CAFÉ ODEON
Desci na Praça Floriano por volta das 18 horas. Era um final de tarde quente de final de inverno no Rio de Janeiro. Estávamos no dia 14 de setembro e aguardava ansiosamente um encontro. Liguei pelo celular e avisei-a que já estava livre. Ela confirmou que me encontraria e só restava esperar.
Caminhei pela praça enquanto aguardava, admirando o Teatro Municipal, o Centro Cultural da Justiça Federal. Tudo em meio a dezenas de transeuntes apressados que deixavam os locais de trabalho. No Amarelinho, várias pessoas já desfrutavam de um chopp geladinho e de petiscos típicos dos bons botecos cariocas.
Retornei ao Café Odeon e procurei uma mesa. Não havia uma mesa mais de canto ou em local mais reservado. Escolhi uma no centro do Café. Sentei de frente para a porta para vê-la quando chegasse e para não perder um minuto do encontro. Celular sobre a mesa aguardava-a. O aparelhinho tocou duas vezes antes que ela me avisasse que estava saindo. A cada toque meu coração saltava. Na terceira vez ela ligou e disse que estava saindo. Minhas mãos suavam um pouco, senti um frio na barriga e procurei o copo de chopp para me acalmar.
Finalmente iria encontrá-la depois de vários meses conversando. Tinha uma necessidade de vê-la, de olhar nos seus olhos....de falar-lhe ao vivo e presente. Havia pensando em coisas para lhe dizer, mas sabia – conhecendo-me – que não teria coragem, que engasgaria, ou simplesmente ficaria com vergonha. Deixaria o tempo ditar o momento certo para dizer algumas coisas – ou talvez jamais dizê-las.
De repente ela apareceu na porta, como uma brisa fresca que acaricia a pele. Um largo sorriso dominou meu rosto. Inclinou a cabeça para olhar para dentro do Café e avistou-me. “A foto é tão pequenininha que não sabia se ia te achar” – disse sorrindo.
Abraçou-me e dei-lhe um beijo no rosto. Quando fui dar o segundo beijo – coisa de paulista – me atrapalhei e senti seus cabelos macios na minha pele. Ela estava linda com um vestido preto de mangas curtas e detalhes contornando o decote, sandálias pretas com brilhos, um colar e um escapulário de cordão, anéis e as unhas perfeitamente feitas para marcar as lindas mãos. Os lábios delineados por um batom suave, ou talvez não fosse batom, talvez fosse o brilho natural daqueles lábios que emolduravam o sorriso que só conhecia por fotos. A pele morena, as pernas, os pés...tudo nela era encantador. Tudo nela superava o que tinha imaginado e sonhado.
Sua beleza natural enfeitiçou-me. Percebi naqueles momentos iniciais que o meu sentimento não era loucura, nem tampouco um devaneio platônico. Tudo era real e agora se concretizava. O que será que ela pensava de mim? O que será que sentia? O que será que o futuro nos traria? Aquelas dúvidas cutucavam meu inconsciente, mas queria me concentrar nela. O futuro não importava naquele momento. Só o presente era fundamental. O tempo congelou-se e sabia que aquelas imagens, conversas, palavras iam ficar marcadas de forma permanente na minha memória.
Resolvemos pedir algo para comer. Mal conseguia folhear o cardápio. Ela pediu um suco de laranja, que veio sem açúcar e estava azedo, e um croissant de presunto e queijo. Pedi o mesmo para comer e mais um chopp. Este segundo chopp era para me deixar menos tímido.
Diante de mim materializava-se a mulher que dominava meus pensamentos diurnos e noturnos, por todos os dias dos últimos meses. Ganhara forma e cor, relevo e vida. Senti-me no céu. A conversa fluiu facilmente, como todas as nossas conversas. Ela talvez um pouco nervosa, mas disfarçou-o bem. Eu, bem eu, acompanhava a conversa, mas estava inebriado, enlevado pela presença dela, pela voz e pelos sorrisos.
Meus olhos registravam o rosto, os brincos, os cabelos, o colo que discretamente olhava e admirava, descendo sorrateiramente pelo decote levemente sedutor. Mas os olhos me hipnotizaram. Percebi que quando a olhava fixamente, seu olhar fugia do meu de quando em quando...e isto era um bom sinal. A mesa impedia de olhar suas pernas ou pés, mas tudo aquilo não importava. Finalmente estava na presença dela. Importava que naqueles minutos, naquela hora a minha atenção era só dela e a atenção dela só minha.
Caminhei pela praça enquanto aguardava, admirando o Teatro Municipal, o Centro Cultural da Justiça Federal. Tudo em meio a dezenas de transeuntes apressados que deixavam os locais de trabalho. No Amarelinho, várias pessoas já desfrutavam de um chopp geladinho e de petiscos típicos dos bons botecos cariocas.
Retornei ao Café Odeon e procurei uma mesa. Não havia uma mesa mais de canto ou em local mais reservado. Escolhi uma no centro do Café. Sentei de frente para a porta para vê-la quando chegasse e para não perder um minuto do encontro. Celular sobre a mesa aguardava-a. O aparelhinho tocou duas vezes antes que ela me avisasse que estava saindo. A cada toque meu coração saltava. Na terceira vez ela ligou e disse que estava saindo. Minhas mãos suavam um pouco, senti um frio na barriga e procurei o copo de chopp para me acalmar.
Finalmente iria encontrá-la depois de vários meses conversando. Tinha uma necessidade de vê-la, de olhar nos seus olhos....de falar-lhe ao vivo e presente. Havia pensando em coisas para lhe dizer, mas sabia – conhecendo-me – que não teria coragem, que engasgaria, ou simplesmente ficaria com vergonha. Deixaria o tempo ditar o momento certo para dizer algumas coisas – ou talvez jamais dizê-las.
