Quando a morte se aproxima, quando a idade avança, percebemos de forma mais significativa se soubemos viver. São momentos em que os remorsos afloram, as implicâncias parecem evaporar, o rancor se dissolve. A doença - sendo mais grave - contribui para este exame de consciência na antesala da porta pela qual todos vamos passar. Lendo o post Leite(s) Derramado(s) da Rachel no Terapia da Palavra pensei em apenas reproduzir o texto com o devido crédito, mas ele me pôs a pensar e resolvi dar uma pequena contribuição minha.
Uma lista de arrependimentos comuns manifestados por pessoas à beira da morte. Este é o tema do post Regrets of the Dying. A lista em inglês está no original e em português no Terapia da Palavra. Não vou transcrevê-la, apenas aguçar a curiosidade dos leitores.
Ao ler a lista lembrei de uma música do Titãs (É preciso saber viver) e de uma propaganda em que um grupo de pessoas numa sala de reunião se admira com a única plantinha num vaso escondido num canto da sala. Temos a impressão de que aqueles "seres humanos" esqueceram de viver, de contemplar a existência à sua volta.
Quando era pequeno gostava de passar horas ouvindo estórias da minha avó e tias avós, ficar conversando com meu avô. Poderia ter ignorado aquelas estórias, mas ouvi-as pacientemente. Hoje, recordo-as com alegria e emoção, com verdadeiro carinho e feliz de ter dedicado aqueles momentos a eles. São memórias que permanecem e serão repassadas à próxima geração, de forma oral, como a tradição antiga, daquela época em que não havia escrita, não havia papel, não haviam blogs, iPads e email.
Ouvir. Olhar. Falar. Viver. Sentir. Cada uma destas ações é profundamente humana.
2 comentários:
Com certeza, hoje, dispomos de tanta tecnologia que nos esquecemos de formas simples de nos comunicarmos. Quer coisa melhor de ouvirmos e passarmos adiante, por exemplo, a história de nossos parentes e consequentemente a nossa própria história.
Ótima reflexão.
Beijos
Seus comentários sempre agregam muito a este blog, Isadora. Com o passar dos anos, a vida fica mais fascinante.
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