quarta-feira, 9 de junho de 2010

Crônica: Raio de Sol

Foto de Karina Bertoncini, do Olhares Fotografia Online.


RAIO DE SOL


Um raio de sol irrompe na manhã fria de inverno, e ainda escura, nos estertores do dia nascente, dissipando a penumbra, tocando as gotas de orvalho que repousam sobre as folhas, tingindo o céu com um azul de tom claro.



Um raio de sol que corre apressado ao final do dia, pintando o céu com róseos e alaranjados, deitando-se no horizonte, fugindo pelo poente e deixando o palco para a lua amarelada.


Um raio de sol que nos presenteia com sua luz e calor cotidiano, mesmo nos dias escuros, ofuscado pelas nuvens e tempestades, mas que permanece vigilante e paciente por detrás do véu negro, aguardando o momento exato para entrar em cena.


Um raio de sol que não brota de um corpo celeste, nem do espaço, nem das alturas.


Um raio de sol que está ao meu lado, ainda que distante, a irradiar com seus olhos e coração generoso o brilho da vida, a intensidade da amizade, a poesia dos mestres literários, a prosa da rotina, a delicadeza feminina que capta o humor, a sensibilidade para recorrer ao ombro amigo quando necessário, sem medo de demonstrar fraqueza ou fragilidade.


Um raio de sol que dos teus olhos irradiam para apontar o caminho, para aquecer a alma perdida, para tranquilizar e acalentar o coração angustiado, para alimentar a felicidade de compartilhar com ti alguns momentos. Não são necessários todos os momentos. Os momentos que me entrega com o olhar rutilante são inesquecíveis e indeléveis. Cada palavra dita com o olhar, cada sorriso expressado em silêncio, cada lágrima de alegria que irriga minha face, tem o dom de trazer consigo a poesia da vida que se redescobre a cada dia.


Um raio de sol. Assim és tu.

Um comentário:

Edna Federico disse...

Que bonito, Renato!
Parabéns pela delicadeza das palavras.