De repente ela apareceu na porta, como uma brisa fresca que acaricia a pele. Um largo sorriso dominou meu rosto. Inclinou a cabeça para olhar para dentro do Café e avistou-me. “A foto é tão pequenininha que não sabia se ia te achar” – disse sorrindo.
Abraçou-me e dei-lhe um beijo no rosto. Quando fui dar o segundo beijo – coisa de paulista – me atrapalhei e senti seus cabelos macios na minha pele. Ela estava linda com um vestido preto de mangas curtas e detalhes contornando o decote, sandálias pretas com brilhos, um colar e um escapulário de cordão, anéis e as unhas perfeitamente feitas para marcar as lindas mãos. Os lábios delineados por um batom suave, ou talvez não fosse batom, talvez fosse o brilho natural daqueles lábios que emolduravam o sorriso que só conhecia por fotos. A pele morena, as pernas, os pés...tudo nela era encantador. Tudo nela superava o que tinha imaginado e sonhado.
Sua beleza natural enfeitiçou-me. Percebi naqueles momentos iniciais que o meu sentimento não era loucura, nem tampouco um devaneio platônico. Tudo era real e agora se concretizava. O que será que ela pensava de mim? O que será que sentia? O que será que o futuro nos traria? Aquelas dúvidas cutucavam meu inconsciente, mas queria me concentrar nela. O futuro não importava naquele momento. Só o presente era fundamental. O tempo congelou-se e sabia que aquelas imagens, conversas, palavras iam ficar marcadas de forma permanente na minha memória.
Resolvemos pedir algo para comer. Mal conseguia folhear o cardápio. Ela pediu um suco de laranja, que veio sem açúcar e estava azedo, e um croissant de presunto e queijo. Pedi o mesmo para comer e mais um chopp. Este segundo chopp era para me deixar menos tímido.
Diante de mim materializava-se a mulher que dominava meus pensamentos diurnos e noturnos, por todos os dias dos últimos meses. Ganhara forma e cor, relevo e vida. Senti-me no céu. A conversa fluiu facilmente, como todas as nossas conversas. Ela talvez um pouco nervosa, mas disfarçou-o bem. Eu, bem eu, acompanhava a conversa, mas estava inebriado, enlevado pela presença dela, pela voz e pelos sorrisos.
Meus olhos registravam o rosto, os brincos, os cabelos, o colo que discretamente olhava e admirava, descendo sorrateiramente pelo decote levemente sedutor. Mas os olhos me hipnotizaram. Percebi que quando a olhava fixamente, seu olhar fugia do meu de quando em quando...e isto era um bom sinal. A mesa impedia de olhar suas pernas ou pés, mas tudo aquilo não importava. Finalmente estava na presença dela. Importava que naqueles minutos, naquela hora a minha atenção era só dela e a atenção dela só minha.
Engraçado como as coisas mudam. Há um ano atrás, teria implicado com o sotaque carioca, com a cidade, com o calor, enfim com tudo que fosse carioca. Agora, a voz dela e o jeitinho de falar eram música para os meus ouvidos. A cidade do Rio de Janeiro me encantava, pois ela ali morava. Copacabana passara a ser o centro das minhas atenções. Ela havia permitido que eu entrasse na vida dela e ela fazia parte da minha vida de forma definitiva. Mexeu comigo de um jeito inesperado e como era bom aquele sentimento.
Acercava-se das 20 horas quando pedimos a conta e partimos. Fomos em busca de um táxi e meus olhos puderam novamente percorrer o seu corpo pelas costas. As pernas morenas desapareciam debaixo do vestido solto logo acima do joelho. Poderia ficar contemplando-a por horas, como faço com suas fotos.
Entramos no táxi e rumamos para Copacabana. Não queria que terminasse aquele encontro, não queria que a noite a levasse de mim, mas tinha a certeza de que seria o primeiro de muitos. Quando ela pediu para o táxi encostar, me atrapalhei todo. Abracei-a e beijei seu rosto. Não me lembro dos detalhes, porque não queria deixá-la ir. Ela saiu do carro sorrindo. Eu ali fiquei sonhando e voando.
Ela partiu e senti que aquele primeiro encontro para sempre me marcaria e que se abria diante de mim um novo caminho. Tive a certeza, naquele dia, de que estava diante da mulher mais encantadora que já conheci, da mulher mais bela que meus olhos já avistaram.
Voltei ao hotel e fiquei horas sonhando acordado, num longo devaneio, quase um transe profundo. Não saí para jantar. Apenas fiquei ali relembrando cada detalhes, curtindo cada momento daquele encontro. A trilha sonora deu o pano de fundo de uma noite inesquecível. Um dia banal, que se tornou imensamente especial.
5 comentários:
AH... o primeiro encontro!
Muito boa narrativa!
Se é crônica ou não me pareceu real demais.. n sei se é essa minha fase.
Abçs meu caro e,
vim anunciar o fim
Texto de hoje: o fiM...
Visite e Comente... http://oavessodavida.blogspot.com/
O AveSSo dA ViDa - um blog onde os relatos são fictícios e, por vezes, bem reais...
Crônica Baseada em Fatos "Reais"? rs
Abração!
Bossa Nova Café - textos, música e arte!
Ah, o primeiro encontro...fica gravado pra sempre na memória, né?
Oinch, que coisa mais fofa!(rs) E eu, toda romântica, ao contrário fico escrevendo saliência no meu cantinho. Ah, os lados bês...
Curiosidade, como me achou?
Bezzos,
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