Por algum tempo deixei de comentar sobre política neste blog, mas ultimamente a quantidade de sandices e barbaridades cometidas por "nossos" governantes me obrigam a escrever. Afinal, foi a política que levou este blog a ser citado em uma dissertação de mestrado na área de comunicação. Mas parei de escrever sobre política, pois sentia-me órfão - ainda sinto-me órfão - de representantes que pareciam totalmente desligados da vontade do eleitor.
Na última eleição de Lula em 2008, fui votar com nariz de palhaço. Este sentimento continua a existir em mim, mas não desanimo. Agora é preciso voltar a criticar e atacar e permear minhas experiências literárias com questões políticas.
Dilma soltou mais uma pérola: "Lula não vai voltar porque ele não saiu."(vide aqui).
A afirmação é confissão de que ela nunca mandou, nunca governou, mas apenas cuida do Planalto, finge que governa e, como um boneco de ventríloquo, diz e faz o que o chefe manda. Lula na eleição disse que se ele escolhesse um poste, o poste seria eleito. O primeiro poste foi eleito. A declaração ofensiva a todos os eleitores brasileiros foi vista apenas como piada; para quem pensa um pouco, era a afirmação de que o eleitor brasileiro é um idiota, submisso, burro, manipulável e tantos outros adjetivos pejorativos.
Antes de tudo, a declaração de Lula foi uma afronta à democracia e revelou o descaso com que Lula e seus companheiros de partido tem pelo sistema eleitoral e pelo regime democrático. O sistema só interessa a Lula e ao PT para mantê-los no poder.
Dilma, mantendo sua agenda negativa, que testa o piso de impopularidade a cada semana nas pesquisas de opinião pública, resolveu vetar o projeto de lei que acabava com a multa de 10% do FGTS imposta às empresas e confirmou que não vai reduzir o número de ministérios, afinal o chefe acha desnecessário.
O poste - e talvez a presidente resolva também adequar o gênero do substantivo para que seja declinado baixando algum decreto que permita se escrever "a poste" - desfez-se da máscara de boa gestora, de administradora eficiente. Em termos políticos, todos sabiam que Dilma é inábil; em termos de gestão, agora todos estão se convencendo de sua incapacidade.
Dilma se diz indissociável de Lula. É a criatura afirmando ser mera corporificação do criador, numa daquelas comparações dilmísticas um tanto quanto incompreensíveis. Se ela é indissociável de Lula, então ela é o próprio Lula e Lula é Dilma. Filosoficamente, trata-se de uma besteira típica de gente com pouca escolaridade ou de quem não tem a menor ideia do que está falando.
Em termos políticos, poderíamos aceitar a hipótese. Se assim o for, então o fracasso de Dilma será o fracasso de Lula, afinal é ele quem manda e ela tenta executar.
Agora é preciso acordar o eleitor do Nordeste, pois do jeito que as coisas caminham, a eleição de 2014 poderá representar uma grande divisão do país.