terça-feira, 20 de maio de 2008

Tal Pai, Tal Filha

Foto da Arquibancada Social de Cidade Jardim


Desde que conheço por gente, freqüento corridas de cavalo. Fui levado pelo meu pai, que por sua vez foi levado pelo seu pai. Sou a terceira geração de turfistas, espécie em extinção. Raro encontrar alguém, no Brasil, que goste de corridas de cavalo com menos de 50 anos.

Faço parte, portanto, desta espécie rara. Continuo freqüentando o Jockey Clube de São Paulo, principalmente nas tardes ensolaradas de finais de semana e levo meus filhos sempre junto comigo. Paixão por cavalo é algo que passa de pai para filho. E, claro, gostaria muito que meus filhos compartilhassem disto.

Domingo passado foi realizado o Grande Prêmio São Paulo, que é a corrida mais importante do turfe paulista. Este ano houve transmissão ao vivo pela Globo. As fotos que ilustram este post são do Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo.

Minha filha, que agora já sabe ler, ficou toda interessada no programa e o que queria dizer aquelas informações. Como meu pai fez comigo, fiz com ela. Expliquei item a item, o nome do jóquei, a filiação do cavalo, o criador, o treinador, o peso e mais algumas coisas. Pedi que ela escolhesse um cavalo, que desse um palpite sobre quem iria ganhar o GP São Paulo. Ela, toda compenetrada, estudou o programa e disse:

- Gostei do número 4, pai.

Pois bem, joguei no cavalo que ela tinha escolhido e dei a poule a ela. Meu palpite era outro, bem diferente da escolha dela.

O páreo foi corrido e o ganhador foi...exatamente, o número 4, Jeune-Truc! Ela acertou em cheio! Em poucos segundos fiz uma viagem no tempo e voltei a 1977. Foi a primeira que ouvi um Grande Prêmio São Paulo pelo rádio. Foi a primeira vez que escolhi um cavalo no São Paulo. Meu palpite era diferente do meu pai. Meu palpite era Donética, a única égua do páreo e uma das melhores éguas que já correu no Brasil. Eu, com meus 6 anos de idade – idade igual à da minha filha -, acertei o páreo.

A história se repetiu de forma singela. E o pai ficou todo contente. Coincidências da vida sempre fascinante.

5 comentários:

Edna Federico disse...

Que lindo isso!
São fatos assim que nos emocionam e a gente guarda pelo resto da vida.
Certamente sua filha vai herdar seu gosto...e ela tem uma vantagem, a velha intuição feminina, riso.
Beijo

Anônimo disse...

Acho legal que vc queira que seus filhos compartilhem de suas paixões, mas, como esse blog parece ser democrático, proponho aqui uma discussão: até que ponto é saudável vc incentivar uma criança de 6 anos a apostar em cavalos?
Falo isso com conhecimento de causa, pois meu avô, que morava no Rio, era um frequentador assíduo do Jockey, na verdade era um viciado em corridas e perdeu muito dinheiro com isso, fazendo minha avó sofrer muito.
Não quero dizer com isso que sua filha será uma viciada, mas não podemos negar que é um jogo, um jogo legalizado, mas um jogo de sorte.
Fica aqui meu ponto de vista, sem querer ofender ninguém.
Um abraço!

Anônimo disse...

Bom, eu vejo a coisa por uma angulo bem diferente do moço que comentou ai em cima. Acredito muito na orientaçao saudavel que voce, como pai, possa dar aos teus filhos.

Ainda nao fui ao Jockey Club daqui de Sampa...mas, ja vou colocar na minha listinha de "lugares que preciso ir"...

beijos..

Opa...ja ia me esquecendo:

Venha cá...assim..so um pouquinho!!

Meu, enxuga ai...vc ainda ta babando!!

hehehehe

eita paizao orgulhoso...hein!

Anônimo disse...

Tâmara, nem sempre um vício tem a ver com uma má orientação.Se fosse assim, não veríamos tantos pais ótimos desesperados por verem filhos no mal caminho.
Talvez vc seja amiga do Renato e acompanhe de perto sua família, mas eu só posso me basear no que li aqui.
Só quem já teve a sensação de ganhar um páreo, sabe o que é...não importa o valor, o que importa é a sensação de vitória e é isso que torna as corridas de cavalo tão fascinantes!
Sou pai de três filhos, um de 12, um de 10 e uma menina de 7 anos. Ganhar pra eles é sempre o máximo, seja no que for, até em jogo de ping-pong.
Imagina então uma criança que vê o cavalo que ela escolheu ganhando o grande prêmio? Ela deve ter contado pra todas as amiguinhas da escola e pode ter certeza que todas as vezes que ela for ao Jockey, vai querer escolher o cavalo, pra ter a mesma sensação de vitória que teve...isso é compreensível, esperado e lógico!
E é nesse ponto que entra meu questionamento do ser saudável ou não.
Renato, não estou querendo ofender, é somente minha opinião. Sou jornalista e como estou fazendo uma matéria sobre blogs, tenho entrado em vários. O seu é muito interessante, bem escrito, tem conteúdo e já li outros posts seus falando sobre educação de filhos, inclusive um que vc levou-os para participar de uma maratona infantil, achei muito legal.
Só quis levantar a questão como um alerta, pois vivi isso dentro de minha família e sem entrar em detalhes, quase houve tragédia.
Não vou mais criar polêmica.
Um grande abraço.

BABI SOLER disse...

Legal!
Criança tem sexto sentindo mesmo.
Essas histórias marcam a vida da gente.
Vale a pena tentar a mega sena,rs!