quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Reflexo no Espelho





As palavras movem. O exemplo arrasta!


Não me lembro da primeira vez que ouvi esta frase. Deve ter sido no início da juventude, na adolescência ou em algum momento antes de entrar na faculdade. O fato é que este pensamento tem estado presente comigo desde que me recordo. Este é o meu ponto de partida para iniciar este post e refletir um pouco sobre a paternidade, tema apropriado com o Dia dos Pais se aproximando.


Os filhos trazem semelhanças físicas com os pais. Os olhos, o cabelo, o rosto. Mas há outros traços e características que herdamos, em decorrência do convívio, dos exemplos e da conduta daqueles responsáveis pela nossa formação. As palavras podem tocar, emocionar e levar à ação, porém, é o exemplo que mostra a coerência das palavras. O exemplo silencioso que se reflete na vida dos filhos.


Outro dia, notei meu filho no sítio caminhando com as duas mãos no bolso. Vi-me refletido nele. Era como se eu voltasse a ter 4 anos de idade, um perfeito reflexo no espelho, uma viagem no tempo. Eles - os filhos - nos imitam em tudo, nas coisas boas e nas coisas ruins, o que aumenta a carga de responsabilidade na formação e educação deles.


Mesmo sem que notemos, eles reparam. Adquirem gostos semelhantes, querem ser iguais aos pais. Não se surpreendam ao perceber que um filho age de forma educada ou carinhosa, ou qunado pede para ler o jornal junto com você, ou quando quer ouvir música ao seu lado. Isto é puro reflexo dos pais. Cada um do seu jeito, já que cada filho é um indíviduo com características próprias, mas uma interpretação renovada das virtudes paternas.


Quando alguém me pergunta se sou filho do Paulo, logo em seguida vem a comparação: "Você fala de um jeito muito parecido com ele!". De fato, peguei os mesmos cacoetes do meu pai no jeito de falar, na entonação da voz, e até com algumas palavras parecidas.


Vejo isto também nos meus filhos. O interesse pela leitura, o gosto por cozinhar, o apreço pela música - que faz com que divida meu iPod com eles -, enfim traços da personalidade que não são físicos, mas adquiridos pela convivência. O exemplo é imitado sem imposição, por livre escolha deles.


Não tenho dúvida que a paternidade é diferente da maternidade e que as funções são diferentes. Não se trata de dizer que uma é mais importante que outra. Ambas são importantes e ambas recompensam seus sujeitos de modo diverso. O fundamental é não esquecer que sempre haverá olhinhos atentos à nossa conduta em todos os momentos da vida.

Um comentário:

Fabiola disse...

É incrivel como temos semelhanças (cria e criador)
bjocas