terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A manchete enganosa e a educação

Foram divulgados os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, em inglês). O exame é realizado a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e mede o desempenho de alunos em leitura, matemática e ciências.

O melhor desempenho do Brasil foi em leitura e ficamos na 52a. colocação dentre os 65 países avaliados. Um resultado pífio, vergonhoso. Os dados completos estão disponíveis no Estadão e na Veja. Prestem atenção na classificação por notas e vejam que há países latinoamericanos acima do Brasil na lista.

Mas se algum desavisado lesse a notícia no site do Estadão hoje pela manhã, lá por volta das 7:30 horas,  deveria ficar de pé, cantar o hino nacional, soltar fogos de artifício, ligar para o Palácio do Planalto para parabenizar o presidente, bradar com alegria que é brasileiro com muito orgulho, que temos do que nos ufanar...bem, esta palavra talvez não seja compreendida pelos alunos brasilieiros que fizeram a prova. 

A manchete do Estadão era algo do tipo "Brasil é um dos países que teve melhor desempenho no Pisa". Foi alterada por "Brasil melhora em avaliação internacional, mas continua um dos piores do mundo." Não se trata de torcer contra; trata-se de exigir que o jornal retrate na manchete o que vem no texto abaixo, sem ilusões,  sem enganar o leitor e sem o caráter panfletário ufanista.

A chamada no site da Veja era mais comedida: "Desempenho de alunos brasileiros está bem abaixo do ideal."

Curioso como um jornal deste nível comete um erro tão básico. Aliás, isto tem se repetido com vários meios de comunicação impressos. Basta um pouco de atenção, um olhar mais crítico. Por que isto? Porque quem escreve é produto de má qualidade da educação brasileira.

O Brasil precisa melhorar muito no quesito educação. Nas últimas eleições, ninguém tratou do assunto. Os dois partidos deixaram a desejar neste ponto. O Brasil só não piora porque há milhares de heróis por este país que se esforçam dia e noite para educar e ensinar. Devemos nos orgulhar dos professores apaixonados pela tarefa de educar. 

Quanto ao governo e ao Ministério da Educação, é hora de fazer uma profunda avaliação crítica de como o dinheiro é gasto. Talvez seria o caso de mandar o Ministro Fernando Haddad de volta para a escola.


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