BARCAROLA
Parti-me,
trágico, ao meio
De mim
mesmo, na paixão.
A amiga
mostrou-me o seio
Como uma
consolação.
Dormi-lhe
no peito frio
De um sono
sem sonhos, mas
A carne no
desvario
Da manhã,
roubou-me a paz.
Fugi,
temeroso, ao gesto
Do seu
receio modesto
E cálido;
enfim, depois
Pensando a
vida adiante
Vi o
remorso distante
Desse crime
de nós dois.
(As Coisas do Alto. São Paulo : Companhia das Letras, 1993, p. 113)
Um comentário:
É sempre bom reler uns versos do poetinha... Lindo!
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