina e o jardim impecáveis, enquanto os homens fecham grandes negócios entre partidas de tênis. Ali, um grupo seleto de conhecidos se reúne semanalmente, longe dos olhares dos filhos, das empregadas domésticas e das esposas, que, acostumadas à exclusão periódica, se autodenominam "as viúvas das quintas-feiras". Mas o cotidiano naquele que parece ser o mundo perfeito é quebrado por um acontecimento dramático - três corpos são encontrados no fundo de uma das luxuosas piscinas. As misteriosas mortes irão revelar o lado obscuro de uma sociedade em que nada é tão perfeito quanto parece."
Um comentário:
Nossa... me deu vontade de ler tb.
Te mandei um email.
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