domingo, 28 de julho de 2013

Dilma, o poste e o criador


Por algum tempo deixei de comentar sobre política neste blog, mas ultimamente a quantidade de sandices e barbaridades cometidas por "nossos" governantes me obrigam a escrever. Afinal, foi a política que levou este blog a ser citado em uma dissertação de mestrado na área de comunicação. Mas parei de escrever sobre política, pois sentia-me órfão - ainda sinto-me órfão - de representantes que pareciam totalmente desligados da vontade do eleitor. 

Na última eleição de Lula em 2008, fui votar com nariz de palhaço. Este sentimento continua a existir em mim, mas não desanimo. Agora é preciso voltar a criticar e atacar e permear minhas experiências literárias com questões políticas. 

Dilma soltou mais uma pérola: "Lula não vai voltar porque ele não saiu."(vide aqui).

A afirmação é  confissão de que ela nunca mandou, nunca governou, mas apenas cuida do Planalto, finge que governa e, como um boneco de ventríloquo, diz e faz o que o chefe manda. Lula na eleição disse que se ele escolhesse um poste, o poste seria eleito. O primeiro poste foi eleito. A declaração ofensiva a todos os eleitores brasileiros foi vista apenas como piada; para quem pensa um pouco, era a afirmação de que o eleitor brasileiro é um idiota, submisso, burro, manipulável e tantos outros adjetivos pejorativos. 

Antes de tudo, a declaração de Lula foi uma afronta à democracia e revelou o descaso com que Lula e seus companheiros de partido tem pelo sistema eleitoral e pelo regime democrático. O sistema só interessa a Lula e ao PT para mantê-los no poder.

Dilma, mantendo sua agenda negativa, que testa o piso de impopularidade a cada semana nas pesquisas de opinião pública, resolveu vetar o projeto de lei que acabava com a multa de 10% do FGTS imposta às empresas e confirmou que não vai reduzir o número de ministérios, afinal o chefe acha desnecessário. 

O poste - e talvez a presidente resolva também adequar o gênero do substantivo para que seja declinado baixando algum decreto que permita se escrever "a poste" - desfez-se da máscara de boa gestora, de administradora eficiente. Em termos políticos, todos sabiam que Dilma é inábil; em termos de gestão, agora todos estão se convencendo de sua incapacidade.

Dilma se diz indissociável de Lula. É a criatura afirmando ser mera corporificação do criador, numa daquelas comparações dilmísticas um tanto quanto incompreensíveis. Se ela é indissociável de Lula, então ela é o próprio Lula e Lula é Dilma. Filosoficamente, trata-se de uma besteira típica de gente com pouca escolaridade ou de quem não tem a menor ideia do que está falando.

Em termos políticos, poderíamos aceitar a hipótese. Se assim o for, então o fracasso de Dilma será o fracasso de Lula, afinal é ele quem manda e ela tenta executar.

Agora é preciso acordar o eleitor do Nordeste, pois do jeito que as coisas caminham, a eleição de 2014 poderá representar uma grande divisão do país.

domingo, 21 de julho de 2013

Microconto - XIII


- Sinto que te perdi.

- Não, você não me perdeu. Nunca me conquistou. - retrucou ela com firmeza.

sábado, 13 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Dilma continua perdida


Um grupo de pessoas foi às ruas. A passagem de ônibus foi reduzida em muitas cidades. O MPL então baixou a bola. Dilma fez um pronunciamento à nação e definiu metas, todas vazias, promessas de campanha requentadas, citou uma constituinte exclusiva, insistiu na importação de médicos cubanos, afirmou que destinaria recursos para mobilidade urbana, investiria em saúde e educação.

A constituinte exclusiva foi rechaçada como ideia golpista, semelhante ao que fizeram Chávez, Evo Morales, Cristina Kirchner e Rafael Correa. Voltou atrás e lançou a proposta de um plebiscito para que se realizasse a reforma política. O plebiscito fez água. O Congresso, aproveitando a deixa, agilizou algumas propostas pontuais de reforma política, como acabar com o voto secreto e eliminar os suplentes de senador.

Agora Dilma, muito mal assessorada por Mercadanta (não há erro de digitação) e José Eduardo Cardozo, resolveu que os alunos de medicina serão obrigados a prestar serviço social público por 2 anos após a conclusão do curso regular. A ideia é estapafúrdia, casuística e uma cortina de fumaça para dar a impressão de que está fazendo algo - ou de que sabe o que fazer e em que direção deve seguir. 

Dilma continua perdida e revelou-se uma péssima gestora, sem ideias, sem programa e sem a capacidade de fazer o diagnóstico correto dos problemas brasileiros. Enquanto a economia afunda e a credibilidade do Brasil no exterior evapora, Dilma não toca em Guido Mantega, outro incompetente da equipe e agora vai presenciar um processo de deserção de sua base política. Parece que sua reeleição - que soava tranquila - será uma dura batalha e se a popularidade continuar a cair, o projeto de poder do PT será enterrado.

Dilma poderia tomar medidas rápidas e imediatas que soariam muito bem com a população, tais como extinguir ministérios, obrigar o BNDES a rever a política de crédito para as empresas de Eike Batista, arquivar o projeto do trem bala, conceder isenção de tributos nas tarifas de pedágio, reavaliar a forma de nomeação de diretores das agências reguladoras, reduzir o número de cargos comissionados no governo, e por aí vai. Há uma série de medidas concretas que ajudariam o país de imediato e melhorariam sua popularidade.

Enquanto o movimento das ruas aproveita as férias, Dilma consegue respirar, mas é preciso insistir, pois parece que o eleitor brasileiro finalmente descobriu que sua voz tem força e que esta força é capaz de mudar o país. Esta força chama-se voto e a arma é a urna!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Epígrafe - XX


"Impossível me fatigar com a contemplação do teu rosto."
RLBF

Frase rascunhada por mim, inspiração que não se pode deixar voar e se perder.