quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mal acostumado

Aprendi – em casa e na vida – que tratar as pessoas com educação abre portas e torna o dia mais leve. Quando era estagiário de um grande escritório de advocacia em São Paulo, dando meus primeiros passos profissionais, costumava discutir com funcionários de cartórios do fórum, deixando transparecer um ar de arrogância e superioridade. Estava errado ao agir assim. Um dia percebi que tratar bem as pessoas, além de ser um sinal de respeito, facilitava o andamento dos processos e deixava as idas ao fórum muito mais agradáveis.

Domingo, depois de um voo que mais parecia um daqueles brinquedos de parques de diversões que chacoalham você para cima e para baixo até você ficar tonto e enjoado, cheguei a Porto Alegre. Era uma tarde agradável de sol e não ia ficar fechado no hotel. Saí caminhando pelas ruas, o que permite observar e descobrir a cidade. Devido aos solavancos do voo, não tinha almoçado e procurei um restaurante. Munido de uma revista, almocei tranquilamente.

Havia já terminado o café quando percebi que um grupo de quatro mulheres na faixa de 55 anos chegou e perguntou para a garçonete se havia mesa.  O café era um amplo quiosque no Shopping Moinhos de Vento e eu estava sentado bem ao lado da entrada, portanto ouvi a garçonete informar que só havia uma mesa disponível e que elas teriam que esperar.  Quando a garçonete terminou de passar a informação, chamei-a e disse que liberaria a mesa.  Uma das mulheres ouviu a conversa.  Peguei a conta e dirigi-me ao caixa para pagar.  Sinceramente, fiquei surpreso ao não ouvir um singelo obrigado.  Diria que um simples agradecimento seria um gesto de civilidade e cordialidade, nada mais. Uma delicadeza apenas. Mais nada.

Não costumo me irritar com indelicadezas ou grosserias. Nestas horas sou frio e impassível, mantendo o controle, mas não custaria nada àquele grupo agradecer. Bem que poderia deixar o grupo de pé esperando. Não agi assim. E não agiria novamente se a situação se repetisse. Estou mal acostumado a tratar as pessoas com gentileza, educação  e respeito. 

2 comentários:

Luciana Betenson disse...

Também sou mal acostumada e levo cada invertida... mas não podemos perder a fé, agir assim é o maior exemplo que damos para os filhos.

maria rachel oliveira disse...

A moça aí de cima tá apoiada. :) Penso o mesmo. Mas que dá um ódio na hora... isso dá!