domingo, 21 de agosto de 2011

Pesadelo



Crianças são atormentadas no seu tranquilo sono por monstros, fantasmas, bruxas ou todas aquelas figuras mitológicas que são despertadas no inconsciente por algum filme ou desenho que tenha lhes causado uma impressão mais forte. Adultos são acossados por pesadelos mais diversos e complexos. Tive um nesta noite. Sonhei que meus livros tinham desaparecido juntamente com as estantes em que repousavam tranquilamente.

O larápio surrupiou os livros de literatura e os livros jurídicos. Minha pequena biblioteca - e a do escritório - fora reduzida a pó. O pesadelo rememorou algo que de fato aconteceu, quando alguns livros jurídicos importantes desapareceram das estantes, talvez levados por algum estagiário esquecido (perdoem-me pelo pleonasmo) ou por algum bem intencionado advogado que não sabia o valor de um Menezes Cordeiro ou de um Paulo Bonavides. Voltei a sentir a angústia de descobrir o desaparecimento destes livros no pesadelo que fulminou nesta noite.

Acordei aliviado, mas a ansiedade somente se dissipou por completo quando cheguei ao escritório e pude contemplar os livros que silenciosamente repousam nas prateleiras. Lado a lado, enfileirados, organizados e reconhecidos individualmente. Alguns maiores, outros menores; alguns mais volumosos, outros finos; mas todos com seu valor e sua contribuição. Merecem ocupar o espaço que ocupam. Como reza o dito popular, tamanho não é documento e aqui este ditado é muito verdadeiro.

Meu pesadelo ficou restrito ao silêncio da madrugada e a escuridão da noite. A luz do dia fulminou a dúvida e o pesadelo se desfez.

Nenhum comentário: