quinta-feira, 24 de março de 2011

Poesia: POUCAS LINHAS



POUCAS LINHAS


Para uma amiga doente


Poucas linhas bastaram
- e assim o fizeste.
Foram poucas as palavras necessárias
para que de olhos fechados
compadecido
sinta na carne tua dor
e enternecido,
reze uma prece silenciosa.

O corpo contorcido em espasmos
Os dentes rangendo na súplica da cura
A face tensa e enrijecida
a esconder a beleza
obnubilada pela fraqueza e pela labuta.

Repousas agora silenciosamente,
adormecida no leito
superando a impaciência e a inquietude
a imobilidade e a consciência da nossa fraqueza humana.

Seja paciente, minha querida!
Tenha confiança, minha musa!
Abrace a dor e ela partirá,
temerosa de sua vontade de caminhar.

Estende-me tua mão
Dê-me-la e eu correrei para o teu lado
Sorrindo, perto de ti.


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