quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mudar, navegar


Mudar é difícil, penoso, custoso. A lista de palavras com tom negativo é infindável. Talvez para um engenheiro ou um homem de exatas resumiria a questão numa fórmula bastante simples: qualquer alteração da inércia exige força e trabalho. A física é uma perfeita analogia para descrever o que se passa dentro do ser humano. Entramos na rotina, seguimos a corrente, adquirimos hábitos e vícios, qualidades e defeitos. E de repente, deparamo-nos num lugar distinto do destino final que havíamos projetado. É hora de mudar.

Nesta hora, não adianta culpar os outros, buscar as desculpas em forças externas. É fácil encontrar mil razões para a manutenção da inércia. Mas agora, só resta mudar e a mudança tem que começar de dentro.

Somos tomados pelo medo, algo tão natural diante do desconhecido e do incerto. O medo atua como a força, como o atrito determinado a manter a inércia. O medo adora roubar sonhos. Mas agora, só resta mudar, navegar, seguir adiante em novo rumo.

Nestas horas, quando a esperança parece desaparecer no túnel escuro, quando os pés pesam como se atravessássemos um lodaçal, quando o ânimo recrusdeceu, deixando apenas um leve aroma, é preciso seguir, batalhar, lutar contra os inimigos internso, acreditar que depois da noite, vem o dia.

Superar, viver, lutar. Obstáculos sempre aparecerão, mas não devem ser capazes de sabotar o sonho. 

É difícil mudar, é difícil lutar, é difícil perseverar, mas a vida o exige, o sonho o exige. Tomando a liberdade de alterar o verso de Fernando Pessoa, às vezes, é preciso viver e não apenas navegar.


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