sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Onisciente



Eu queria saber de tudo, conhecer tudo, dominar todo o conhecimento.

Eu queria ter controle sobre tudo que estivesse ao meu alcance e que assim desejasse. Ler pensamentos, adivinhar o momento exato em que alguém precisasse de uma palavra amiga, de um ombro amigo, de atenção total e incondicional.

Eu queria poder prever o futuro, saber o com precisão se amanhã vai chover ou fazer sol, se vou estar doente, se terei um dia cheio de trabalho ou um dia calmo e preguiçoso como uma agradável tarde de verão.

Eu queria ter inspiração inesgotável e abundante para escrever de forma incansável e que as palavras deitassem no papel em perfeita organização, que todos os pensamentos externados fossem compreendidos por todos e que pudesse compreender a todos.

Queria tanta coisa. Queria teu beijo. Queria teu sorriso. Mas ao querer, esquecer-me-ia de viver o presente. Se só pensasse no futuro e soubesse tudo que o futuro, que o amanhã nos reserva, que graça teria a vida? Se a inspiração não me fugisse de quando em quando, jamais ficaria maravilhado diante de um olhar, de um sorriso, de uma flor, de um por do sol.

Sem surpresas, tudo seria monótono e quedaria entediado. Melhor ser como sou, limitado e humano.

Um comentário:

[ rod ] ® disse...

perfeito meu caro... o ser quer tanto que nem imagina que o quanto mais o quer perde a legibilidade do hoje e de certo, perde-se o encanto do porvir.

gostei do lido... inspiração magistral.

parabéns!!.