segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Flerte com o silêncio

Flerto com o silêncio na alta madrugada. Acometido por insônia, estou desperto. Mais desperto do que gostaria e o sono parece fugir-me. Mente acesa, apesar dos olhos cerrados. A escuridão contrasta com a claridade dos pensamentos, das ideias que se encaixam como peças desenhadas por uma máquina de precisão. A angústia que espantou meu sono inunda minha alma e teima em deixar-me.



Então, um sussurro mudo penetra o pensamento e traz consigo uma sensação de calma e tranquilidade. Não é um sonho, pois estou lúcido. A voz alegre acompanhada de um sorriso, com inflexões que tão bem reconheço, me acalma. Sim, era tua voz que precisava ouvir. Sim, só tua voz poderia romper o silêncio e apaziguar minha aflição. E fazes isto. Sempre fazes isto!


Repentinamente, o silêncio se torna eloquente e o discurso traz um alento inesperado, mas desejado e querido. As palavras pensadas tem um rumo certo e aninham-se na alma arredia, que se acalma enternecida pela sabedoria despejada. O sono retorna ao meu leito e volto a sonhar.

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