A cidade de São Paulo completou 457 anos no dia 25 de janeiro. Ao pensar no que escrever, percebi uma cidade múltipla. Uma São Paulo da minha infância, uma cidade na adolescência, uma cidade nos anos das Arcadas, um cidade profissional, uma pauliceia atual. Uma linha do tempo pessoal revelaria esta multiplicidade. Seria, porém, pouco.
Cada habitante tem a sua São Paulo, vista de forma subjetiva, dissecada do todo, parte de uma realidade complexa e múltipla. Há múltiplos bairros, cada qual com suas peculiaridades e aspectos característicos. O sotaque da Moóca, o frenesi da moda nos Jardins, o luxo das mansões o Jardim Europa e do Morumbi, a natureza do extremo da Zona Norte e de Parelheiros, o concreto do Centro.
Há muito que escrever e não caberia num único post. Pensei na minha São Paulo, aquela cidade que me acolheu poucos dias depois de comemorar seu aniversário, na Pró Matre, maternidade localizada na Al. Joaquim Eugênio de Lima. Naquela época, as crianças nasciam na Pró Matre ou na Maternidade São Paulo, que desapareceu há alguns anos. Um ponto de partida próximo da Av. Paulista que percorre o topo de um morro. Plana e com pouco mais de 2,5 km, permite caminhar tranquilamente com suas calçadas reformadas.
A Av. Paulista é um microcosmo, uma amostra da paulistanidade, uma mistura de rostos e estórias. Há prédios residenciais e comerciais; hospitais, museus, parques, restaurantes e livrarias. Há modernidade e memória viva.
Memória que me incita a escrever mais e mais, e quem sabe, estes textos de uma São Paulo de outrora não pipocam por aqui ao longo do ano, mas por ora, vou me conter.
Mas a minha São Paulo não poderia ser descrita por objetos inanimados e construções, por mais belas que sejam. A minha São Paulo é uma cidade milhões de pessoas. É a São Paulo do Isaías, porteiro do prédio onde moro; é a cidade da Mari e do Luís, donos do restaurante onde almoço com frequência; é a morada do Severino, que todo dia pela manhã me saúda ao chegar ao escritório; é a São Paulo de conhecidos e anônimos que diariamente fazem desta uma grande cidade.
São Paulo não é feita de concreto e prédios, São Paulo é feita de gente, de pessoas acolhidas por uma cidade que sabe ser mãe: rigorosa e dura por vezes, mas sempre acolhedora.
São Paulo não é feita de concreto e prédios, São Paulo é feita de gente, de pessoas acolhidas por uma cidade que sabe ser mãe: rigorosa e dura por vezes, mas sempre acolhedora.