quarta-feira, 21 de março de 2012

Receituário para ler poesia


A poesia deve ser lida em dia de sol, mas também pode ser lida em dia de chuva.

A poesia deve ser lida em dia de céu azul, numa tarde quente de verão, preguiçosa, numa varanda ou à beira-mar. Mas também pode ser lida num dia frio de inverno, à beira de uma lareira aconchegante, enrolado num cobertor. Ou quem sabe numa manhã fresca de outono ou num dia primaveril.

A poesia deve ser lida em companhia de uma xícara de café, ou de chá, ou de mate gelado, ou de um licor bem doce, ou de um vinho especial, ou de whisky ou de água, ou sem qualquer bebida e acompanhamento.

A poesia deve ser lida sóbrio, ou embriagado.

A poesia deve ser lida com espírito elevado, repleto de alegria e felicidade; ou quando se está na fossa, triste, deprimido, amuado, calado. O silêncio é um bom convite para ler poesia, mas a festa e a música também combinam com versos soltos.

A poesia deve ser lida sempre. Dependendo do espírito, do dia, do ambiente, ela terá uma mensagem própria. As palavras falarão e te farão sorrir ou chorar. A poesia sempre fala, como um longo e demorado abraço que mais parece um beijo. Por vezes, ela grita, basta ter ouvidos. Mas geralmente fala ao âmago, à alma recolhida no silêncio, contemplativa, aberta. A poesia torna a vida mais doce, mais colorida. A poesia revela e traduz a beleza da vida.

No dia 14 de março comemorou-se o dia nacional da poesia. Experimente, pegue um livro de poesia, abra aleatoriamente e leia. Deixe os versos falarem. Poesia se lê guiado pela alma!

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