terça-feira, 22 de março de 2011

Avião não é ônibus!


Enquanto Barack Obama preparava sua rápida passagem pelo Brasil, eu fiz uma rápida passagem pela terra do Obama. Foram dez dias no sul dos Estados Unidos, uma região que não conhecia e que me surpreendeu, mas este será temo de outros posts, afinal viajar é sempre uma experiência enriquecedora. 

Sou da opinião de que os EUA começam a norte de Orlando, ou seja, quem conhece só Miami e Orlando não conhece os EUA.  Não me levem a mal e não me entendam errado, adoro Miami, a verdadeira capital da América Latina – com todas suas coisas boas e ruins -, mas Miami não é a cara dos EUA. A língua oficial é o espanhol e há um enxame cada vez maior de brasileiros arruaceiros, aqueles que estão fazendo a primeira viagem de avião na vida e resolvem que tem que comprar tudo nos outlets, inclusive geladeira.

Morei 6 anos nos EUA, sendo 2 em Miami e fui com muita freqüência à cidade. Não estou sendo preconceituoso, mas há um certo protocolo para determinadas atividades, assim como há regras para comer, para tratar uma autoridade, para se vestir para um jantar ou uma festa de casamento.  Avião não é ônibus!

Tudo bem, você dirá, a culpa é das companhias aéreas. Concordo que elas têm grande parcela de culpa ao aglutinar os passageiros em assentos que mais parecem feitos para sessões de tortura do que para viagens intercontinentais, ao servir uma comida borrachuda e sem gosto, e por aí vai.

Isto porém não justifica a falta de educação dos brazucas. Depois desta última viagem conclui que o melhor é evitar passar por Miami, salvo se a cidade for o destino final. Desta vez fui por Dallas e encontrei um aeroporto enorme e excelente, além de que o tempo de voo é suficiente para dormir um pouco mais. Os colegas passageiros também são mais simpáticos e menos desesperados por comprar tudo que veem pela frente ou reclinar o encosto do assento antes da decolagem.

A nova realidade de renda do brasileiro e o dólar barato incentivam as viagens internacionais, o que é muito positivo, mas obrigam os viajantes mais educados a exercitarem a virtude da paciência durante a viagem e na volta à pátria amada, por que afinal, nossos aeroportos estão mais parecidos é com rodoviárias. Pelo visto, para a Infraero e para o governo, avião é um ônibus voador.


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