TARDE
Na hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas
Meu espírito te sentiu
Ele te sentiu imensamente triste
Imensamente sem Deus
Na tragédia da carne desfeita.
Ele te quis, hora sem tempo
Porque tu eras a sua imagem, sem Deus e sem tempo.
Ele te amou
E te plasmou na visão da manhã e do dia
Na visão de todas as horas
Ó hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas.
(As Coisas do Alto. São Paulo : Companhia das Letras, 1993, p. 47)
Pinço um único verso:
E te plasmou na visão da manhã e do dia
A visão da manhã espelha a tua beleza, plasmada na luminosidade nascente, na explosão de cores, num espetáculo diário. E gratuito. Há comparação mais bela do que esta do poeta?
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