terça-feira, 22 de setembro de 2015

Epígrafe - XXXIV



"A pequena alameda continuava descendo até uma clínica que se encontrava no meio do parque. Tinham parado de falar, mas ouvia o rumor das rodas da cadeira no cascalho. Gostaria de ter se virado, mas não conseguiu. A coisa mais linda do mundo. Disse uma menina careca em uma cadeira de rodas, conduzida por uma enfermeira. Ela sabia qual era a coisa mais linda do mundo. Ele, ao contrário, não sabia. Como era possível que na sua idade, com tudo aquilo que vira e conhecera, ainda não soubesse qual era a coisa mais linda do mundo?"

(Antonio Tabucchi. O tempo envelhece depressa. trad. Nilson Moulin. São Paulo : Cosac Naify, 2010, p. 47)