quarta-feira, 30 de abril de 2014

Epígrafe - XXVI


"Se a infelicidade produz literatura, será certo também dizer que a literatura produz felicidade."
Cristóvão Tezza



 

A citação foi tirada da parte final da conferência de Cristóvão Tezza, proferida na Academia Brasileira de Letras, dentro do Ciclo "Vozes contemporâneas : a ficção", que traz grandes autores brasileiros. 

As outras conferências estão disponíveis na íntegra no canal do Youtube da ABL.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Poema VII, de Pablo Neruda


Poema 7



Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes 
a tus ojos oceánicos. 

Allí se estira y arde en la más alta hoguera 
mi soledad que da vueltas los brazos como un náufrago. 

Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes 
que olean como el mar a la orilla de un faro. 

Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mía, 
de tu mirada emerge a veces la costa del espanto. 

Inclinado en las tardes echo mis tristes redes 
a ese mar que sacude tus ojos oceánicos. 

Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas 
que centellean como mi alma cuando te amo. 

Galopa la noche en su yegua sombría 
desparramando espigas azules sobre el campo.


(Vinte poemas de amor e uma canção desesperada)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Olhos oceânicos




Mergulhei nas profundezas de teus olhos oceânicos, naquela noite, enquanto contavas-me segredos escondidos e vertia lágrimas que enxugava com meus dedos, não deixando que elas percorressem seu rosto sem que lhe afagasse a face. Confortava-lhe, ouvia, condoía-me contigo. Percebi que há mais mistérios no mar além da superfície e que a superfície, aparentemente calma e impassível, escondia correntes, arrecifes, turbulências, tesouros, naufrágios, maremotos.

Seus olhos oceânicos disfarçavam bem o medo de nadar abaixo da superfície, do risco de ficar sem ar e sofrer de descompressão. 

Naquela noite entendi porque preferia o mar à montanha, a praia e o calor ao campo e à vida bucólica. O mar é revolto, inquieto, indomável; o campo é plácido, previsível, cíclico. O mar esconde-se por debaixo de sua superfície, com suas pequenas ondas e repiques que se manifestam com grandeza apenas nas praias e pedras do litoral. Assim era você. Assim é você. Um mar imenso a ser explorado, escondendo perguntas e respostas, muitas que sequer esperou para formular e outras tantas que não respondeu. Deixou-se levar pela corrente, sem tempo para pausas e devaneios e beijos,  sem paciência para esperar. 

Naquela noite percebi que seus olhos oceânicos não precisavam ser azuis para espelhar o mar sem fim. Bastava disfarçar o que guardas lá no fundo, onde a luz não alcança, onde não há oxigênio e a vida é escassa. Ali, naquele recanto de alguma fossa abissal, guardas o tesouro mais precioso que sua alma esconde. Sim, o mar tem alma e vida. Mas teus olhos oceânicos afastam intrusos e aventureiros, deixando apenas os experientes navegarem pelo teu mar, ainda que pereçam em alguma tempestade.

Qual canto da sereia, teus olhos oceânicos hipnotizam, seduzem e deixam os marujos inebriados com tua doçura, apenas para provar da ira e da dor do desterro. Não há desterro, porém, que traga arrependimento ao homem do mar. Aquele que prova dos teus olhos oceânicos, jamais te esquece.



PS: a referência a olhos oceânicos foi extraída de um poema de Pablo Neruda, que será publicado neste blog.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia mundial do Livro


Crédito da imagem: instagram @rbueloni



Hoje é o dia mundial do livro. Uma invenção simples, mas que nos conduz por mundos distantes, que provoca a imaginação, que aguça o sentidos, que acende a chama da saudade, que incendeia corações e ilumina mentes. O livro pode ser destrutivo também, mas seus benefícios são inegáveis. A leitura, para alguns, é mais que um hábito, é uma necessidade vital, como o ar que respiramos ou o alimento que ingerimos.

Pergunte-se: qual o livro que mais lhe impressionou? Qual o livro que mais gostou? Qual o primeiro livro que você leu e que lembra até hoje?

Se fosse um livro, qual livro seria?

Eu, diria, que se fosse um livro, não seria um, mas que sou composto por fragmentos dos livros que li.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Summertime Sadness, de Lana del Rey





Summertime Sadness

Kiss me hard before you go
Summertime sadness
I just wanted you to know
That, baby, you're the best

I got my red dress on tonight
Dancing in the dark in the pale moonlight
Done my hair up real big beauty queen style
High heels off, I'm feeling alive

Oh, my God, I feel it in the air
Telephone wires above are sizzling like a snare
Honey, I'm on fire, I feel it everywhere
Nothing scares me anymore

(1, 2, 3, 4)

Kiss me hard before you go
Summertime sadness
I just wanted you to know
That, baby, you're the best

I got that summertime, summertime sadness
S-s-summertime, summertime sadness
Got that summertime, summertime sadness
Oh, oh, oh, oh, oh

I'm feelin' electric tonight
Cruising down the coast goin' 'bout 99
Got my bad baby by my heavenly side
I know if I go, I'll die happy tonight

Oh, my God, I feel it in the air
Telephone wires above are sizzling like a snare
Honey, I'm on fire, I feel it everywhere
Nothing scares me anymore

(1, 2, 3, 4)

Kiss me hard before you go
Summertime sadness
I just wanted you to know
That, baby, you're the best

I got that summertime, summertime sadness
S-s-summertime, summertime sadness
Got that summertime, summertime sadness
Oh, oh, oh, oh, oh

Think I'll miss you forever
Like the stars miss the sun in the morning sky
Later's better than never
Even if you're gone I'm gonna drive (drive, drive)

I got that summertime, summertime sadness
S-s-summertime, summertime sadness
Got that summertime, summertime sadness
Oh, oh, oh, oh, oh

Kiss me hard before you go
Summertime sadness
I just wanted you to know
That, baby, you're the best

I got that summertime, summertime sadness
S-s-summertime, summertime sadness
Got that summertime, summertime sadness
Oh, oh, oh, oh, oh