Passei uns dias numa cidade do interior de São Paulo, numa chácara, aproveitando uma virada do ano calma e chuvosa. Tive acesso apenas aos canais de TV aberta e fiquei irritado com a insistente quantidade de comerciais oficiais, ou seja, do Governo do Estado de São Paulo e do Governo Federal, incluindo o Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Em todos os blocos de comerciais, em todas as emissoras, há um bombardeio de propagandas bem feitas, bem filmadas e com mensagens ufanistas. O que me irritou foi o fato de que metade da informação é mentirosa, sem contar que se trata de propaganda demagógica, eleitoreira e representativa de desperdício de dinheiro público. A campanha para a presidência já começou há tempos, mas nem por isso vou achar que é justificável o gasto de dinheiro público com propaganda inútil.
Exatamente por causa desta minha indignação, e por ser um ano eleitoral, o segundo post do ano deixará registrado alguns fatos que ocorreram em 2009 e que não podem ser esquecidos.
1. O Poder Judiciário amparou o cerceamento indevido da liberdade de imprensa ao proibir o jornal Estado de São Paulo de publicar qualquer informação sobre uma investigação da Polícia Federal que tem como um dos investigados o Sr. Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Lamentavelmente, o Supremo Tribunal Federal privilegiou o formalismo em detrimento do direito material e do que está previsto no texto constitucional. Alguns blogueiros em diversos estados do país também enfrentam a censura por denunciar políticos acusados de corrupção.
2. O governo Federal continua a financiar movimentos violentos e criminosos que invadem a propriedade privada e destroem fazendas produtivas tudo em nome de uma suposta “causa” que entendem justificar o emprego da força e o uso de todo e qualquer meio para que se atinjam os fins.
3. O governo Federal editou decreto que cria uma comissão para revisar a Lei de Anistia. Já escrevi sobre isto e volto a repudiar esta tentativa revanchista de reabrir feridas do passado do país, criando uma divisão e um clima de terror desnecessários. Aliás, o PT tem abusado da ideia e das estratégias de dividir o país para se manter no poder.
4. O ministro da Justiça decide conceder asilo politico a um homicida condenado na Itália alegando que o país estava sob um estado de exceção. O terrorista continua preso aguardando que o presidente determine sua extradição, porém, Lula não tem prazo para cumprir a decisão do Supremo.
5. O Senado Federal aprovou o ingresso da Venezuela no Mercosul ignorando completamente a exigência de que o país membro seja um país democrático.
6. Os escândalos de corrupção continuaram a surgir no país e os envolvidos continuam impunes e influenciando mais do que nunca o partido que governa o país. Apenas para refrescar a memória vale lembrar de Delúbio Soares, Luis Gushiken, José Dirceu, José Genoino etc., sem mencionar o mais recente caso de José Roberto Arruda e seus amigos.
7. O governo, através do Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, usou dinheiro público para salvar o Banco Votorantim, o Banco Panamericano (Silvio Santos) e pode salvar também o Banco Bonsucesso. Por que o BB e a CEF não abrem um guichê para que qualquer empresário possa vender sua empresa a um destes generosos bancos?
8. As FARC sequestram e degolam um governador colombiano, mas o governo brasileiro insiste em dizer que as FARC não são um grupo terrorista.
9. Até quando Manuel Zelaya vai ficar hospedado na embaixada brasileira em Tegucigalpa?
10. Apenas 10% das obras do PAC foram concluídas até o momento, ou seja, 3 anos após o lançamento do programa. A propaganda do governo condiz com a realidade?
11. O governo optou por grave retrocesso ao propor a criação de uma nova estatal, a Petro-sal e de adotar um modelo ultrapassado, centralizado no poder estatal, para gerir e regular a nova fronteira petrolífera.
12. Para concluir, editou o Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3, mas isto é assunto para um outro long post.
Em ano de eleição este blog vai fazer sua parte: vamos falar a verdade e expor as mentiras que os políticos vão lançar em nossa direção durante a campanha. E se algum deles perder a eleição por nossa causa, poderemos comemorar juntos a renovção dos nossos líderes.
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