Em tempos de redações desastrosas no ENEM, reveladoras da péssima qualidade de nossa educação fundamental, de erros - ou como prefere o MEC "desvios" - ortográficos graves, textos sem lógica e com argumentos repetitivos, além de receita de miojo e hinos de clubes de futebol, resolvi tratar uma simples questão deixa num comentário de um post deste blog de forma mais demorada.
Em 9 de junho de 2007, publiquei uma poesia que identificava ao final que era de minha autoria. Alma Iluminada é seu título. Outro dia veio o comentário e a pergunta: "Linda poesia, quem é o autor????" O comentário foi deixado de forma anônima. Respondi num comentário seguinte acusando-me como o autor daquele texto.
Inicialmente, pensei que a pergunta comportava uma resposta óbvia: os textos deste blog são meus, do autor do blog, salvo quando há indicação clara e direta do autor do texto. E há muitas poesias, trechos de livros e textos diversos cujos autores são nominados e indicados. Quase todos os textos publicados de outros autors são transcritos por mim e oriundos de livros, sempre citando a fonte e cujos originais disponho. Desconfio de algumas fontes na internet e sou zeloso em dar crédito aos devidos autores.
Superando a resposta que me parecia óbvia, sobreveio-me outra questão: será que as pessoas sabem procurar a fonte, o autor real e será que tem a visão crítica o suficiente para desconfiar de que um determinado texto não pertence a determinado autor?
A resposta parece ser negativa. Por exemplo: se vou ao blog do Reinaldo Azevedo, sei que os textos serão dele, salvo quando indica outro autor - o que faz com frequência, pois transcreve muitos artigos de jornais. Se alguém visita este blog, deveria desconfiar que a maioria dos textos são de autoria do responsável pelo blog, aquele cara feio na fotinho do canto direito logo no início da página.
Se a pessoa não consegue identificar o autor, não tem condições de criticar suas ideias, não tem bagagem intelectual para discutir, debater e argumentar. E por consequência, qualquer dissertação será superficial, rasteira, sem argumentação sólida, ou seja, as redações do ENEM são um reflexo do (des)preparo dos nossos jovens. Eis o problema que surge de uma simples e banal questão.
Faço uma ressalva - e não vou me alongar - sobre a má-fé de alguns que claramente copiam e plagiam textos inteiros ou somente trechos de textos. O plágio é a cópia ilegal que viola o direito do autor, que rouba uma ideia produzida sem dar o devido crédito. O plágio é uma praga e um indicativo da preguiça mental de muitos que preferem utilizar a cópia à botar o cérebro para funcionar! O famoso "recorta e cola" é um lamentável atalho que mantém o indivíduo na ignorância.
É importante ensinar os jovens - e adultos também - a procurar sempre a fonte original, a aprender a pesquisar consultando várias e diversas fontes, sempre dando o devido crédito ao autor. Perguntar quem é o autor não é uma falha; a falha está em não conseguir identificar o autor que está indicado de forma clara e transparente. O plágio deve ser sempre rechaçado e repelido! Progresso intelectual dá trabalho e este trabalho deve ser recompensado com o devido crédito.
Não há caminho fácil para escrever bem: é preciso ler e treinar a escrita. A recompensa do esforço vale a pena!
Boa Páscoa a todos!