quarta-feira, 27 de julho de 2011

Modelos, títulos e crítica

Há certos títulos de post que não condizem rigorosamente com o conteúdo. Ao longo destes 4 anos, desde que o blog começou, aprendi que certos títulos conquistam o mago Google em suas ferramentas de busca e trazem desavisados até aqui. O marketing faz parte do negócio, mas quero voltar à entrevista de VS Naipaul e sua opinião sobre modelos de escrita, além de aproveitar para abordar os comentários.

Primeiramente, sei que o título não condiz exatamente com o teor do post. Agi deliberadamente na tentativa de instigar o leitor a evitar o modelo pronto, a experimentar, a ousar. Naipaul revela que não teve um modelo de escritor para seguir. Qualquer trabalho realizado do zero exige maior esforço e o ser humano é preguiçoso por natureza, busca sempre o caminho mais fácil. Escrever não é fácil. Talvez seja fácil apenas para o Gabriel Chalita, aquele deputado federal que publica livros com uma velocidade incrível e jamais vista no mundo civilizado. 

Voltemos ao ponto.

Fugir dos modelos é difícil. Tento, por vezes, experimentar novas formas e estilos de escrita. Este blog é um pouco do meu laboratório. A poesia dá ao escritor a liberdade plena de forma. O post Sábado, um pequeno poema, é um brincadeira com as palavras e versos conhecidos. Uma pitada de Vinicius de Moraes, uma pitada de Drummond e surgiu o poeminha. Grandes escritores conseguem exatamente isto: livrar-se de modelos. 

A construção de novas formas e estilos se dá exatamente com a crítica, com o questionamento, com a transgressão linguística. Guimarães Rosa foi um transgressor. Ferreira Gullar é um transgressor. E tantos outros que deixaram sua marca e contribuíram para o enriquecimento da literatura e da arte. Estes souberam jogar no lixo os modelos e seguiram seu caminho, abrindo uma nova trilha na mata fechada. 

O título do último post é uma provocação e deixará revoltado algum infeliz que por aqui passar em busca do caminho fácil para produzir um bom texto. Desculpe-me, mas caminho fácil para produzir um bom texto não existe. O bom texto surge de muito pensar e pensar dá trabalho. Quem sabe não seja este o modelo para a boa escrita: pensar e pensar! Algo que faz muita falta nos dias modernos.



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